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Helipóptero do Perrella: Justiça manda soltar piloto que transportou 500kg de cocaína

11 de abril de 2014

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Piloto e outros três acusados vão responder a processo em liberdade por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Para a PF e o MPF, não há indício de envolvimento do dono da aeronave, o deputado estadual mineiro Gustavo Perrella, com o caso

Edson Sardinha, via Congresso em Foco

A Justiça Federal mandou soltar os quatro homens que participaram do transporte de quase meia tonelada de cocaína apreendida em um helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD/MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT/MG), no final do ano passado. O piloto Rogério Almeida Júnior, o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza – que descarregavam a droga no momento em que foram flagrados pela Polícia Federal – vão responder em liberdade a processo por tráfico e associação para o tráfico de drogas.

A aeronave, apreendida em novembro de 2013 em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, no Espírito Santo, segue em poder do governo capixaba. Elio Rodrigues, dono da fazenda, também responde a processo, mas não está preso. Já Gustavo Perrella não foi citado na denúncia. Para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, não há indícios de que o deputado estadual soubesse que a droga estava sendo transportada no helicóptero de sua empresa.

As investigações apontam que a cocaína veio do Paraguai e que o grupo receberia R$186 mil para transportar a droga. Em discurso feito em dezembro, na tribuna do Senado, o senador Zezé Perrella disse que sua família foi “traída” pelo piloto e que seu filho jamais teve qualquer envolvimento com drogas.

Segundo ele, parte da imprensa foi “sacana” na cobertura do episódio. “Mas a imprensa, quando não quer entender, quer ver sangue, quer massacrar. Meu filho não conhece sequer droga. Tanto eu como meu filho lutamos contra as drogas”, declarou o senador.

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17 de março de 2014

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Kiko Nogueira, via DCM

Zezé Perrella está novamente no noticiário, comprovando mais uma vez a tese de que tudo o que é ruim sempre pode piorar.

A Justiça Federal determinou a perda da função pública e a suspensão de seus direitos políticos por três anos. Deve pagar multa de R$50 mil. A condenação, em primeiro grau, ocorreu nove anos depois de o Ministério Público Federal entrar com uma ação de improbidade administrativa contra ele.

Perrella cedeu o apartamento funcional a pessoas não autorizadas quando era deputado federal, entre 1999 e 2003. Outros 14 parlamentares fizeram o mesmo. O MPF do Distrito Federal pediu a Perrella o ressarcimento de quase 200 mil por prejuízos causados à União.

O imóvel, numa área nobre da capital, foi usado, durante e depois da legislatura, por assessores. Além da moradia na faixa, houve despesas de telefone, eletricidade e gás, tudo pago por você. A assessoria de Perrella declarou que a decisão é preliminar e que ele já recorreu. Só se manifestará quando houver uma decisão final.

Quem ocupava o apê de Perrella? O ex-assessor Rogério Nunes de Oliveira e, por um período mais longo, o ex-chefe de gabinete José Guilherme Cardoso.

Perrella foi derrotado na disputa ao Senado em 2002, mas as chaves do apartamento, que deveriam ter sido devolvidas no início de 2003, só chegaram em agosto de 2004. Em maio daquele ano, Cardoso deu uma entrevista ao Estado de Minas tentando explicar a situação. Ele estava, em tese, rompido com o ex-chefe por “razões políticas” desde 2002. Os dois teriam morado juntos por mais de um ano, até Perrella perder a eleição para o Senado e ir embora de Brasília. Cardoso tinha um “escritório de representação” na cidade.

Por que ele não saiu? Porque, segundo ele, ninguém pediu. “Então, eu fui ficando e nunca fui notificado. O próprio pessoal da Câmara alegou que imóvel fechado tem um desgaste maior e acumula sujeira”, disse. De acordo com a Câmara, porém, ele e Perrella receberam várias notificações para que o imóvel fosse devolvido, nunca respondidas.

Perrella afirmou, na época, que os dois haviam rompido. “Nunca mais falei com ele”, disse. “Eu não tenho qualquer responsabilidade sobre isso”. Não? De acordo com a juíza Diana Maria Wanderlei da Silva, “o réu, como ex-parlamentar federal, ao exercer, por largo período, atividade típica de legislar, presume-se que detinha conhecimento acima da média sobre a legislação regente”.

