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CPI da Privataria poderia revelar pontos obscuros do caso Banestado em Minas

13 de março de 2014

Banestado02_MG

Denúncia sobre mensalão tucano via esquema Banestado resulta em condenação de Valério, mas Azeredo continua impune graças à opção do STF de manter caso em segundo plano.

Helena Sthephanowitz, via RBA

No ano passado, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB/SP) conseguiu assinaturas suficientes para que a Mesa Diretora da Câmara instaure uma nova CPI, desta vez para investigar as privatizações promovidas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Enquanto esperamos pela decisão, o pedido levanta expectativas de que uma parte do famoso caso Banestado – o Banco Estadual do Paraná –, até agora mantida em segredo nos arquivos do Congresso, volte à tona.

Alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional em 2003 e de uma força-tarefa formada por 40 procuradores, delegados, agentes e peritos do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, a descoberta de um esquema ilegal de uso das contas CC5 – criadas pelo Banco Central para permitir transferências de dinheiro para o exterior – no Banestado foi a precursora de uma série de outras investigações, muitas delas ainda em curso nos gabinetes de procuradores, delegados e juízes.

Entre as descobertas, as auditorias apontaram que, de 1998 a 2001, bilhões de dólares foram remetidos do Brasil para o exterior, na mais gigantesca evasão de divisas de que se tem notícia. Não há, na história da República, um escândalo financeiro tão longevo e de tantas ramificações quando o caso Banestado.

A devassa no Banestado partiu de uma denúncia feita contra um dos gerentes do banco, que havia enviado dinheiro ao exterior ilegalmente por meio das CC5 e, em depoimento, relatou o esquema montado na instituição. De uma forma inédita na história do país, foram abertas duas frentes de investigação.

A força-tarefa resultou em inúmeras operações da Polícia Federal para investigar o uso do câmbio ilegal no Brasil e acabou varrendo diversos doleiros do mercado. Resultam dela algumas das mais importantes operações da PF já realizadas, como Farol da Colina, Suíça, Kaspar I e II e Satiagraha.

O conjunto de ações integradas entre a PF e o MP foi encerrado em setembro de 2007 após ter denunciado 684 pessoas, resultado em 97 condenações, investigado mais de 1.170 contas bancárias no exterior e bloqueado R$380 milhões no Brasil e R$34,7 milhões fora do país. Após seu término, os inquéritos ainda em andamento foram remetidos para procuradores em diversos Estados e provocaram novas investigações.

Já a CPI do Banestado foi encerrada em dezembro de 2004 sem a aprovação de seu relatório final. Na época, os partidos fizeram um acordo para encerrar as investigações, após a comissão ter recebido dos Estados Unidos um lote de documentos sobre a movimentação de brasileiros em contas bancárias abertas no MTB Bank, outro escritório de lavagem de dinheiro norte-americano. Segundo o jornalista Ribeiro Jr. (autor de A Privataria Tucana), a revelação dos dados do MTB foi determinante para que fosse desencadeada a “operação abafa” na CPI.

Depois de tudo isso, voltemos ao noticiário da semana passada: uma denúncia do MPF afirma que, Marcos Valério e seus sócios promoveram a saída clandestina de recursos financeiros do país, em montante superior a US$628 mil, por intermédio da Beacon Hill Service Corporation e da subconta Lonton. Os investigadores identificaram 23 transferências em que a empresa SMP&B, comandada pelos réus, foi a beneficiária, ordenante e/ou remetente das divisas.

A autoria da denúncia lembrou que o crime de lavagem envolveu o branqueamento dos valores arrecadados no contexto do esquema que ficou conhecido como mensalão tucano, “uma estrutura organizada para favorecer a chapa composta pelo tucano Eduardo Azeredo e Clésio Andrade na campanha ao pleito de Governador do Estado de Minas Gerais no ano de 1998, por meio do desvio de verbas públicas e obtenção de recursos privados, em cuja implementação eram peças-chave as empresas DNA Propaganda Ltda., SMP&B Comunicação Ltda. e seus sócios”.

Em todos eles, as investigações culminaram em uma sequência de operações que incluiu o desvio de recursos públicos, seguido da evasão de divisas por meio de doleiros, da circulação do dinheiro em contas de bancos norte-americanos e da abertura de offshores em paraísos fiscais. Sem a identificação dos seus beneficiários finais, protegidos pelo sigilo oferecido nesses países, as offshores promoviam investimentos no Brasil, reinserindo o dinheiro, já lavado, na economia.

A participação tucana na obscura história do caso Banestado é a parte da história que pode ser revelada, caso nossos deputados efetivamente usem seu poder convocatório para esclarecer os fatos, numa eventual CPI da Privataria.

