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João Paulo 2º, um dos futuros santos da igreja, colaborou com a CIA

12 de dezembro de 2013

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Com a sua canonização prevista para 2014, o papa João Paulo 2º, hoje na lista dos beatos católicos, foi um dos colaboradores mais leais da CIA.

Dermi Azevedo, via Carta Maior

Com a sua canonização prevista para 2014, o papa João Paulo 2º, atualmente na lista dos beatos católicos, foi um dos colaboradores mais leais da Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), antes mesmo de ser eleito para o pontificado católico romano. A sua primeira audiência como Papa foi dada ao diretor geral da agência norte-americana de informações, William Casey, em 1978.

O arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla, forneceu informações consideradas “valiosas” à CIA sobre a resistência polonesa ao regime comunista da Polônia. Esse apoio favoreceu substancialmente as atividades do sindicato Solidariedade, liderado pelo metalúrgico Lech Walesa e representou a última pá de cal no fim do regime polonês.

Memórias

O ex-diretor da CIA e ex-embaixador dos EUA no Brasil, general Vernon Walters, apresenta, em suas memórias, alguns exemplos desse entendimento entre o Vaticano e a Casa Branca.

Walters – que era vice–diretor geral da CIA – afirma que uma das principais preocupações do presidente Ronald Reagan era a de manter o Papa informado sobre as despesas militares dos EUA. Nesse sentido, determinou que esse embaixador se reunisse de dois em dois meses, com João Paulo 2º, no Vaticano.

Um detalhe: o diplomata deveria levar consigo fotografias via satélite dos países do bloco soviético e das regiões estratégicas para Washington. Afirma que, numa dessas audiências, mostrou ao Papa uma base soviética, supostamente com 13 silos contendo centenas de mísseis. “Santidade, cada míssil possui 10 ogivas. O que o senhor está vendo corresponde à morte de 130 cidades norte-americanas ou europeias”. Walters diz que o Papa afirmou: “Compreendo exatamente o que o senhor apresenta”.

O general Walters foi também embaixador dos EUA no Brasil nos anos 70, no auge da repressão da ditadura de 1964.

Colaboração antiga

A colaboração de João Paulo 2º com a CIA aconteceu também nos anos 80 com dois objetivos: desestabilizar o governo sandinista da Nicarágua e desautorizar a Teologia da Libertação. As duas metas foram atingidas e somente agora, com a eleição do papa Francisco I, essa corrente teológica foi oficialmente reabilitada.

Aliança de interesses

Tanto diplomatas norte-americanos, quanto do Vaticano, descrevem a relação estreita entre os dois interlocutores como uma “aliança de interesses”. A Casa Branca pretendia favorecer a Igreja Católica Romana na sua política de expansão da sua hegemonia especifica. E o Vaticano, atendia também ao propósito dos EUA de avançar na sua política também expansionista e hegemoniza.

CIA foi decisiva para a prisão de Mandela em 1962

10 de dezembro de 2013

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Agente infiltrado no Congresso Nacional Africano (CNA) deu todas as informações à polícia sul-africana, segundo o The New York Times.

Via Esquerda.Net

O The New York Times revelou em 1990 que a CIA desempenhou um importante papel na prisão de Mandela em 1962. A agência, usando um agente infiltrado no Congresso Nacional Africano (CNA), deu à polícia sul-africana informações precisas sobre as atividades de Mandela. Segundo o diário norte-americano, um agente da CIA relatou: “Entregamos Mandela à segurança da África do Sul. Demos-lhes todos os detalhes, a roupa que ele estaria a usar, o horário, o exato local onde ele estaria”.

Thatcher e a terra do faz de conta

Em 1987, quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva alinhou Portugal à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos num voto contra o fim do apartheid e a libertação de Nelson Mandela, a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher dizia: “O CNA [Congresso Nacional Africano, partido de Mandela] é uma típica organização terrorista… Qualquer um que pense que ele vá governar a África do Sul está a viver na terra do faz de conta”.

Reagan dizia que apartheid era essencial para o mundo livre

Nos Estados Unidos, a opinião sobre Mandela não era diferente: o presidente Ronald Reagan inscreveu o CNA na lista de organizações terroristas. Em 1981, Reagan disse que o regime sul-africano – o regime do apartheid – era “essencial para o mundo livre”. Reagan explicou à rede de TV CBS que o seu apoio ao governo sul-africano se devia a que “é um país que nos apoiou em todas as guerras em que entrámos, um país que, estrategicamente, é essencial ao mundo livre na sua produção de minerais.”

Mandela precisava de autorização especial para entrar nos EUA

Só em 2008, Mandela e o CNA deixaram a lista norte-americana de organizações e terroristas em observação. Até então, Mandela precisava de uma permissão especial para viajar para os EUA.