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1 de março de 2014

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Cadu Amaral em seu Cadu Amaral

Chegou o Carnaval e com ele milhões de pessoas vão às ruas brincar e se divertir! E para animar ainda mais a Festa de Momo nada como a marchinha sensação do ano: o Baile do Pó Royal!

LETRA

Deixaram o Pó Royal cair no chão
em pleno baile de carnaval
achei que ia rolar a confusão
mas a turma achou legal.
O pó chegou voando no salão
que farra sensacional
deu até notícia na televisão
virou Baile do Pó Royal.
O pó rela no pé

O pé rela no pó
O pó rela no pé
O pé rela no pó
Esse pó é de quem tô pesando?
Ah é sim, ah é sim
Você sabe eu também sei cor
Ah é sim, ah é sim
Não espalha que vai ser melhor

***

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26 de janeiro de 2014
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Gângsteres: Perrella pai e Perrella filho.

Kiko Nogueira, via Diário do Centro do Mundo

R$14,5 milhões. Esse é o valor que a Justiça de Minas Gerais estipulou para o bloqueio de bens do senador Zezé Perrella, de seu filho, o deputado estadual Gustavo, de seu irmão, Geraldo de Oliveira Costa, e de dois ex-presidentes da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas (Epamig), Baldonedo Arthur Napoleão e Antônio Lima Bandeira.

A empresa da família, Limeira Agropecuária e Participações Limitada, também foi incluída na decisão.

O Ministério Público viu “indícios da prática de improbidade administrativa” em contratos sem licitação firmados entre a Epamig, uma autarquia do governo mineiro, e a Limeira.

Funcionava assim: a Epamig fornecia “sementes especiais” para ser plantadas na Fazenda Guará, dos Perrella. A produção era comprada pela própria Epamig para o programa Minas Sem Fome, criado em 2003, no governo de Aécio Neves, e mantido por Antonio Anastasia, que o sucedeu.

Outro problema: a Limeira era dirigida por Zezé Perrella na época em que ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ela foi passada, depois, para o nome de Gustavo e de sua irmã Carolina. Pela legislação federal e estadual, Zezé e Gustavo eram impedidos disso por ser parlamentares.

Foi decretada a quebra dos sigilos bancário e fiscal da turma entre 2007 e 2012. Os bens estão “indisponíveis”. Zezé Perrella, em nota oficial, contou que está “tranquilo”. Foi mais ou menos o que disse, com alguma dose de falsa indignação, quando da captura do helicóptero com 445 quilos de cocaína no Espírito Santo.

O bloqueio de bens é relativo ao prejuízo causado: R$14,5 milhões é muito dinheiro? Sim. Os Perrella têm isso?

Não. Em 2010, Zezé declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de apenas R$500 mil e seu filho de R$1,9 milhão, sendo que R$900 mil seriam de cotas da Limeira.

Piada, evidentemente.

Dá a ainda sobra um troco. De todas as coisas omitidas na história dos Perrella, e não são poucas, uma chama mais atenção: a famosa Fazenda Guará, que pertence à Limeira e é o coração do enrosco.

Segundo uma excelente reportagem do jornal Hoje em Dia, já citada pelo DCM – e que desapareceu misteriosamente do site da publicação –, a propriedade vale R$60 milhões. (Zezé admitiu que é bem mais).

Fica em Morada Nova de Minas, a 300 quilômetros de BH. Tem quase 2 mil hectares e é uma beleza. Banhada pela represa de Três Marias, no Rio São Francisco, produz grãos, aves, suínos e gado. A granja é climatizada.

De acordo com documento na Junta Comercial, as atividades da Limeira são: “cria, recria e comercialização de bovinos, suínos, aves e peixes; a produção, beneficiamento, reembalagem e comercialização de grãos e sementes; extração e comercialização de leite e derivados; produção e comercialização de madeira; industrialização e comercialização, no mercado interno e externo, de produtos agropecuários”.

Quando da apreensão das drogas, o advogado da família, Antônio Carlos de Almeida Castro, o onisciente e onipresente Kakay, disse que “há tentativa do Ministério Público de aparecer em cima desse caso”.

Zezé Perrella gosta de descansar na Guará. Dá seus rolezinhos, conversa com os empregados. Relaxa. Passou da hora de ele parar de sentir essa tranquilidade toda.

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Cosa nostra: A Fazenda Guará, de propriedade da Limeira Agropecuária.

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22 de janeiro de 2014
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Gângsteres: Escobar, Perrella e Al Capone são os
mafiosos de seus tempos.