Afinal de contas, Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, ex-sócios nas agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda, já foram condenados e sentenciados pela justiça mineira e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na AP 470, o chamado caso mensalão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Já o ex-deputado Eduardo Azeredo continua sem ser julgado, uma vez que o ministro Joaquim Barbosa deixou o mensalão do PSDB em segundo plano.

***

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Protógenes Queiroz lançará livro-bomba contra banqueiro Daniel Dantas

24 de janeiro de 2014
Delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz

Protógenes vai lançar um relato sobre as investigações da Operação Satiagraha, que envolve o banqueiro Daniel Dantas.

Na esteira do sucesso editorial dos livros A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. e, mais recentemente, Operação Banqueiro, do também jornalista Rubens Valente, o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB/SP) prepara o lançamento do livro Operação Satiagraha, no qual o ex-delegado da Polícia Federal (PF) diz ter sofrido ameaças por causa da obra e passou a andar armado e em carro blindado. No relato a ser publicado, o banqueiro Daniel Dantas, preso em 2008 devido às investigações conduzidas pelo hoje deputado federal, é tratado como Morcegão.

“Assim como o Morcegão não dorme, eu também não durmo”, escreve Queiroz.

No sábado, dia 18, Protógenes revelou em sua página no Twitter ser vítima de uma “investigação clandestina” da própria PF. O caso estaria relacionado a seus passaportes – quando atuava na PF, Protógenes foi também consultor de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e chegou a movimentar contas bancárias em Lugano, na Suíça.

Segundo o deputado, essa investigação estaria sendo conduzida por “viúvas do Tuma” e pelo banqueiro Daniel Dantas – a quem chama de #BanqBandDD. Em relação a Tuma, o deputado se refere ao também delegado Romeu Tuma Júnior, que lançou recentemente o livro Assassinato de reputações, que acusa o governo petista de preparar dossiês contra adversários.

Tanto na Operação Banqueiro como no próximo lançamento editorial, assinado por Queiroz, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes é citado como forte aliado do banqueiro Daniel Dantas. Nas mensagens obtidas por Valente, Dantas era tido como amigo do ministro, então chefe da Advocacia Geral da União. Um trunfo dentro do governo.

“Um dos e-mails sugere que Dantas contava com o apoio de Mendes numa disputa com a Agência Nacional de Telecomunicações e para manter na agência um procurador simpático a seus interesses. Em 2008, quando Mendes estava no Supremo e Dantas estava preso, o ministro concedeu habeas corpus para libertá-lo e fez críticas públicas à maneira como as investigações foram conduzidas”, afirma o texto de divulgação do livro, publicado no diário conservador paulistano Folha de S.Paulo.

“Eu nunca vi Daniel Dantas. Na Satiagraha, houve abuso na investigação e minhas decisões impuseram uma derrota ao Estado policial”, defende-se Mendes, em entrevista à Folha.

Em mensagem a Rubens Valente, o ex-presidente Fernando Henrique disse que sabia da relação de Roberto Amaral com Daniel Dantas e afirmou que nunca tomou medidas para favorecê-lo. A assessoria do Opportunity afirmou que Dantas desconhece as mensagens encontradas pela polícia na residência de Roberto Amaral.

Advogados de Dantas

O banqueiro Daniel Dantas, figura central de ambos os livros, o que teve sua primeira edição esgotada e o segundo, agora no prelo, ameaçou a editora Geração Editorial, na semana passada, um dia antes do lançamento de Operação Banqueiro, com uma notificação extrajudicial na qual acusa o autor de utilizar materiais ilícitos em suas investigações. O livro traz revelações e novas provas sobre as ações do banqueiro e do Banco Opportunity.

Na notificação extrajudicial, subscrita pelos advogados de Dantas, o banqueiro afirma, segundo a Geração Editorial, que “pode-se concluir que a publicação extrapola – em muito – os limites do exercício da liberdade de expressão, sujeitando V. Sas. [Geração Editorial], na qualidade de editores e distribuidores, à responsabilização pela divulgação dos dados sigilosos e pelos danos causados ao notificante [Dantas] e ao Opportunity”. Segundo os advogados, alguns dados utilizados no livro estão sob sigilo e, por isso, “o conteúdo divulgado no livro intitulado Operação Banqueiro é ilícito”.

Ainda segundo a editora, há na notificação enviada reconhecimento de que pode ter havido uma leitura superficial da obra, uma vez que o preparo e o envio desta se deu anteriormente ao lançamento do livro. Tanto Rubens Valente quanto a editora afirmam não ter utilizado nenhum material ilícito e que os dados obtidos pelo jornalista são provenientes de documentos e inquéritos policiais e administrativos de interesse público.