Outro país que se manteve ligado ao regime segregacionista sul-africano foi Israel. Durante muitos anos, o governo israelita manteve laços económicos e relações estratégicas com o regime do apartheid. Nesta sexta-feira, o governo israelita lamentou a morte de Mandela afirmando que o “mundo perdeu um grande líder que mudou o curso da história” e que ele foi um “apaixonado defensor da democracia”.

“Eu também era um terrorista ontem.”

Em entrevista ao jornalista Larry King em 2000, o próprio Mandela falou sobre esta mudança de tratamento. “É verdade. Ontem, chamavam-me terrorista, mas quando saí da cadeia, muitas pessoas me abraçaram, incluindo os meus inimigos, e é isso que digo habitualmente às outras pessoas que dizem que os que lutam pela libertação dos seus países são terroristas. Digo-lhes que eu também era um terrorista ontem, mas, hoje, sou admirado pelas mesmas pessoas que me chamavam terrorista”.

***

Leia também:

Por que Dilma foi escolhida para falar na homenagem a Mandela

Aqui jaz um homem que cumpriu seu dever na Terra

“Esmagar insetos”: A moral dos drones

16 de novembro de 2013

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Luiz Felipe de Alencastro em seu blog

O uso sistemático dos veículos aéreos não tripulados (Vant) – também chamados drones –, como armas de espionagem e de guerra muda o quadro militar, geopolítico e jurídico dos conflitos internacionais.

No plano militar o avanço deste tipo de armas é avassalador. Dentro de dez anos, um terço das missões da força aérea norte-americana será executado pelos drones. Atualmente, a Força Aérea dos Estados Unidos tem 2.300 aviões, mas o Pentágono (ministério da Defesa) dispõe de 10 mil drones equipados para fotografar, filmar e matar. Milhares de outros drones são utilizados pela CIA (sigla em inglês para Agência Central de Inteligência) e outras forças de segurança norte-americanas.

Além de ser mais baratos que os aviões de caça, os drones são operacionalizados mais rapidamente. Enquanto um piloto de caça leva dois anos para ser formado, um operador de drone habilita-se com um ano de treinamento. Da mesma forma, um caça só voa durante duas horas. Mas um drone de ataque, como o Predator, armado de mísseis, pode voar 14 horas. Global Hawk, o drone de espionagem celebrizado na caça a Bin Laden, voa até 36 horas seguidas. Um especialista citado no documentário Rise of the drones (2013), do norte-americano Peter Yost, pondera que o uso militar dos drones está só no início, mais ou menos no ponto em que estavam os teco-tecos no final da Primeira Guerra Mundial.

Muitos outros países possuem drones de ataque. Outros, como o Brasil, têm drones de filmagem para o controle de fronteiras e de trânsito. Sem contar as duas centenas de drones privados (monitoramento de lavouras, obras de engenharia, projetos imobiliários) que, segundo o site G1, voam sem autorização nos céus brasileiros, visto que é proibido o voo comercial e em zonas urbanos.

Muito mais graves são os problemas jurídicos ligados ao uso militar dos drones. Oficialmente, os Estados Unidos só lançam ataques de drones no Afeganistão, onde as operações militares foram autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Na prática, a CIA também faz reides mortais no Paquistão, no Iêmen e na Somália. Como declarou um especialista, atacar mais de 300 vezes um país com os drones configura um ato de guerra que teria de ser autorizado pelo Congresso norte-americano, o que não é o caso.

Paralelamente, o número crescente vítimas civis, atingidas pelos mísseis dos drones em operações sem nenhum enquadramento legal, suscitas críticas cada mais duras dentro e fora dos Estados Unidos. Quanto às questões éticas referentes à matéria, basta lembrar o significado subjacente ao nome que certas autoridades norte-americanas dão aos ataques de drones na Ásia Central e na Península Arábica.

Sempre controlados e analisados de muito longe, das salas operacionais confortavelmente situadas em vários pontos dos Estados Unidos, esses ataques são chamados de “bugsplat”, em bom português, “esmagar insetos”.

CIA faz devassa em busca do mapa da mina

10 de outubro de 2013

Seja_Feita_Livro01Saul Leblon, via Carta Maior em 7/10/2013

A notícia de que a CIA realizou uma verdadeira devassa no Ministério das Minas e Energia, agora num mutirão com o serviço secreto canadense, confirma uma tradição. A agência é um labrador dos interesses norte-americanos em busca do mapa da mina brasileira –no caso, mais literal que metafórico.

