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Terrorismo eleitoral volta com força para 2014

21 de maio de 2013

Eleicoes2014_Terrorismo

O boato sobre fim do Bolsa Família não é o primeiro – e certamente não será o último – a arrepiar o Brasil. Nos tempos da inflação alta havia o “boato da quinta-feira”, como classificou Delfim Netto. A intenção era criar cenário para a especulação. Hoje, espalha-se na mídia tradicional que o desemprego ronda a economia, mas na verdade houve a criação de 200 mil novas vagas no mês de abril. Jornais e tevês propagandeiam disparada da inflação, mas taxa de 6,49% para os últimos 12 meses a coloca na meta. Em 1989, Lula foi carimbado como futuro sequestrador da poupança, porém o gesto foi praticado por Fernando Collor. Em 2010, Fernando Haddad viu-se alvo de um disparo virtual de um colaborador da campanha de José Serra, segundo o qual o Enem seria cancelado. A multiplicação da mentira sobre fim do Bolsa Família indica padrão do que será usado contra a reeleição de Dilma Rousseff: baixaria, confusão e risco às instituições. Boatos e rumores, afinal, são primos de atentados e violência.

Via Brasil 247

Brincar com o fogo dos boatos, mexer com os ânimos de multidões e colocar instituições em risco nunca deixaram de ser hábitos da política brasileira. A julgar pela desinformação jogada nas redes sociais, na sexta-feira, dia 17, de que o governo iria suspender, de imediato, os pagamentos do programa Bolsa Família, esse jogo deletério continua vivo, forte e em plena operação. A 17 meses das eleições presidenciais de outubro do próximo ano, o que se viu agora pode ter sido a repetição de um filme que tende, infelizmente, a não sair de cartaz até a hora do voto numa disputa que já se anuncia polarizada entre uma aglutinação de partidos de esquerda em torno da presidente Dilma Rousseff e seus adversários no canto oposto do ringue ideológico.

Na primeira eleição do Brasil pós-ditadura militar, em 1989, o então candidato Lula teve de se defender, em grande parte da campanha, desse adversário invisível. Correu de boca em boca, não se sabe a partir de qual ponto inicial, que Lula iria sequestrar a poupança dos brasileiros. Na verdade, o gesto foi praticado, no primeiro dia de governo, por seu adversário Fernando Collor, que venceu a disputa em segundo turno.

Dois anos atrás, quando escalava rapidamente as taxas de intenção de votos nas pesquisas eleitorais, o hoje prefeito de São Paulo Fernando Haddad foi alvo do mesmo veneno. A partir de um disparo nas redes sociais, espalhou-se na reta final de uma eleição disputada cabeça a cabeça que o exame do Enem estava cancelado. Soube-se, pouco mais tarde, que o boato saíra de um programador terceirizado da campanha do tucano José Serra, mas até que se provasse a origem, todo o ônus dos desmentidos recaiu sobre o governo e a campanha petista.

Boato da quinta-feira

Não é apenas na política que os boatos são usados como arma para a instalação de grandes celeumas. Nos tempos da inflação disparada, na década de 1980, os rumores sobre medidas econômicas radicais eram sempre espalhados num determinado dia da semana, quase todas as semanas. “É o boato da quinta-feira”, divertia-se o ex-ministro Delfim Netto, que passou a desdenhar da insistência com que as informações falsas eram transmitidas.

Mais recentemente, boatos passaram a circular às sextas-feiras, especialmente em Brasília, envolvendo os temas das capas das revistas semanais que circulam aos sábados. Durante o governo Lula, o diz-que-diz-que demolidor sobre escândalos no governo era constantemente assoprado na forma de descobertas espetaculares feitas por jornalistas, ora da revista Veja, ora da concorrente Época, dos grupos Abril e Globo. Mas o volume de rumores sempre foi muito maior do que o da informação verdadeira.