“Caso prosperasse a tese desenvolvida pelo banqueiro e contida na peça ameaçadora de seus advogados, todos os jornais e revistas do país, todas as emissoras de televisão e todas as editoras estariam impedidas de divulgar quaisquer investigações desenvolvidas, por exemplo, pela Polícia Federal”, afirmou Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial, na página de Operação Banqueiro no Facebook.

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Lista de Furnas: Amaury Ribeiro já tem documentos para o livro A Privataria Tucana 2

Amaury Jr. candidata-se à ABL para evitar que “FHC a privatize”

25 de abril de 2013
Amaury08_ABL

O blogueiro e presidente da Barão de Itararé, Altamiro Borges, o escritor Amaury Jr. e o jornalista Paulo Henrique Amorim durante coletiva de imprensa. Foto de Felipe Bianchi.

“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se eleito, vai privatizar a Academia Brasileira de Letras. Para evitar que isso ocorra, defendemos a candidatura de Amaury Ribeiro Jr. para imortal”. Com bom humor, os jornalistas e blogueiros presentes na coletiva de imprensa oferecida na terça-feira, dia 23, na sede do Barão de Itararé pelo autor de A privataria tucana sintetizaram o teor da campanha lançada no último dia 8 de abril: “Amaury para a Academia porque A Privataria é Imortal”.

Vanessa Silva, via Vermelho

Na sexta-feira, dia 27, a candidatura do jornalista será oficializada na ABL no Rio de Janeiro. Cerca de 100 pessoas são esperadas para o ato que contará com irreverência e bom humor. O ato terá início no Sindicato dos Jornalistas e será acompanhado por um bloco de carnaval até a sede da ABL. Após a formalização, o encerramento será realizado no bar Amarelinho, na Cinelândia.

A disputa com FHC

Quando questionado sobre qual a sensação de concorrer à vaga com o ex-presidente FHC, Amaury se mostrou entusiasmado: “É uma honra muito grande. Na verdade, quem está concorrendo é A privataria tucana porque o livro é que é imortal. É a marca que vai ficar para sempre do governo deles. Muita gente sofreu, se matou por causa da privatização. Eu fico muito admirado porque hoje não tem um promotor, juiz, delegado que não tenha um livro.”

Bem-humorado, Amaury contou que está preparando o livro A privataria tucana 2 e que compôs uma salsa cubana em homenagem ao jornalista Merval Pereira, autor do livro Mensalão. E relatou que a nova versão de seu best-seller terá personagens novos, mas também contará com a participação dos antigos atores de A privataria. O escritor não quis adiantar os assuntos presentes no livro, mas deixou escapar que o primeiro capítulo aborda a lista de Furnas “uma verdadeira bomba atômica” e que um dos personagens da obra será o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

Mídia contra o povo

Pesquisas de opinião em toda a América Latina revelaram que a população é contra as privatizações levadas a cabo por governos neoliberais. “A privatização que a mídia mostra é uma maravilha, mas na prática as pessoas sofreram. Foram verdadeiras catástrofes. A Companhia Pará de Energia, por exemplo, não indenizou as pessoas até hoje. A empresa quebrou e agora a estão devolvendo para o Estado.”

“O que nós revelamos com o livro é pouco. Pegamos só uma parte, mas tem muito mais dinheiro que sei onde está, mas não tenho provas. É muito simples: dinheiro tem de ter origem. Se alguém compra uma coisa de R$100 milhões, tem de provar de onde veio o dinheiro”, exclamou ao se referir ao ex-candidato à Presidência, José Serra e seus familiares. “Eu não investigo político porque eles lavam dinheiro com a mãe, sobrinho, filhos…”

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Assassinato de reputação

Amaury Ribeiro Jr. já trabalhou em O Globo, Correio Braziliense, IstoÉ, Estado de Minas, e hoje é produtor especial de reportagens na TV Record.Com mais de 50 prêmios na bagagem, ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo, mas, ao ingressar neste tema, passou a receber um tratamento diferenciado por parte dos mesmos veículos para os quais trabalhou.

“Acontece que a imprensa nunca antes tinha tirado a máscara, tentavam disfarçar suas posições políticas, mas na última eleição perderam a vergonha. Até uma ficha falsa para a Dilma fizeram, partiram para a baixaria… Só não foi uma tragédia eleitoral graças aos blogs sujos e à mídia alternativa. Não fossem vocês, seria um massacre, eu mesmo estaria morto, seria aniquilado. Me colocaram como bandido no Jornal Nacional, a polícia me indiciou porque disse que eu quebrei sigilo, coisa que nunca fiz”, desabafou o jornalista.

Amaury é candidato à cadeira 36 da ABL, a mesma que será pleiteada por Fernando Henrique. “Esta cadeira 36 lembra a tragédia da Plataforma 36 da Petrobras, que afundou no governo FHC”, brinca o jornalista postulante à imortalidade.