Um livro de mil páginas lançado no Brasil em 1998, Seja feita a vossa vontade, dos jornalistas norte-americanos Gerard Colby e Charlotte Dennett, detalha, sem muita repercussão então, a abrangência, os métodos e a intensidade das violações cometidas pelos EUA para avaliar e controlar recursos do subsolo brasileiro.

O livro foi lançado num momento sensível, digamos assim, o que talvez explique sua repercussão contida na emissão conservadora. Um ano antes, o governo FHC havia privatizado a Vale do Rio Doce, o primeiro e um dos mais polêmicos episódios de uma série.

O valor da venda, em torno de R$3,3 bilhões então, seria superado, com folga, pelo lucro anual de uma das maiores mineradoras e detentoras de jazidas do planeta.

Em Seja feita a vossa vontade, Colby e Charlotte não tratam da Vale. Mas mostram o entrelaçamento entre a cobiça privada de Nelson Rockefeller e os serviços de espionagem dos EUA na rapinagem das riquezas minerais do país.

Nessas investidas, Rockefeller e a CIA não hesitariam em recorrer a missionários para dominar áreas indígenas, bem como agir para derrubar governos que colocassem obstáculos às suas operações e negócios.

Os golpes, de 1954, contra Getulio, frustrado pelo seu suicídio, e aquele contra Jango, dez anos mais tarde, segundo os jornalistas, tiveram o dedo de Rockefeller diretamente.

As denúncias atuais, baseadas em informações vazadas por Edward Snowden, que vem se somar às já veiculadas tendo como alvo a Petrobrás, mostram uma grau de ousadia ímpar.

A desfaçatez, no caso do pente fino nas Minas e Energia, pode estar associada à pressa em obter informações estratégicas, antes da votação do novo Código Mineral proposto pelo governo.

Ademais de elevar alíquotas de royalties, o projeto em negociação no Congresso, transfere a uma estatal o gerenciamento público da pesquisa no país.

Hoje vale a lei do velho oeste: quem chegar primeiro, registra e tem o direito de lavra. E pode dormir sobre uma reserva de mercado à espera de valorização das cotações, frequentemente em detrimento das urgências do país. Como aconteceu durante anos com minas de fosfato detidas pela iniciativa privada.

Talvez a devassa da CIA e dos canadenses tenha exatamente o objetivo de abastecer os congêneres atuais de Rockefeller com o máximo de informações possíveis para obtenção de registros. Antes de vigorar a nova lei.

Em 2000, Colby e Charlotte concederam uma entrevista a Kátia Melo, da IstoÉ, sobre suas investigações. Alguns trechos, abaixo, revelam a extensão dos interesses por trás de uma ação da CIA:

Colby – Como presidente do Grupo Especial do Conselho Nacional de Segurança [Nelson Rockefeller], conhecia todos os segredos da CIA e suas atividades, incluindo tentativas de assassinatos, experimentos de controle da mente, envolvimentos em golpes.

Charlotte – Se você quer ter recursos naturais e expandir seus negócios, precisa do serviço de inteligência. Precisa saber com quem está lidando e quais são os obstáculos que irá enfrentar. E fica claro no livro que Rockefeller obteve um considerável avanço em seus negócios depois de conseguir essas informações como coordenador das políticas interamericanas.

Colby – Em cada país, incluindo o Brasil, Rockefeller instaurou um conselho local administrativo formado por empresários dos países latinos e empresários norte-americanos que nesses países residiam. Eram essas pessoas que passavam a ele informações sobre como atuar no país e como implementar seus programas. Mas o mais importante era como ganhar suporte dos governos para seus projetos. Esses contatos que ele fazia se estenderam para a área militar, como com o general Eurico Gaspar Dutra, que foi operacional no golpe de 1945 contra o presidente Getúlio Vargas. Quando assumia cargos públicos, Rockefeller estabelecia contatos que depois ele usava como empresário.

Colby – […] a CIA ainda retém em seu poder a maior parte desses documentos. Nos papéis que conseguimos, descobrimos que os homens de Rockefeller no Brasil tinham entre 1964 e 1969 uma ligação direta com o Serviço Nacional de Informação (SNI).

Charlotte – Rockefeller estava sempre nos bastidores nos grandes momentos da política brasileira. Em 1945, no golpe que depôs Vargas, a pessoa-chave era Adolf Berle, o embaixador norte-americano no Brasil e o protegido de Nelson Rockefeller. Depois veio o golpe de 1964 e lá estava ele agindo novamente.

Charlotte – Vargas e Jango foram os grandes obstáculos para Rockefeller realizar o que chamava de o “sonho brilhante”, o plano de desenvolvimento da Amazônia. Jango o incomodava muito porque denunciava os ricos na Amazônia, entre eles o coronel John Caldwell King, que mais tarde tornou-se o grande homem da CIA em toda a América Latina.