Fernando Brito, via Tijolaço em 22/1/2014

A decretação do bloqueio dos bens e a quebra do sigilo bancário da família do Senador Zezé Perrella vai atear fogo na política mineira.

A coisa parecia ter serenado para os Perrella com a pressurosa declaração da Polícia Federal de que o helicóptero da Limeira Agropecuária, empresa que Zezé transferiu ao filho Gustavo, deputado estadual, tinha sido usado para transportar cocaína sem o conhecimento da família.

Mas agora a juíza Rosimere das Graças do Couto, da 3ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, encontrou “indícios da prática de improbidade administrativa” em contratos firmados entre a Epamig e a Limeira.

A Epamig, empresa estatal mineira de pesquisa agropecuária doava sementes de feijão preto à empresa dos Perrella e depois comprava a produção para ser redistribuída aos agricultores pelo programa Minas Sem Fome, criado por Aécio Neves.

Nada de errado, mas isso era feito sem licitação. Aliás, nem mesmo o ato de dispensa de licitação foi feito de forma correta, pois não foi integralmente publicado no Diário Oficial por “problemas técnicos”.

Essa notícia, do ano retrasado, é apenas uma das dores de cabeça dos Perrella. Eles estão sendo investigados por outras suspeitas de contratos fraudulentos com o governo mineiro, nas gestões Aécio e Anastasia.

Segundo o jornal Hoje em Dia, “foram detectados indícios de direcionamento de licitação e superfaturamento por parte da Stillus no fornecimento de produtos para presídios mineiros e para a Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, centro das investigações. Alvimar, (irmão de Zezé) apontado pelo MPE como chefe da organização, e Bruno Vidott, ex-assistente de pregoeiro da Secretaria Estadual de Defesa Social, pagariam propina a diretores de presídios e outros servidores para vencer as licitações.

Os áudios com escutas feitas que revelariam do esquema desapareceram do YouTube.

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Justiça decreta bloqueio de bens e quebra de sigilo da família Perrella
Senador, seu irmão e seu filho são acusados de firmar contratos sem licitação com o governo de Minas que beneficiaria empresa da família.
Marcelo Portela

A Justiça mineira decretou o bloqueio de bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de integrantes da família Perrella e de ex-diretores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) no valor de R$14,5 milhões. A decisão judicial atendeu a pedido do Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais porque a juíza Rosimere das Graças do Couto, da 3ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, entendeu haver de “indícios da prática de improbidade administrativa” em contratos firmados entre a Epamig e a Limeira Agropecuária e Representações Ltda., da família do senador Zezé Perrella (PDT/MG).

Além do senador, são acusados também seu filho, o deputado estadual de Minas Gustavo Perrella (SDD), um irmão de Zezé, Geraldo de Oliveira Costa, o filho dele, André Almeida Costa – que consta como representante da Limeira – e ex-dirigentes da autarquia mineira. Eles são acusados de firmarem “contratos, convênios e termos de parceria” sem licitação por meio dos quais a Epamig fornecia uma série de “sementes especiais” para serem plantadas em uma propriedade da Limeira.

Como o Estado mostrou na edição de domingo (19), as sementes eram fornecidas pela autarquia “sem ônus para o parceiro” e depois a própria Epamig comprava a produção da empresa da família Perrella para que os alimentos – feijão, milho, arroz e sorgo – fossem usados no programa “Minas Sem Fome”. Segundo o MPE, a autarquia ainda fornecia técnicos para acompanharem o cultivo na empresa acusada.

Na ação, o Ministério Público ressaltou que os contratos, fechados entre 2007 e 2011, eram ilegais porque a Limeira era dirigida por Zezé Perrella quando ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas e depois passou a ter Gustavo Perrella como um dos donos – em sociedade com a irmã Carolina Perrella e André Costa. Pela legislação federal e estadual, Zezé e Gustavo “impedidos de contratar com o poder público” por serem parlamentares.

Tanto a assessoria da Limeira quanto da Epamig alegaram que os contratos eram legais porque obedeciam às “cláusulas estabelecidas e as exigências da empresa”. A Epamig ainda justificou a dispensa de licitação com o argumento de que se tratava de pesquisa e para que os alimentos produzidos com as sementes especiais “chegassem aos produtores rurais”.