Rio de Janeiro: No dia 26, autor de “A privataria tucana” terá lançamento de candidatura à ABL

18 de abril de 2013

Amaury06_JabutiO jornalista Amaury Ribeiro Jr. enfrentará o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL). Ato de lançamento ocorrerá no dia 26 de abril, sexta-feira, às 15 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.

Altamiro Borges, via Carta Maior

Já está tudo certo para o ato de lançamento da candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro A privataria tucana, para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele ocorrerá no dia 26 de abril, sexta-feira, às 15 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro (Rua Evaristo da Veiga, nº 16, 17º andar, Centro).

Na sequência, os apoiadores sairão em passeata, acompanhados por um animado bloco carnavalesco, para registrar a candidatura na ABL. Por último, como ninguém é de ferro, haverá uma confraternização etílica na Cinelândia. Todos estão convidados para o ritual dos “imortais”.

Reproduzo abaixo o manifesto de apoio a Amaury Ribeiro, que já conta com mais de 6 mil adesões e ainda está aberto a novos apoios. Não deixe de assinar a petição e de participar do ato irreverente.

A privataria é imortal – Amaury Ribeiro Jr. para a ABL

Não é a primeira vez que a Academia Brasileira de Letras tem a oportunidade de abrir suas portas para o talento literário de um jornalista. Caso marcante é o de Roberto Marinho, mentor de obras inesquecíveis, como o editorial de 2 de abril de 1964:

“Ressurge a democracia, vive a nação dias gloriosos”

O texto na capa de O Globo comemorava a derrubada do presidente constitucional João Goulart, e não estava assinado, mas trazia o estilo inconfundível desse defensor das liberdades. Marinho tornou-se, em boa hora, companheiro de Machado de Assis e de José Lins do Rego.

Incomodada com a morte prematura de “doutor” Roberto, a Academia acolheu há pouco outro bravo homem de imprensa: Merval Pereira, com a riqueza estilística de um Ataulfo de Paiva, sabe transformar jornalismo em literatura; a tal ponto que – sob o impacto de suas colunas – o público já não sabe se está diante de realidade ou ficção.

Esses antecedentes, “per si”, já nos deixariam à vontade para pleitear – agora – a candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Jr. à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.

Amaury, caros acadêmicos e queridos brasileiros, não é um jornalista qualquer. É ele o autor de A privataria tucana, obra fundadora para a compreensão do Brasil do fim do século 20.

Graças ao trabalho de Amaury, a privataria já é imortal! Amaury Ribeiro Jr. também passou pelo diário criado por Irineu Marinho (o escritor cubano José Martí diria que Amaury conhece, por dentro, as entranhas do monstro).

Mas ao contrário dos imortais supracitados, Amaury caminha por outras tradições. Repórter premiado, não teme o cheiro do povo. Para colher boas histórias, andou pelas ruas e estradas empoeiradas do Brasil. E não só pelos corredores do poder.

Amaury já trabalhou em O Globo, Correio Braziliense, IstoÉ, Estado de Minas, e hoje é produtor especial de reportagens na TV Record. Ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Tudo isso já o recomendaria para a gloriosa Academia. A obra mais importante do repórter, entretanto, não surge dos jornais e revistas. A Privataria Tucana – com mais de 120 mil exemplares comercializados – é o livro que imortaliza o jornalista.

A privataria é imortal, repetimos!

O livro de Amaury não é ficção, mas é arte pura. Arte de revelar ao Brasil a verdade sobre sua história recente. Seguindo a trilha aberta por Aloysio Biondi – outro jornalista que se dedicou a pesquisar os descaminhos das privatizações –, Amaury Ribeiro Jr. avançou rumo ao Caribe, passeou por Miami, fartou-se com as histórias que brotam dos paraísos fiscais.

Estranhamente, o livro de Amaury foi ignorado pela imprensa dos homens bons do Brasil. Isso não impediu o sucesso espetacular nas livrarias – o que diz muito sobre a imprensa pátria e mais ainda sobre a importância dos fatos narrados pelo talentoso repórter.

A privataria é imortal! Mas o caminho de Amaury Ribeiro Jr. rumo à imortalidade, bem o sabemos, não será fácil. Quis o destino que o principal contendor do jornalista na disputa pela cadeira fosse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC é o ex-sociólogo que – ao virar presidente – implorou aos brasileiros: “Esqueçam o que eu escrevi”. A ABL saberá levar isso em conta, temos certeza. É preciso esquecer.