Colby – King também era o chefe da operação que mandava dinheiro dos EUA para o Brasil para financiar os projetos aos golpistas. A CIA também controlava as operações de financiamento para projetos no Nordeste. E a Corporação Internacional de Economia Básica (Ibec), comandada por Rockefeller no Brasil, também foi acusada de distribuir dinheiro antes do golpe contra Jango (um relatório da CIA menciona em até US$20 milhões).

Inclusive foi a Ibec que escreveu as leis bancárias do Brasil para estabelecer linhas de crédito mais flexíveis a negociações para continuar com as operações na Amazônia, anunciada pelos generais brasileiros.

Charlotte – Ele [Rockefeller] acreditava que o desenvolvimento da Amazônia daria um novo respiro econômico aos EUA, assim como foi a colonização do Oeste norte-americano.

Charlotte – Cheguei a ler memorandos de Rockefeller para seus assessores em 1963 que diziam que Kennedy não estava cooperando. E ele colocava Kennedy e João Goulart na lista das pessoas que eram obstáculos para seus objetivos. Kennedy morreu em novembro de 1963 e Goulart sofreu um golpe em março de 1964.

Charlotte – Simplesmente a proteção dos interesses norte-americanos. E isso faz parte da História. As corporações norte-americanas sempre quiseram estabilidade para seus investimentos. E por isso apoiam os governantes que se alinham com o pensamento norte-americano. Caso saiam da linha, pagam as consequências.

Agentes da CIA conseguem atuar livremente no Brasil

20 de setembro de 2013

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Marco Antônio Martins, via DefesaNet

Pelo menos uma vez por semana, dois agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, chegam a um dos prédios da Polícia Federal em Brasília, no setor policial sul da capital. Em menos de cinco minutos, eles passam pela portaria e se dirigem a uma reunião em um dos edifícios onde ficam os cerca de 40 agentes brasileiros da Divisão Antiterrorismo (DAT).

A desenvoltura dos norte-americanos não é por acaso: ali, os computadores, parte dos equipamentos e até o prédio, dos anos 90, onde estão reunidos e trabalham os policiais que investigam terrorismo no Brasil, foram financiados pelos EUA.

Nas duas últimas semanas, a Folha entrevistou policiais federais, militares da inteligência do Exército e funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

Todos admitem que os acordos de cooperação entre a Embaixada dos EUA e a PF são uma formalidade. E que, na prática, os norte-americanos têm atuação bastante livre em território brasileiro. Procurada, a Embaixada dos EUA no Brasil não se pronunciou.

Segundo a Folha apurou, a atuação da inteligência norte-americana no Brasil não se limita à espionagem eletrônica, revelada em documentos do ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) Edward Snowden.

Os norte-americanos estão espalhados pelo país atrás de informações sobre residentes no Brasil, brasileiros ou não. Eles dão a linha em investigações e apontam quem deve ser o alvo dos policiais federais, dizem essas fontes.

Na prática, os norte-americanos acabam se envolvendo em operações das mais diversas.

Em 2004, por exemplo, a Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha que atuava em fraudes contra o Ministério da Saúde na compra de medicamentos, teve participação da CIA.

Em 2005, os norte-americanos estiveram diretamente envolvidos no rastreamento do lutador de jiu-jítsu Gouram Abdel Hakim, suspeito de pertencer a uma célula da rede terrorista Al Qaeda.

Polêmica
A parceria entre a Embaixada dos EUA e a Polícia Federal – formalizada por meio da assinatura de um memorando em 2010, mas ativa na prática desde muito antes disso – é polêmica.

Um de seus críticos é o ex-secretário nacional Antidrogas Walter Maierovitch. “Opinei pela não oficialização do convênio, em relação às drogas, porque era um acobertamento para a espionagem desenfreada, sem limites”, lembra Maierovitch.

À época, a justificativa para o convênio era que o auxílio entre norte-americanos e brasileiros serviria para o combate às drogas. Depois do 11 de Setembro, no entanto, o foco passou a ser o terrorismo.

Os norte-americanos mantêm escritórios próprios no Rio, com a justificativa da realização da Copa do Mundo e da Olimpíada de 2016, e em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, para vigiar a atuação das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na fronteira.

“O que mais tem é norte-americano travestido de diplomata fazendo investigação no Brasil”, afirma o policial federal Alexandre Ferreira, diretor da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).

Cinco bases da PF para o combate ao terrorismo funcionam hoje no país – no Rio, em São Paulo, em Foz do Iguaçu e em São Gabriel da Cachoeira. Todas contam com equipamentos e tecnologia da CIA para auxiliar nos trabalhos, e há agentes norte-americanos atuando em parceria com os brasileiros.