Antes dos boatos, o Brasil, igualmente no período da redemocratização, viveu a fase dos atentados. Para impedir a abertura política, personagens ligados ao regime militar passaram, nos anos de 1980, a incendiar bancas de jornais, em grandes cidades, que vendiam jornais legais de partidos políticos que ainda era clandestinos. Uma carta-bomba, no mesmo período, foi enviada à sede da OAB no Rio de Janeiro, matando a secretária Lídia Monteiro. Durante as eleições para governadores de Estado, em 1982, julho tornou-se um mês de apagões de energia, cujas justificativas técnicas nunca foram apresentadas. Percebe-se, assim, que violência e boatos são primos.

Economia fustigada

Antes do boato sobre o fim do Bolsa Família, o mercado financeiro, dois meses atrás, foi abalado pela circulação de rumores, em torno de um discurso da presidente Dilma no exterior, de que o governo passara a não ter mais interesse em controlar a inflação. O resultado foi uma intensa movimentação especulativa no mercado de juros. Na reunião seguinte do Copom, para discutir a elevação ou não da Selic, o que se viu foi uma subida de 0,5 ponto na taxa, para muitos com relação direta ao boato motivacional.

Há boatos correntes, estampados na mídia tradicional quase todos os dias, sobre a explosão da inflação. O que se vê de verdade, porém, é uma taxa dentro da meta, no mês passado de 6,49% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Outro boato permanente, que tem servido de base de análise para muitos colunistas da mídia tradicional, especialmente na televisão, e mais particularmente na TV Globo, versa sobre a queda nos níveis de emprego da economia brasileira. O número divulgado por Dilma na segunda-feira, dia 20, no entanto, dá conta de quase 200 mil vagas novas de trabalho tendo sido criadas no mês de abril – e 4,1 milhões desde o início do seu governo. Os rumores, no entanto, são os de que a saúde da economia brasileira está por um fio.

O problema de boatos e rumores é o de que eles têm o poder, muitas vezes, de serem como profecias auto-realizáveis. A corrida aos guichês da Caixa Econômica Federal, no sábado, dia 18, poderia ter acarretado no desastre de saques bilionários, o que afetaria a condição financeira de qualquer instituição. Houve agências em que, com medo de tumultos, os gerentes aceitaram pagar benefícios antecipadamente para não terem as instalações depredadas.

O boato que a presidente Dilma classificou de “absurdamente desumano” e “criminoso” teve apenas uma consequência de verdade: reafirmou a força popular do próprio Bolsa Família, um programa assistencial que teve um embrião tímido no governo tucano de Fernando Henrique, mas que foi dinamizado na gestão de Lula e ampliado na administração Dilma. O povo que correu às agências da Caixa sabe que essa conquista, a depender do resultado das eleições presidenciais de 2014, efetivamente pode ser ameaçada. Até lá, o boato é apenas um boato, já desmentido, e um crime.

Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre o início das investigações, pela Polícia Federal, sobre a origem do boato contra o Bolsa Família.

PF abre inquérito para apurar origem de boatos envolvendo o Bolsa Família

Luciano Nascimento, repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal vai investigar a origem dos boatos sobre a suspensão dos benefícios do Programa Bolsa Família. O inquérito foi aberto hoje (20) por determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Após os boatos, a Caixa Econômica Federal registrou 920 mil saques de beneficiários do programa, somente no final de semana. Foram sacados R$152 milhões, informou a Caixa. De acordo com a instituição, o total de saques ocorridos até esta segunda-feira segunda será confirmado amanhã (21), depois de fechar os registros feitos nos terminais de autoatendimento.

A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje os boatos em torno do Bolsa Família e assegurou o compromisso do seu governo com o programa. “Queria deixar claro que o compromisso do meu governo com o Bolsa Família é forte, profundo e definitivo”, disse a presidenta durante cerimônia que marcou o início da operação do navio-petroleiro Zumbi dos Palmares, no Porto de Suape, em Pernambuco.