Difícil, no entanto, é não lembrar o que FHC fez pelo Brasil. Eleito em 1994 com o apoio de Itamar Franco (pai do Plano Real), FHC prometeu enterrar a Era Vargas. Tentou. Esmerou-se em desmontar até a Petrobras. Contou, para isso, com o apoio dos homens bons que comandam a imprensa brasileira. Mas não teve sucesso completo. O estado nacional, a duras penas, resistiu aos impulsos destrutivos do intelectual Fernando.

Em 1995, 1996 e 1997, enquanto o martelo da privataria tucana descia velozmente sobre as cabeças do povo brasileiro, Amaury dedicava-se a contar histórias sobre outra página vergonhosa do Brasil – a ditadura militar de 1964. Em uma de suas reportagens mais importantes, sobre o massacre de guerrilheiros no Araguaia, Amaury Ribeiro Jr. denunciou os abusos cometidos pela ditadura militar (que “doutor” Roberto preferia chamar de Movimento Democrático).

FHC vendia a Vale por uma ninharia. Amaury ganhava o Prêmio Esso… FHC entregava a CSN por uns trocados. Amaury estava nas ruas, atrás de boas histórias, para ganhar mais um prêmio logo adiante…

As críticas ao ex-presidente, sabemos todos nós, são injustas. Homem simples, quase franciscano, FHC não quis vender o patrimônio nacional por valores exorbitantes. Foi apenas generoso com os compradores – homens de bem que aceitaram o duro fardo de administrar empresas desimportantes como a Vale e a CSN. A generosidade de FHC foi muitas vezes incompreendida pelo povo brasileiro, e até pelos colegas de partido – que desde 2002 teimam em esquecer (e esconder) o estadista Fernando Henrique Cardoso.

Celso Lafer – ex-ministro de FHC – é quem cumpre agora a boa tarefa de recuperar a memória do intelectual Fernando, ao apresentar a candidatura do ex-presidente à ABL. A Academia, quem sabe, pode prestar também uma homenagem ao governo de FHC, um governo simples, em que ministros andavam com os pés no chão, especialmente quando tinham que entrar nos Estados Unidos.

Amaury não esqueceu a obra de FHC. Mostrou os vãos e os desvãos, com destaque para o caminho do dinheiro da privataria na volta ao Brasil. Todos os caminhos apontam para São Paulo. A São Paulo de Higienópolis e Alto de Pinheiros. A São Paulo de 32, antivarguista e antinacional. A São Paulo de FHC e do velho amigo José Serra – também imortalizado no livro de Amaury.

Durante uma década, o repórter debruçou-se sobre as tenebrosas transações. E desse trabalho brotou A privataria tucana.

Por isso, dizemos: se FHC ganhar a indicação, a vitória será da privataria. Mas se Amaury for o escolhido, aí a homenagem será completa: A privataria é imortal!

Se você apoia Amaury para a ABL, clique aqui e deixe seu nome, profissão e/ou entidade.

A privataria é imortal.

Autor de “A privataria tucana” vai disputar Academia Brasileira de Letras com FHC

8 de abril de 2013

Amaury06_JabutiCampanha que defende o nome de Amaury Ribeiro Jr. foi lançada na segunda-feira, dia 8, por um grupo de jornalistas, intelectuais e professores universitários. Objetivo é disputar cadeira de número 36, que está vaga desde que o jornalista e escritor paulista João de Scantimburgo morreu, em 22 de março passado.

Via Carta Maior

Um grupo de jornalistas, intelectuais e professores universitários progressistas lançou na segunda-feira, dia 8, uma campanha para defender o nome do jornalista Amaury Ribeiro Jr. para a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Jornalista premiado, hoje funcionário da TV Record, Ribeiro Jr. é autor do best-seller A privataria tucana, livro-reportagem denuncia irregularidades na venda de empresas estatais durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

A candidatura de Ribeiro Jr. visa se contrapor à do próprio Fernando Henrique, que está inscrito para disputar a cadeira de número 36, que está vaga desde que o jornalista e escritor paulista João de Scantimburgo morreu, em 22 de março passado.

As inscrições de candidaturas na ABL podem ser feitas até 26 de abril. Depois deste prazo, a entidade marca em até 60 dias reunião para a eleição, em que o novo imortal deve ter a metade mais um dos votos dos atuais imortais para ser eleito para a cadeira.

Leia, a seguir, o manifesto da candidatura de Amaury Ribeiro Jr. Para assinar, clique aqui.

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A privataria é imortal – Amaury Ribeiro Jr. para a Academia Brasileira de Letras

Não é a primeira vez que a Academia Brasileira de Letras tem a oportunidade de abrir suas portas para o talento literário de um jornalista. Caso marcante é o de Roberto Marinho, mentor de obras inesquecíveis, como o editorial de 2 de abril de 1964:

“Ressurge a democracia, vive a nação dias gloriosos”

O texto na capa de O Globo comemorava a derrubada do presidente constitucional João Goulart, e não estava assinado, mas trazia o estilo inconfundível desse defensor das liberdades. Marinho tornou-se, em boa hora, companheiro de Machado de Assis e de José Lins do Rego.