“O problema não é a parceria. O problema é do Brasil, que não faz o dever de casa e não se protege contra esse ‘amigo’ que busca, na verdade, seus interesses”, diz o professor Eurico Figueiredo, do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense).

ATUAÇÃO DA CIA NO BRASIL
O acordo
O acordo entre a Polícia Federal e a Embaixada dos Estados Unidos foi formalizado em 2010.

Representantes
Quem representa o governo norte-americano no acordo é a CIA, a Agência Central de Inteligência. Na PF é a Divisão Antiterrorismo (DAT).

Objetivo
A cooperação técnica prevê intercâmbio, compartilhamento, transferência de conhecimento, apoio de qualquer natureza e fomento de programas, projetos e ações voltados para o combate ao terrorismo.

Investimento
O acordo não prevê financiamento de nenhum programa.

Benefícios
Policiais federais contam que os computadores do DAT foram doados pelos norte-americanos. Em cursos nos Estados Unidos, os policiais brasileiros ganham dos norte-americanos a hospedagem e o aluguel de carros durante o período de estudo.

DAT/CIA
As unidades dividem três bases no país: São Paulo, Foz do Iguaçu (PR) e São Gabriel da Cachoeira (AM). As reuniões semanais em Brasília acontecem em prédio construído com ajuda dos norte-americanos na década de 1990.

Dentro da lei
Os agentes do DAT buscam autorização judicial e assim investigam ações de possíveis grupos terroristas no país a partir de informações passadas pela CIA.

Zona cinza
Assim são chamadas pelos policiais federais algumas técnicas dos espiões norte-americanos no país: invasão de sistemas, compra de informações e suborno de funcionários de empresas públicas ou privadas.

Diplomacia
Alguns espiões têm cargos na embaixada norte-americana em Brasília ou nos consulados do Rio, de São Paulo, Porto Alegre (RS), Recife (PE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Manaus (AM).

Bob Fernandes: Passo a passo de como os EUA espionaram o Brasil

17 de julho de 2013

Bob Fernandes em seu blog

“As fitas grampeadas, 38 fitas, ainda que explosivas, são apenas parte dessa história. O grampo é motivo e consequência. O grampo é, a um só tempo, gerador e espelho da degradação e da absoluta desproteção a que estão entregue os cidadãos. Os enredos que antecedem e se completam com a fitalhada grampeada, as conexões e personagens remetem aos porões do Brasil.”

Estas eram as linhas quase iniciais de “Os porões do Brasil”, a primeira de uma série de oito reportagens que publiquei na revista CartaCapital entre março de 1999 e abril de 2004. Nestas reportagens, histórias, documentos, nomes, fatos sobre como agiam no Brasil os serviços de inteligência – de espionagem, em bom português – dos Estados Unidos.

Agiam quase sempre em constante parceria com a Polícia Federal daqueles tempos, dos anos 90 e dos dois primeiros anos do século 21. Tempos em que uma Polícia Federal com baixo orçamento era refém do dinheiro e do poder de penetração da CIA, DEA, FBI, algumas das muitas agências dos EUA que então atuavam no País.

Essa primeira reportagem produziu efeitos. O diretor-geral da Polícia Federal, Vicente Chelotti, foi demitido pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Até que a reportagem mostrasse o contrário, supunha-se que existiam grampos com o teor de conversas do presidente Fernando Henrique. Conversas grampeadas em meio às negociações com o governo dos EUA para a compra do sistema de radares para a Amazônia. Negócio de US$1,4 bilhão que produziria um escândalo que se tornou conhecido como “O Caso Sivam”. Conversas grampeadas pela PF em consórcio com a CIA.

A reportagem – que à época teve acesso a 12 horas de conversas, o conteúdo de 38 fitas grampeadas dentro da PF, inclusive na sala do diretor – mostrou que as tais fitas, que existiram, já não existiam. Por motivo de economia, naqueles tempos de baixo orçamento da Polícia Federal, fitas do Caso Sivam haviam sido apagadas para serem reutilizadas.

Apagaram as fitas, mas o teor dos diálogos havia sido reconstruído a partir de anotações dos agentes. E essa era a espada sobre a cabeça do governo FHC: o que havia nos grampos do Caso Sivam? Provado que já não existiam vozes, só reconstituições das conversas – em papel – caiu o diretor da Polícia, que se acreditava ser o guardião das tais fitas.