“É algo absurdamente desumano o autor desse boato. Além de ser desumano, ele é criminoso. Por isso colocamos a Polícia Federal para descobrir a origem do boato, que tinha por objetivo levar a intranquilidade a milhões de brasileiros que nos últimos dez anos estão saindo da pobreza extrema”, ressaltou a presidenta da República.

José Serra está entregue às togas

23 de outubro de 2012

Saul Leblon, via Carta Maior

O tucano José Serra esgotou seu repertório antes de terminar a campanha. Seu maior problema nesses dias que restam da disputa em São Paulo é decifrar o enigma: o que mais dizer ao eleitor que não o ouviu até agora?

A percepção mais grave é que sua narrativa perdeu significado para o próprio PSDB. Pior: a imensa rejeição que atrai tornou-o um estorvo ambulante para o futuro do partido.

A obsolescência contagiosa prenuncia-se em isolamento. Este se reflete nos recados de pavões partidários, sempre ágeis em se desvencilhar do legado de uma derrota. Sobretudo, quando tende a deixar sequelas na opinião pública simpatizante da legenda.

FHC e Sérgio Guerra vazam desapontamento com a condução das coisas em São Paulo. Contabilizam como erro primário a fusão da candidatura com a agenda da intolerância.

O horizonte de uma vitória tucana em São Paulo, associado a um termidor de malafaias, colocou em alerta parcelas da classe média que orbitam em torno do PSDB; adensou a percepção do partido como um agrupamento que age e urdi na base do vale tudo que condena.

Não só. Muitos consideram inábil a sôfrega exploração do julgamento em curso no STF pela campanha em São Paulo. Serra está distribuindo milhões de adesivos com o slogan “Diga não ao mensalão”. A panfletagem é uma parceria calculada com o calendário desfrutável do Supremo, que deve culminar esta semana com a deliberação de penas.

É o tour de force que lhe restou nas horas que correm. Pode significar um desastrado saque contra o futuro, na avaliação de analistas embarcados na sorte do PSDB.

A mão grande de Serra na cumbuca da Ação Penal 470 dessacraliza um trunfo nacional contra o PT em 2014. Ademais de argui-lo com uma derrota nas urnas em São Paulo, subtrai ao julgamento um cerimonial de ecumenismo e equidistância que o legitimaria. Cabos eleitorais togados poderão ir além do inexcedível espetáculo político eleitoral que emoldurou certos votos nas condenações decididas nesta segunda-feira?

Serra ignora limites e ponderações. A soberba é seu ponto forte. Do alto dela, o ex-governador menosprezou a importância de uma plataforma consistente para concorrer em São Paulo. Um aggionamento programático de seu perfil teria sido estratégico para suavizar as marcas ainda recentes de um abalroamento triplo, a saber:

a) a segunda derrota presidencial em 2010, desta vez para uma adversária que ele próprio definia como “um poste”;

b) o bom governo e a elevada aprovação popular que “o poste” exibe hoje, desautorizando-o como avalista de um desastre que não se consumou; e

c) o desastre executivo de proporções ferroviárias da gestão que bancou como a melhor para São Paulo – a de seu afilhado Gilberto Kassab, catalisador de um sentimento de rejeição quase unânime na cidade, expresso no desejo de mudança administrativa de 88% da população; sendo este o principal flanco da candidatura tucana.

O raciocínio político tosco é outro traço que os próprios amigos da Unicamp creditam a Serra. O ferramental rudimentar definiu o teto de sua liderança com um pé direito insuficiente para acomodar todo o PSDB e convencer a sociedade a lhe conceder a delicada tarefa de presidir a Nação.

A falta de grandeza e a moderada argúcia levaram-no ao erro de avaliação que pode selar agora sua despedida da política.