Incomodada com a morte prematura de “doutor” Roberto, a Academia acolheu há pouco outro bravo homem de imprensa: Merval Pereira, com a riqueza estilística de um Ataulfo de Paiva, sabe transformar jornalismo em literatura; a tal ponto que – sob o impacto de suas colunas – o público já não sabe se está diante de realidade ou ficção.

Esses antecedentes, “per si”, já nos deixariam à vontade para pleitear – agora – a candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Jr. à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.

Amaury, caros acadêmicos e queridos brasileiros, não é um jornalista qualquer. É ele o autor de A privataria tucana, obra fundadora para a compreensão do Brasil do fim do século 20.

Graças ao trabalho de Amaury, a privataria já é imortal! Amaury Ribeiro Jr. também passou pelo diário criado por Irineu Marinho (o escritor cubano José Martí diria que Amaury conhece, por dentro, as entranhas do monstro).

Mas ao contrário dos imortais supracitados, Amaury caminha por outras tradições. Repórter premiado, não teme o cheiro do povo. Para colher boas histórias, andou pelas ruas e estradas empoeiradas do Brasil. E não só pelos corredores do poder.

Amaury já trabalhou em O Globo, Correio Braziliense, IstoÉ, Estado de Minas, e hoje é produtor especial de reportagens na TV Record. Ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Tudo isso já o recomendaria para a gloriosa Academia. A obra mais importante do repórter, entretanto, não surge dos jornais e revistas. A Privataria Tucana – com mais de 120 mil exemplares comercializados – é o livro que imortaliza o jornalista.

A privataria é imortal, repetimos!

O livro de Amaury não é ficção, mas é arte pura. Arte de revelar ao Brasil a verdade sobre sua história recente. Seguindo a trilha aberta por Aloysio Biondi – outro jornalista que se dedicou a pesquisar os descaminhos das privatizações –, Amaury Ribeiro Jr. avançou rumo ao Caribe, passeou por Miami, fartou-se com as histórias que brotam dos paraísos fiscais.

Estranhamente, o livro de Amaury foi ignorado pela imprensa dos homens bons do Brasil. Isso não impediu o sucesso espetacular nas livrarias – o que diz muito sobre a imprensa pátria e mais ainda sobre a importância dos fatos narrados pelo talentoso repórter.

A privataria é imortal! Mas o caminho de Amaury Ribeiro Jr. rumo à imortalidade, bem o sabemos, não será fácil. Quis o destino que o principal contendor do jornalista na disputa pela cadeira fosse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC é o ex-sociólogo que – ao virar presidente – implorou aos brasileiros: “Esqueçam o que eu escrevi”. A ABL saberá levar isso em conta, temos certeza. É preciso esquecer.

Difícil, no entanto, é não lembrar o que FHC fez pelo Brasil. Eleito em 1994 com o apoio de Itamar Franco (pai do Plano Real), FHC prometeu enterrar a Era Vargas. Tentou. Esmerou-se em desmontar até a Petrobras. Contou, para isso, com o apoio dos homens bons que comandam a imprensa brasileira. Mas não teve sucesso completo. O estado nacional, a duras penas, resistiu aos impulsos destrutivos do intelectual Fernando.

Em 1995, 1996 e 1997, enquanto o martelo da privataria tucana descia velozmente sobre as cabeças do povo brasileiro, Amaury dedicava-se a contar histórias sobre outra página vergonhosa do Brasil – a ditadura militar de 1964. Em uma de suas reportagens mais importantes, sobre o massacre de guerrilheiros no Araguaia, Amaury Ribeiro Jr. denunciou os abusos cometidos pela ditadura militar (que “doutor” Roberto preferia chamar de Movimento Democrático).

FHC vendia a Vale por uma ninharia. Amaury ganhava o Prêmio Esso… FHC entregava a CSN por uns trocados. Amaury estava nas ruas, atrás de boas histórias, para ganhar mais um prêmio logo adiante…

As críticas ao ex-presidente, sabemos todos nós, são injustas. Homem simples, quase franciscano, FHC não quis vender o patrimônio nacional por valores exorbitantes. Foi apenas generoso com os compradores – homens de bem que aceitaram o duro fardo de administrar empresas desimportantes como a Vale e a CSN. A generosidade de FHC foi muitas vezes incompreendida pelo povo brasileiro, e até pelos colegas de partido – que desde 2002 teimam em esquecer (e esconder) o estadista Fernando Henrique Cardoso.