A apuração para essa reportagem durou um ano e, em meio à investigação, surgiria o mais importante: numa PF dividida de cima a baixo, em vários em grupos de poder, atuavam serviços secretos dos Estados Unidos; em especial a CIA, com ligações no gabinete do diretor, e a DEA, à época ligada à DRE/PF, a Divisão de Repressão a Entorpecentes.

A ligação da DRE com a DEA, como então reconheceram alguns dos seus integrantes, dava-se por motivos de ordem prática. Com orçamento medíocre, para suas operações mais sensíveis ou de maior porte a PF dependia do socorro, inclusive e principalmente financeiro, da agência de combate às drogas dos EUA.

Mais grave, o escopo de atuação da CIA. A Central de Inteligência atuava em “regime de informação compartilhada” com um setor de ponta da Polícia Federal. Situado no Setor Policial Sul, ao final da Asa Sul, em Brasília, o Centro de dados Operacionais, CDO.

Base eletrônica, o CDO nasceu como “doação” da CIA, via Departamento de Estado, ainda no governo José Sarney. Desde os tijolos até a primeira dezena de carros, outra doação; essa feita via uma base norte-americana no Paraguai, tudo com o DNA da CIA. A partir daí, essa história começou a ser contada.

Nos links que se seguem, as 78 páginas das oito reportagens publicadas entre 3 de março de 1999 e 21 de abril de 2004. Reportagens nas quais é relatada a desabrida ingerência dos serviços de espionagem dos EUA e a submissão brasileira à época. Narrativas com documentos, nomes, histórias, datas, fatos…

CartaCapital_EUA_Espionagem02Edição 92: Na capa “Os porões do Brasil”, a reportagem intitulada “Casos de polícia”. Ali, a história de como o presidente Fernando Henrique se tornara um refém de supostas fitas do Caso Sivam. Como as fitas tinham sido apagadas e só existiam transcrições, já não havia o suposto perigo de conversas apimentadas ainda existirem.

O diretor da Polícia Federal, Vicente Chelotti, foi demitido dias depois da publicação da reportagem. E num box, às páginas 28 e 29, essa história começava a ser contada com o título “O Sivam, a CIA e os trapalhões”. Mas não apenas. Revelações de como também a DEA operava à sombra da Polícia Federal.

Edição 97: A 12 de maio de 1999, pouco mais de dois meses depois, a segunda reportagem: “CIA e DEA pintam e bordam no Brasil”. Na capa, o cartão de visitas do então Chefe da CIA em Brasília, Craig Peters Osth, que se apresentava como “Conselheiro da Embaixada dos Estados Unidos da América”.

Disfarce habitual, mas em vão. A reportagem já tinha a história. O CDO, dentro de instalações da PF, era uma base operada no regime de “informação compartilhada”. Nessa reportagem, o roteiro de como a CIA operava no Brasil.

Quem foram os chefes no CDO. Onde, antes, a CIA estava ancorada na PF. Quais foram, ao menos alguns, os delegados e agentes que, em Washington, durante treinamento da CIA, submeteram-se aos testes do detector de mentiras.

CartaCapital_EUA_Espionagem03A CIA, via CDO, chegara a manter 15 escritórios no Brasil. Enquanto a reportagem era feita, os escritórios eram quatro: em Brasília, Belém, Cuiabá e Porto Velho. Um dos chefes da agência no país havia sido Blocker, seguido por Jimmy e, nos tempestuosos dias do Sivam, Bramson Brian.

Na reportagem, internamente intitulada “Mundo das sombras”, entrevista com Craig Peters Osth que, candidamente, negou ser o chefe da CIA. Inútil. Não havia “conselheiro” estrangeiro em Brasília que não conhecesse o chefe da CIA.

O CDO, divulgada escancaradamente sua existência e DNA, mudaria de nome. Se tornaria o Soip. Com a continuidade dos relatos seria chamado de COIE.

Edição 98: Duas semanas depois, a 26 de maio, a terceira reportagem de capa. Nesta, o então chefe da missão diplomática, o titular da representação naquele momento em que o cargo de embaixador estava vago, surgia bradando: “Temos o dinheiro, as regras são nossas”.

Palavras de James Derham. Craig Peters Osth, entrevistado na reportagem anterior, em seguida havia sido chamado de volta aos Estados Unidos. Queixumes chegaram ao Palácio do Planalto. Numa festa, entre embaixadores, James Derham desabafou:

– Quem manda é quem tem dinheiro, e quem tem dinheiro somos nós. A gente se vincular à Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) para combater as drogas é uma bobagem. O Brasil não tem dinheiro para isso.

Donde, o título interno da reportagem: “Bwana não góstar”.