Serra apostou que o manejo do ódio ao petismo, do qual se tornou o maior expoente com a derrocada dos Demos, seria abastecido just in time pela artilharia do STF. A entrega de munição à campanha deste ano culminaria numa apoteose, com a definição das penas em plena boca de urna do 2º turno.

As togas fizeram e fazem a sua parte nessa guerra de politização da justiça e vice versa. Mas o excesso caramelado pelo jogral enjoativo do dispositivo midiático conservador torna qualquer enredo desinteressante; em certa medida, suspeito.

A trama caricata chega ao seu epílogo –deliberadamente associado ao desfecho das eleições– tropeçando em inconsistências que transpiram mais engajamento do que credibilidade.

É desse paiol molhado que depende a munição dos últimos dias de campanha de Serra.

Por tudo isso, seu futuro político está entregue às togas, muito mais do que o dos petistas que demoniza. Com uma desvantagem robusta nas pesquisas, o recurso reiterativo deve adicionar pouco à insuficiência já acumulada.

Não é inusitado na história que o algoz tenha o destino concebido às suas vítimas; não raro, como alma penada de um ostracismo sem similar. Serra preenche os requisitos para ser um desses vultos capturados pelas suas próprias armadilhas.

Desespero: Cabo eleitoral de Serra, Soninha xinga Haddad de “filho da p…” e diz que odeia o povo

20 de outubro de 2012

Depois, ao perceber a besteira que fez, Soninha recuou, mas já era tarde. Em seu blog, ela também disse que odeia o povo brasileiro. Leia a seguir.

Via CartaCapital em 19/10/2012

Candidata derrotada à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine (PPS) chamou o candidato Fernando Haddad (PT) de “filho da p…” em texto publicado em seu blog na sexta-feira, dia 19.

“Esses imundos [petistas] vêm dizer que nunca ninguém fez nada pelos pobres, e que eles fizeram muito pelos pobres. Repetem, repetem, repetem. Aí botam um cara na televisão dizendo exatamente isso: “Os tucanos nunca fizeram nada pelos pobres”. E aí vem no debate dizer “Vamos assinar um protocolo para que a campanha não tenha agressões?”. Filho da p…”, escreveu.

O termo já havia sido usado por Soninha na noite de quinta-feira, dia 18, durante debate na TV Bandeirantes, do qual participaram Haddad e José Serra, como puderam comprovar as pessoas que estavam próximas da ex-candidata. No debate, sentada na plateia, Soninha já se mostrava nervosa com o petista e o chamava de mentiroso. A ex-apresentadora da MTV declarou apoio a Serra no 2º turno. No 1º turno, petistas avaliavam que ela já atuava como “linha auxiliar” do tucano.

No texto em que xinga Haddad, Soninha reclama de jornalistas que, segundo ela, defendiam o petista e chamavam Serra de conservador. “Eles [jornalistas] afirmam que o Serra é conservador, que o Serra tem o apoio do [pastor Silas] Malafaia, então o meu eleitorado não vai me perdoar por escolher o Serra. O Maluf é progressista, por acaso? O Maluf defende os direitos humanos, o tratamento igual a todas as pessoas? Um jornalista de uma revista semanal teve a coragem de dizer “mas o Maluf não aparece na campanha”. Entende? Defendendo o Haddad.”

Após a publicação do texto, Soninha foi questionada por uma internauta a respeito da veracidade do xingamento em um site de perguntas e respostas. “Pode ser. Acho que sim. (Fui lá ver. Sim. Tava morrendo de raiva. Vou apagar)”, respondeu Soninha. Momentos depois, ela alterou o texto em seu blog e colocou um aviso aos leitores: “Pra quem veio aqui procurando um palavrão xingando o Haddad: apaguei. Estava com muita raiva e escrevi como falo [falo muito palavrão]. Podia ter dito simplesmente “SUJO”. No fim, substituí por “MUITO cinismo”. Era lá que estava o ‘filha da p.’”.