Celso Lafer – ex-ministro de FHC – é quem cumpre agora a boa tarefa de recuperar a memória do intelectual Fernando, ao apresentar a candidatura do ex-presidente à ABL. A Academia, quem sabe, pode prestar também uma homenagem ao governo de FHC, um governo simples, em que ministros andavam com os pés no chão, especialmente quando tinham que entrar nos Estados Unidos.

Amaury não esqueceu a obra de FHC. Mostrou os vãos e os desvãos, com destaque para o caminho do dinheiro da privataria na volta ao Brasil. Todos os caminhos apontam para São Paulo. A São Paulo de Higienópolis e Alto de Pinheiros. A São Paulo de 32, antivarguista e antinacional. A São Paulo de FHC e do velho amigo José Serra – também imortalizado no livro de Amaury.

Durante uma década, o repórter debruçou-se sobre as tenebrosas transações. E desse trabalho brotou A privataria tucana.

Por isso, dizemos: se FHC ganhar a indicação, a vitória será da privataria. Mas se Amaury for o escolhido, aí a homenagem será completa: A privataria é imortal!

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A privataria é imortal.

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Serra pode perder até os R$1 mil ganhos em indenização contra “A privataria tucana”

30 de março de 2013

Via Correio do Brasil

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O livro revela esquema bilionário de corrupção.

Candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2010 e municipais de 2012, quando concorreu e perdeu à Prefeitura de São Paulo, José Serra também corre o risco de não receber os R$1 mil garantidos pela sentença judicial que o abonou por danos morais em um suposto “oportunismo eleitoral” do best-seller A privataria tucana, escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. O autor e a editora Geração Editorial foram condenados pelo juiz André Pasquale Scavone, da 10ª Vara Cível, em sentença publicada em 1º de março, sem que pudesse ser executada.

A decisão do magistrado afirma que “não é este o juízo que vai dizer se os fatos narrados são ou não verdadeiros”, mas seria “inequívoca a intenção dos réus de atingir a imagem de Serra”. Scavone também considerou “curioso” o caráter indenizatório da ação proposta por José Serra: “Se o interesse era preservar a imagem, o pedido deveria ser de impedir a venda do material ofensivo”, em vez de exigir uma reparação por parte do autor e da editora.

Em sua sentença, o juiz afirma que o valor é “simbólico [para fins de paraísos fiscais]”, em uma clara referência às denúncias contidas na obra, lançada em 2010. A decisão, porém, desagradou aos advogados do político tucano, que prometem recorrer para segunda instância.

“O livro foi considerado ofensivo, mas entramos com recurso para ampliar a condenação”, adiantou Ricardo Penteado, advogado de Serra.

No mesmo diapasão, o editor Luiz Fernando Emediato avisou que também irá recorrer da sentença: “Vamos recorrer porque, apesar de a sentença injusta, apesar ser muito irônica é, na verdade, desfavorável ao Serra, que foi ridicularizado pelo juiz. Para nós, a indenização tem de ser zero e lutaremos por isso. Ao lançar o livro, o fizemos pelo bem do Brasil. Nada a ver com eleições”, afirmou Emediato, em entrevista ao Correio do Brasil.

Denúncias

Os fatos descritos no livro de Amaury Jr. ainda serão alvo de análise por parte de parlamentares que, de posse da sentença judicial, encontram uma nova razão para ingressar com o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara, para apurar as denúncias descritas em A privataria tucana.

O livro revela uma rede de corrupção criada durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) que, comandada por José Serra, desviava verbas do processo de privatizações de empresas estatais. Para além da consequência nefasta para a economia brasileira, que sofreu um processo de desmonte, a obra revela que o governo brasileiro pagou para que as empresas fossem desestatizadas. “A temporada de bondades com o dinheiro público ultrapassou os preços baixos, as prestações em 12 anos e as moedas podres. Nos anos que antecederam a venda das estatais, suas tarifas sofreram uma sequência de reajustes”, afirma o livro. No caso da energia elétrica, esse aumento foi de 500%.

A privataria cita um levantamento feito pelo jornalista econômico Aloysio Biondi. Segundo os dados que foram publicados em O Brasil privatizado, o governo FHC afirmou ter arrecadado R$85,2 bilhões com as privatizações, quando na verdade pagou US$87,6 bilhões para “se livrar” das empresas. Ou seja, um gasto de R$2,4 bilhões para perder empresas importantes como a Vale, a Embraer e a Usiminas. Não bastasse isso, o processo ficou marcado pelo maior esquema de lavagem de dinheiro da história do País. As operações eram baseadas na criação de empresas de fachada em paraísos fiscais, no envio de remessas de dinheiro ao exterior e na lavagem de dinheiro. As operações movimentaram milhões de dólares entre 1993 e 2003.

