A tônica da Folha: Atacar PT, poupar tucanato e manipular a opinião pública

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Para a Folha de S.Paulo o episódio da compra de votos para a reeleição de FHC parece ter sido espontânea, sem interessados no fato escabroso…Já na história do “mensalão”, o nome do PT foi direto para capa.

Via Palavras Diversas

Atualizado em 13 de novembro de 2013: A vergonhosa manobra editorial da Folha de S.Paulo, com ajuda da Globo, para proteger José Serra e Kassab do escândalo dos fiscais da prefeitura de São Paulo, são atos contínuos de um arranjo político do baronato da mídia para poupar seus aliados delinquentes e, tentar, incriminar seus adversários frente a opinião pública.

O palco final da manipulação, originada nos subterrâneos das redações conservadoras, sabe-se lá em quais termos ajuizadas e arranjadas, são as manchetes desinformadoras que jogam o nome do atual prefeito, da maior cidade do Brasil, Fernando Haddad, à julgamento público de suspeição de suas ações. Serra e Kassab passam incólumes no noticiário do malfeito de seus assessores investigados que desviaram milhões em propinas. Investigação originada, justamente, na gestão de Haddad. Até quando administrações públicas se curvarão aos interesses do poder midiático?

Investigar e denunciar casos de corrupção, baseadas em evidências, é um dos serviços mais importantes prestados pela imprensa à sociedade.

Mas informar com indignação e pautas seletivas, aí tem outro nome: manipulação da opinião pública.

A grande imprensa radicalizou seu papel partidário, neoliberal e conservador em seu ofício de [des]informar, não restam dúvidas quanto a isso.

A Folha de S.Paulo, decadente diário paulista e em crescente crise econômica e de credibilidade, tem se utilizado de uma prática muito peculiar na apuração e publicação de escândalos.

A imagem que abre esta postagem são duas capas deste jornal em que, em um caso, trata da compra de votos para reeleição de FHC no Congresso, sem citar o nome do presidente tucano ou de seu partido. Como se não houvessem interesses expressos para viabilizar o sucesso deste crime. O PSDB e seus aliados perderiam as eleições de 1998 para Lula se não tivessem aprovado, a toque de caixa, a emenda da reeleição para um presidente em exercício e durante o “jogo sendo jogado”.

Mas as acusações de Roberto Jefferson, réu confesso de ter recebido valores de campanha não contabilizados nas eleições de 2004, se tornam a manchete para incriminar o PT e toda sua coletividade.

Corrupção precisa ser denunciada e exposta, ponto pacífico.

Mas é preciso cuidado para verificar quais seriam os objetivos ocultos quando grandes meios de comunicação utilizam seus vastos e poderosos artifícios midiáticos para contabilizar ganhos políticos. Exagerando por um lado, omitindo por outro…

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A Folha de S.Paulo deixa bastante claro por qual lado atua, politicamente. A divulgação das pesquisas de opinião pública foram distorcidas para tentar salvar tucano e prejudicar petista…

O que está dito até aqui não é nenhuma novidade, isto é fato concreto, como afirmado tantas outras vezes, nem mais é um ato dissimulado, tem sido ostensivo e desajeitado.

Há uma grande disputa pelas versões midiáticas travadas entre governo federal e imprensa hegemônica. O governo vem perdendo esta batalha e ainda financia com bilhões de reais em publicidade oficial a sobrevivência destas corporações, enorme prejuízo, isto sem considerar a manutenção de um ineficiente ministro das comunicações, bajulador da imprensa conservadora, Paulo Bernardo.

E não é só a Folha de S.Paulo quem pratica manipulação contumaz para enganar e distorcer a realidade de seus leitores e audiência. Estadão, Veja, Globo também estão juntas nesta tarefa.

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Duas semanas após a revista IstoÉ divulgar o escândalo do desvio de dinheiro público do Metrô pelo PSDB, enfim a Folha de S.Paulo publicou uma matéria sobre o esquema criminoso. Mas não cita o nome do governador e nem o seu partido na manchete de capa…

Não é mera coincidência o fato dos sucessivos governos paulistas “ajudarem” a grande imprensa com a compra indiscriminada de assinaturas de jornais e revistas, grupo Folha, Abril, Estadão e Globo, para escolas e bibliotecas públicas de São Paulo com dispensa de licitação.

Ocorre que o artigo 25 da lei federal 8.666/93 determina que a inexigibilidade de licitação, está prevista nos casos em que houver inviabilidade de competição em razão de exclusividade na oferta. Como é possível que o governo de São Paulo possa determinar que revistas semanais e jornais diários, com pautas gerais, possam apresentar exclusividade na oferta de informação?

Os valores são altíssimos e talvez expliquem tamanha afinidade política, sem contar a publicidade oficial do Palácio dos Bandeirantes paga a estas empresas. Quem não se lembra da publicidade da Sabesp veiculada na televisão no Acre?

Confira abaixo os valores dos recentes contratos e a representação da Ação Educativa contra a nefasta prática dos governos tucanos:

Eis os contratos, datas e seus valores, de acordo com o Diário Oficial:

27/julho/2011Época

– Contrato: 15/00628/11/04

– Empresa: Editora Globo S.A.

– Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da revista Época, 52 edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.

– Projeto Sala de Leitura.

– Prazo: 365 dias

– Valor: R$1.203.280,00

– Data de Assinatura: 26/07/2011

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)

29/julho/2011IstoÉ

– Contrato: 15/00627/11/04

– Empresa: Editora Brasil 21 Ltda.

– Objeto: Aquisição pela FDE, de 5.200 (cinco mil duzentas) assinaturas da revista IstoÉ, 52 edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.

– Projeto Sala de Leitura.

– Prazo: 365 dias

– Valor: 1.338.480,00

– Data de Assinatura: 25/07/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)

3/agosto/2011 Veja

– Contrato: 15/00626/11/04

– Empresa: Editora Abril S.A.

– Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da revista Veja, 52 edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.

– Projeto Sala de Leitura

– Prazo: 365 dias

– Valor: R$1.203.280,00

– Data de Assinatura: 01/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)

6/agosto/2011Folha

– Contrato: 15/00625/11/04

– Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.

– Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas anuais do jornal Folha de S.Paulo, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.

– Projeto Sala de Leitura.

– Prazo: 365 dias

– Valor: R$2.581.280,00

– Data de Assinatura: 1º/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)

17/agosto/2011Estadão

– Contrato: 15/00624/11/04

– Empresa: S.A. O Estado de S.Paulo

– Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal O Estado de S.Paulo, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo.

– Projeto Salas de Leitura.

– Prazo: 365 dias

– Valor: R$2.748.616,00

– Data de Assinatura: 01-08-2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)

Total: R$9.074.936,00.

* Representação jornais revistas 2011 (1)

** Publicado originalmente em 4 de agosto de 2013

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2 Respostas to “A tônica da Folha: Atacar PT, poupar tucanato e manipular a opinião pública”

  1. A tônica da Folha: Atacar PT, poupar tucanato e manipular a opinião pública « EVS NOTÍCIAS. Says:

    […] See on limpinhoecheiroso.com […]

  2. bene nadal Says:

    Alô paulistas o governo do Estado de São Paulo, (PSDB), gasta por ano mais de R$ 9.000.000,00 em assinaturas de revistas e jornais que vocês nunca vão ler… Isso daria para construir em média 500 casas para famílias pobres todo ano. Se somado aos gastos com televisão e rádio, provavelmente os valores se multiplicam por três… É esse tipo de governo que vocês querem para 2014??? Pense nisso…

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