Abaixo, a imagem do texto original de Soninha:

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Soninha Francine declara odiar o povo brasileiro

Via Esquerdopata

Baixaria: Site fake de Haddad induz eleitor a confundi-lo com site oficial do candidato

19 de outubro de 2012

A página na internet com críticas a Haddad foi divulgada pelo Twitter de um assessor do senador Aloysio Nunes (PSDB).

Via SpressoSP

O assessor do senador Aloysio Nunes, Jota Guarabira, divulgou na quarta-feira, dia 17, por meio de seu Twitter, um site denominado PropostasHaddad13, que faz críticas aos projetos do candidato petista.

Guariba divulgou o site com ataques a Fernando Haddad da seguinte maneira: “Conheça as propostas do Haddad, o candidato do mensalão e dos mensaleiros ‪http://propostashaddad13.blogspot.com.br/”.

O site em questão utiliza a mesma tipologia, cores e logotipo utilizados no site oficial e em todo material de campanha de Fernando Haddad. O nome do site e as semelhanças com os materiais da campanha petista podem levar o eleitor a acreditar que está diante de um site ligado ao PT.

Entre as críticas a Haddad, o site afirma que ele vai criar a “taxa do asfalto”, que vai acabar com atendimento no Hospital Tiradentes e Hospital de M’Boi Mirim, que vai acabar com as AMAs e aumentar o IPTU. Entretanto, nenhuma das críticas apresenta provas ou mesmo declarações que as fundamentem.

Um dos posts diz que o candidato Fernando Haddad não irá investir no Metrô, afirmação contrária às declarações do candidato petista. O texto justifica a afirmação apenas afirmando que o PT vai se recusar a estabelecer parcerias com o governo estadual.

“Marta Suplicy investiu UM REAL no metrô, durante quatro anos. Um real. Isso não é investimento, é tirar sarro da cara da população. É pior do que não investir nada. E Haddad não vai investir nada, porque o PT vai se recusar em parceria com o governador do Estado, somente porque ele não é de um partido aliado. É assim que o PT funciona”, diz o texto.

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TRE/SP determina retirada do ar de blog crítico às propostas de Haddad

Via Última Instância

A Justiça Eleitoral de São Paulo concedeu liminar ao pedido feito pelo candidato Fernando Haddad (PT) para que a Google Brasil providencie a imediata retirada do ar do blog Propostas Haddad 13, que aparenta pertencer ao candidato. A decisão, tomada pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo Henrique Harris Júnior, determina ainda que a empresa forneça o identificador do responsável pelo blog, bem como o provedor. O descumprimento da decisão acarreta multa diária de R$5 mil à companhia. O
Google Brasil pode recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SP).

Harris Júnior afirma, em sua sentença, que, na análise preliminar da causa, verifica-se referência negativa à candidatura de Haddad por meio de supostas propostas de governo atribuídas a ele. Segundo o juiz, as mensagens são “passíveis de enquadramento, em tese, como ofensivas e sabidamente inverídicas, inclusive com o emprego de imitação das fontes, cores e símbolos utilizados na sua campanha”.

O Google tem 48 horas para apresentar defesa. O mérito da representação ainda será julgado.

Eleições 2012: O velho e conhecido Serra

29 de agosto de 2012

Pelo tom adotado na campanha, parece que baixou o desespero no comitê serrista.

Carlos Motta

Já vi muita baixaria em campanhas políticas. A de Collor para presidente, por exemplo, foi um lixo, com os boatos que sua turma espalhava. Um dos mais desprezíveis foi o que dizia que, se Lula fosse eleito, as pessoas teriam de dividir seus imóveis com quem não tivesse onde morar.

Na eleição passada, José Serra caprichou na baixaria, espalhando infâmias sobre infâmias por todos os meios possíveis: via internet, via Igreja, via panfletos apócrifos.

Nesta, para a prefeitura paulistana, ele voltou com tudo e se supera.