O livro aponta que em uma dessas operações de resgate de dinheiro, José Serra teria comprado a casa em que vive até hoje, em um bairro luxuoso da cidade de São Paulo. Assim, empresas ligadas aos tucanos desviavam verbas para esses paraísos fiscais e depois resgatavam o dinheiro para usar no Brasil.

Amaury relata que para chegar às fraudes financeiras cometidas pelos tucanos rastreou documentos em cartórios de títulos e juntas comerciais.

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Protógenes coletou assinaturas para a CPI da Privataria, que atingiu mais de 171 assinaturas.

Serra no comando

Segundo o livro, o principal articulador da rede foi o ex-ministro José Serra (PSDB), que chefiou o Plano Nacional de Desestatização. “Ainda são protagonistas dessas operações bilionárias a filha e o genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, além de Gregório Marin Preciado, casado com uma prima do tucano. A filha de Serra era sócia de Verônica Dantas, filha do banqueiro Daniel Dantas, indiciado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal em 2008”, afirma recente matéria publicada no hebdomadário Brasil de Fato.

Ambas possuíam três empresas chamadas Decidir, que foram utilizadas para trazer US$5 milhões do Citibank ao Brasil pelo trajeto Miami-Caribe-São Paulo. Isso seria uma forma de propina por favorecimento nas privatizações, já que o Citibank comprou parte da Telebras associado a Daniel Dantas. O livro também relata que o marido de Verônica Serra usou uma empresa do Caribe para injetar R$7 milhões em outra empresa no Brasil. As duas se chamam IConexa. Há um indício de que as transferências foram feitas por meio da compra de ações da empresa brasileira pela sua homônima caribenha: a ata de uma assembleia de acionistas da IConexa de São Paulo, assinada duas vezes pelo marido de Verônica, sendo uma como pessoa física e outra como representante da IConexa do Caribe.

Isso leva a crer que o marido de Verônica e a IConexa do Caribe eram os únicos acionistas da IConexa de São Paulo. O capital da empresa na data da assembleia era de R$5,4 milhões. Não há como saber qual era a porcentagem de cada sócio. Em sendo a IConexa do Caribe amplamente majoritária, é possível que tenha comprado a maior parte do capital da IConexa de São Paulo como meio de remeter o dinheiro para o Brasil. Mais tarde, o capital da IConexa de São Paulo foi aumentado para R$7 milhões, totalizando a soma que, segundo o livro, foi trazida do Caribe pelo marido de Verônica.

Os Jereissati

Outro importante operador do esquema de desvios é Ricardo Sérgio de Oliveira (“o chefe da lavanderia do tucanato”, segundo Amaury), ex-diretor do Banco do Brasil nos anos FHC. Oliveira recebeu US$410 mil da empresa Infinity Trading, controlada pelo Grupo Jereissati (pertencente à família do ex-senador tucano Tasso Jereissati). Os US$410 mil seriam propina em troca de favorecimento na compra da Telemar, empresa de telefonia privatizada em 1998.

Enquanto era diretor do Banco do Brasil com influência na gestão dos fundos de pensão de estatais, as empresas de Ricardo Sérgio apresentaram aumento de faturamento, principalmente em função de negócios com os próprios fundos de pensão. Para a Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, as empresas dele venderam um prédio por R$62 milhões. Da Petros, fundo dos funcionários da Petrobras, compraram dois prédios por R$11 milhões. O dinheiro da compra do prédio da Petros veio de uma empresa de fachada caribenha.

Em outro caso de dinheiro ilícito ligado às privatizações, o livro A privataria tucana aponta que dois ministros de FHC disseram ter ouvido do líder do consórcio comprador da Vale que Ricardo Sérgio exigiu dele uma comissão.

Espionagem

O livro afirma ainda que José Serra, desde seu período à frente do Ministério da Saúde, utilizou os serviços de arapongas, pagos com dinheiro público, para criar dossiês contra adversários políticos. O grupo de Serra faria grande uso da tática da contra-inteligência, isto é, manobras diversionistas, antecipação e esvaziamento de possíveis denúncias e vitimização perante a opinião pública.

O livro também destaca como adversários políticos do mesmo partido praticaram guerras de espionagem e contra-espionagem entre si nos bastidores, tanto no PSDB (no caso, entre José Serra e Aécio Neves) como no PT (entre Fernando Pimentel e Rui Falcão).

José Serra teria comandado uma central para tentar dizimar a pré-candidatura de seu correligionário, Aécio Neves, à Presidência da República em 2010. Naquele ano, Serra foi candidato e perdeu o pleito para Dilma Rousseff.

Resumo didático da privataria tucana