CartaCapital_EUA_Espionagem04Derham atacou também o chefe da Senad, Wálter Maierovitch:

– Esse juiz não vai fazer nada porque a secretaria não tem dinheiro. Nós temos o dinheiro, as regras são nossas.

Maierovitch, à época, depois de dura interpelação pediu ainda que mister Derham deixasse o Palácio do Planalto, onde se dera o entrevero. Em documento protocolado, o chefe da Senad relatou o fato ao general Alberto Cardoso, chefe da Casa Militar.

À reportagem, Maierovitch diria:

– Todos os agentes da CIA e da DEA devem apresentar-se à Senad. Não tenho como comprovar se agem irregularmente ou não. Cooperação, sim. Invasão de soberania e cooptação, não.

Por opor-se às teses e ações dos serviços secretos e do governo dos EUA quanto ao combate às drogas e espionagens, Wálter Maierovitch seria derrubado da Senad mais adiante. Sem o apoio do presidente Fernando Henrique, que não queria embaraços na sua relação com o presidente Bill Clinton.

CartaCapital_EUA_Espionagem05Edição 122: Quase um ano depois, a 10 de maio de 2000, uma longa entrevista: “Um espião abre a boca”. Um brasileiro, contratado pela DEA como informante – o que era e é ilegal –, revelou com detalhes, em dez páginas, como a Drug Enforcement Administration, a DEA, operava à margem da lei no Brasil.

“Amadeu”, codinome, descreveu a relação de subserviência que a Polícia Federal então mantinha com a DEA. Entregou nomes, documentos, datas, histórias, esmiuçou como a agência contratava dezenas de informantes – sem poder fazê-lo –, como pagava as contas da PF, quem eram os chefes…

Getúlio Bezerra, então chefe da DRE, em entrevista, admitiu: “Ideal seria não depender.” Mas dependiam.

Edição 185: As provas seriam exibidas quase dois anos depois, na edição de 17 de abril de 2002, cuja capa informava: “A prova: como os EUA pagam contas da Polícia Federal”.

Na reportagem intitulada “Relações Carnais”, as provas de tudo que havia sido relevado naqueles anos. Via contas CC-5, a embaixada dos EUA depositava dinheiro nas contas de delegados da Polícia Federal.

Dinheiro para pagar operações, entre os anos de 1996 e 1999, quando CIA e DEA atuavam desabridamente dentro da PF. Naquele período, pagamentos de R$2 milhões. O dinheiro entrava via CC-5 e Citibank.

CartaCapital_EUA_Espionagem06Novamente entrevistado, Getúlio Bezerra, o chefe da DRE da PF, admitiu: há quase 20 anos a DEA depositava dinheiro para operações em contas nominais de delegados da PF. Disse ainda:

– A gente não é soberbo que não possa receber, e não estamos limitados a isso. Temos certa independência.

Edição 283: Mais dois anos, 24 de março de 2004. Em 17 páginas de entrevista, o homem que deixava a chefia do FBI no Brasil contou tudo. O escritório do FBI era oficial, nada clandestino. Mas as informações de Carlos Costa eram explosivas. Título na capa: “Os EUA grampearam o Alvorada”.

Carlos Costa, então um dos 39 chefes do FBI espalhados pelo mundo e, portanto, com acesso a documentos reservados no mais alto grau, revelava:

– Documento secreto algum falava em armas de destruição em massa, Bush e Blair queriam a guerra… Jamais li documento secreto que indicasse a existência de armas de destruição em massa no Iraque. O que li assegurava o contrário… Rumsfeld esteve com Saddam em 20 de dezembro de 82, entregamos a ele (Saddam) as técnicas do Antraz.

Mas muito mais Carlos Costa contou sobre o Brasil, referindo-se aos anos 90 e início dos anos 2000. Admitiu que serviços secretos dos EUA haviam grampeado o Itamaraty e Palácio da Alvorada. Disse, com todas as letras: “A Vossa Polícia Federal é nossa, trabalha para nós a anos (…) Foi comprada por alguns milhões de dólares”.

Afirmou também que existiam programas para “influenciar” a imprensa, a mídia. E o que seria “influenciar”? Comprar, se necessário? Resposta:

CartaCapital_EUA_Espionagem07– Seja lá o que for necessário. Virar a opinião pública a nosso favor.