Os ataques que faz à proposta do Bilhete Único Mensal, de Fernando Haddad, revelam todo o desequilíbrio de seu estafe, inteiramente contaminado pelo modus operandi do candidato. Pelo tom adotado, parece que baixou o desespero no comitê serrista.

A peça que colocou em seu site é um verdadeiro acinte à inteligência do eleitor, um desrespeito ao cidadão comum, que é obrigado a utilizar o péssimo e caro transporte público paulistano, e uma afronta a quem espera que uma campanha eleitoral sirva para, pelo menos, os candidatos debaterem seus projetos.

É também um tiro no pé.

Serra se colocou inteiramente a reboque da campanha do PT. Limita-se a tentar desqualificar, do modo mais tosco e primitivo possível, as ideias do adversário.

No caso do Bilhete Único Mensal, um verdadeiro ovo de Colombo – como foi o Bilhete Único, criado na administração de Marta Suplicy –, Serra mostra que está anos-luz distante das necessidades do trabalhador e, portanto, da cidade que diz conhecer tão bem.

Em vez de mentir com tanta desfaçatez sobre a proposta, por que o genial, o competente, o preparado, o magnífico Serra não pensa em algo ainda melhor para ajudar o munícipe a suportar o terrível dia a dia que é obrigado a viver?

Por que ele não eleva o nível da campanha apresentando as suas propostas espetaculares para a cidade?

A resposta é simples: Serra não faz nada disso porque, como o escorpião da fábula, ele é compelido a espalhar a peçonha mesmo que isso implique seu suicídio.

Ele não tem culpa, é de sua natureza ser assim tão dissimulado, tão velhaco, tão baixo.

Leia também:

SerraCard: O bilhete que o PSDB oferece hoje aos paulistanos

Policarpo vai depor, mas é no tribunal, para socorrer o réu José Serra

16 de agosto de 2012

Zé Augusto, via Os amigos do presidente Lula

O jornalista Policarpo Jr., diretor da revista Veja, deporá às 14 horas do dia 6 de setembro como testemunha de defesa de José Serra (PSDB/SP), em tribunal de Brasília. Serra responde processo por crime de calúnia, decorrente das baixarias perpetradas na campanha eleitoral de 2010. Quando pedia votos no Rio Grande do Sul, deu entrevista ao jornal Zero Hora, repetindo calúnias sem pé nem cabeça contra o PT, acusando o partido de envolvimento com o narcotráfico, por intermédio das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A declaração delinquente levou José Serra ao banco dos réus na Ação Penal nº 6376-20.2010.6.21.0111, que corre na 111ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Sul. Para tentar escapar de condenação, Serra recorreu à Policarpo como testemunha. Presume-se que Serra queira usar “reporcagens” da revista como álibi para suas baixarias.

O problema é que, se o jornalista da Veja fizer afirmações caluniosas em juízo, corre o risco de entrar como testemunha e sair como réu, ao lado de José Serra, em outro processo. O que o deputado Miro Teixeira (PIG/RJ, ops…, PDT/RJ), opositor da convocação de Policarpo na CPI do Cachoeira, tem a dizer?

Por acaso Serra estaria violando a liberdade de imprensa ao convocar o testemunho de um jornalista – que deveria ser neutro – para depor a respeito de suas “reporcagens”?

Policarpo já depôs a favor dos interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira na Comissão de Ética da Câmara, no dia 22 de fevereiro de 2005. Agora, deporá a favor dos interesses de um político tucano. Por que não poderia depor também em um inquérito parlamentar para prestar esclarecimentos do interesse do povo brasileiro?

Não é só Miro Teixeira quem rebaixa o papel do Congresso Nacional para blindar a revista Veja na CPI. Segundo o noticiário, o PMDB também. O partido teria feito uma parceria com a revista para um não falar da corrupção do outro, o que é uma vergonha tanto para o jornalismo que combina esconder notícias, como para os peemedebistas perante seus eleitores.