Costa contou também como se forçava a barra, como havia uma “obsessão” em relação a Tríplice Fronteira e o terrorismo:

– Aquilo ali é um lugar que por si só é fora da lei… terroristas nunca foram detectados, e investigamos muito, até porque o Brasil perguntou a nós: “Vocês sabem onde estão os terroristas?”. O que tem é muita retórica…

Informou ainda Carlos Costa:

– Há quem envie dinheiro para o Hezbollah desde o Brasil, da Tríplice Fronteira? É certo que há, mas o Hezbollah é um partido político legal que tem seu braço armado, terrorista. Bem, em Detroit, em Nova Iorque, nós temos cidadãos norte-americanos que mandam dinheiro para o Hezbollah, para orfanatos, hospitais, mas o destino final é tão incerto quando parte do dinheiro do Brasil…

O objetivo era claro. Os Estados Unidos, no vácuo do 11 de setembro, aproveitavam para forçar a criação de uma ampla base de Inteligência no Cone Sul.

Ao longo das 17 páginas, o chefe do FBI no Brasil revelou:

– O FBI ordenou, depois do 11 de setembro, mas me recusei a “monitorar” (grampear) mesquitas, xeques e líderes muçulmanos no Brasil.

Carlos Costa se recusou, mas o fato é que o FBI ordenou espionagem ilegal no Brasil.

CartaCapital_EUA_Espionagem08Edição 284: Na edição seguinte, de 31 de março de 2004, “A lista dos espiões norte-americanos no Brasil”. O “conselheiro de assuntos regionais”, Jack. G. Ferraro, era na verdade o chefe da CIA, lotado na embaixada em Brasília.

Thomas Harold Lloyd, o “primeiro secretário”, era da NAS e Mark Kenyon Edmondson, “adido para combate às drogas”, era da DEA, assim como fora Pat Healy à época das primeiras reportagens, em 1999.

O sucessor de Carlos Costa no FBI foi Donald Gleg, e o “adido” Julio Velez era o homem da US Customs…

Edição 287: Em 21 de abril daquele mesmo 2004, a última daquela série de reportagens: “Dois delegados da PF revelam a história da CIA no Brasil”.

Ao longo de dez páginas, os delegados José Roberto Pereira e Rômulo Bêrredo não apenas confirmam tudo o que havia sido publicado nos cinco anos anteriores. José Roberto, que dentro da PF enfrentara a CIA ainda em 1997, revela em detalhes a dimensão da ingerência dos EUA. E da submissão do Brasil.

Em meio a um relato coalhado de informações e minúcias, o delegado diz com todas as palavras:

– Uma elite dentro da Polícia Federal trabalhava para a CIA e se orgulhava disso […] Todo mundo sabia. Não concordávamos…

CartaCapital_EUA_Espionagem09– O presidente Fernando Henrique sabia que tinha falado e temia, pois não sabia que a fita não estava mais gravada…

O delegado Rômulo Fish de Bêrredo Menezes havia sido Corregedor na Polícia Federal. Num relatório radiografou a promiscuidade entre a PP e a CIA, desde 1988, e afirmou:

– O CDO (CIA) gasta dinheiro dos EUA e, do meu ponto de vista, não existe um acordo legal. Isso é muito grave…

– O CDO, hoje COIE (neste 2013 abriga a DAT, Divisão Antiterrorismo), foi construído com dinheiro norte-americano e isso está em meu relatório… todos se dizem “adidos” e “conselheiros”…

Disse ainda o delegado Bêrredo em relação ao diretor da PF à época da entrevista, Paulo Lacerda:

– Paulo Lacerda, eu, pessoalmente, o tenho em altíssima consideração. Ele herdou isso, uma coisa que vem desde 1988, não é simples de resolver, mas eu sei que ele vai tentar resolver da melhor forma…

Na gestão de Paulo Lacerda, que tinha Márcio Thomaz Bastos como ministro da Justiça, o orçamento da Polícia Federal multiplicou-se. Tempos de mais de 5 mil operações contra crimes do colarinho branco, de portas fechadas para operações ilegais de serviços estrangeiros; ao menos de operações ilegais em consórcio e com beneplácito da Polícia do Estado.

Exemplo: numa dessas operações o então primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, enviou um Hércules C-130 para o Amazonas.

Desembarcados em Manaus, 11 agentes do serviço secreto da França, à frente o terceiro homem na hierarquia de Villepin, o diplomata Pierre Henri Guignard. A missão secreta era executar uma operação de resgate na selva brasileira, tendo como base o município de São Paulo de Olivença.

Operação de resgate da senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt, amiga de Villepin, então prisioneira das Farc. Operação de resgate que deveria se dar em território brasileiro.

No domingo, 13 de julho de 2003, descoberta a operação secreta, o Hércules C-130 e os agentes secretos franceses receberam um “convite” do governo brasileiro: tinham que deixar o país imediatamente. E assim foi feito, apressada e pontualmente às 13 horas.

Também o “convite” para deixar o Brasil imediatamente foi reservado. Essa história começaria a ser contada uma semana depois. Mas essa é outra história desse mundo de espiões e espionagem.

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