“Entendo que parte das medidas requeridas pelo Ministério Público devem ser deferidas para garantia do processo instaurado e eventual ressarcimento ao erário”, afirmou a juíza. Para a magistrada, os indícios de improbidade justificam “a decretação da quebra dos sigilos bancário e fiscal” dos réus entre 2007 e 2012, bem como a notificação de cartórios para que “anotem a indisponibilidade de bens existentes em nomes dos requeridos”. Por meio de nota, a assessoria da família Perrella informou que já “sendo providenciado” recurso para tentar cassar a liminar.

A nota ressalta que Zezé Perrella está “totalmente tranquilo” porque “todo o procedimento realizado entre a empresa de sua família e a Epamig sempre esteve pautado nas normas legais, não havendo qualquer ilegalidade que denote improbidade administrativa, conforme será demonstrado ao longo do processo”. Além de Gustavo e Zezé Perrella, são réus no processo um irmão do senador, Geraldo de Oliveira Costa, o filho dele, André Oliveira Costa – como representante da Limeira –, e os ex-diretores da autarquia Baldonedo Arthur Napoleão e Antônio Lima Bandeira. Os dois últimos não foram encontrados e ainda não constituíram advogados na ação.

Relembre
O helicóptero, registrado em nome da empresa da família – Limeira Agropecuária e Participações Ltda. –, foi apreendido em 24 de novembro passado no município de Afonso Cláudio (ES). Quatro pessoas foram presas em flagrante com 445 quilos de cocaína, incluindo o piloto Rogério Almeida Antunes, então funcionário da Limeira e da Assembleia Legislativa de Minas, indicado pelo filho do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD). Logo após ser preso, ele declarou que a família não tinha relação com a droga apreendida. No dia seguinte, o superintendente da PF no Espírito Santo, Erivelton Leão de Oliveira, deu declarações inocentando os políticos.

Leia também:
Coletânea de textos: Por que a justiça não rela no Perrella?

Do helicóptero dos Perrella à casa de Genoíno: A mídia brasileira como ela é

17 de janeiro de 2014
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“Imparcialidade”: O aluguel da casa de Genoíno é notícia; a meia tonelada de cocaína no helicóptero dos Perrella, não.

Paulo Nogueira, via Diário do Centro do Mundo

O critério do que é notícia, para a mídia brasileira, é peculiar. Notícia é, essencialmente, aquilo que é ruim para os adversários. Pode ser um fato, pode ser um rumor, pode ser até uma mentira descarada – mas é “notícia”.

Do outro lado, tudo aquilo que seja considerado problemático para os amigos, e para os próprios donos das empresas jornalísticas, não é notícia.

Por exemplo: o helicóptero dos Perrella. Meia tonelada de pasta de cocaína não comoveu a mídia brasileira. O assunto, nem bem chegou, sumiu do noticiário. A mídia não produziu uma única reportagem decente sobre os Perrella.

O DCM publicou, dias atrás, uma denúncia do WikiLeaks segundo a qual Roseana Sarney tem US$150 milhões nas Ilhas Cayman. Nem uma só linha sobre o assunto, como se US$150 milhões fossem R$150,00. O motivo não é muito nobre: como Roseana, alguns barões da mídia têm, também, reservas em paraísos fiscais.

Silêncio sobre este tema, portanto.

Em compensação, alguns personagens não saem do noticiário. Uma publicação dá alguma coisa, verdadeira ou mentirosa, manipulada ou objetiva – e todos os veículos reproduzem.

Genoíno é um desses personagens. Agora mesmo: você pode ler, em toda a mídia, uma notícia sobre uma casa que Genoíno alugou por dois meses em Brasília. Ele alugou porque, num capricho, Joaquim Barbosa proibiu que ele ficasse em sua casa em São Paulo no período de prisão domiciliar.

E então tudo que a mídia economizou sobre o helicóptero ela gasta com Genoíno. O valor do aluguel é usado para tentar desmoralizá-lo: R$4 mil, segundo o Estadão. Se são dois meses, são R$8 mil.

Gastar R$8 mil para que ele tenha o mínimo de conforto, nos próximos dois meses, vira uma barbaridade.

A mídia se vale dos analfabetos políticos, e estes, sempre manipulados, respondem como se espera. Dizem, nas redes sociais, que está provado que Genoíno tem muito dinheiro, e que é uma farsa a vaquinha para pagar a dívida – outro capricho da Justiça – de R$660 mil que impuseram a ele.

Repórter nenhum vai atrás dos fatos.

Ouçamos Miruna, a combativa filha de Genoíno. Ninguém faz isso, embora ela esteja à disposição da mídia para esclarecimentos.

Nós a procuramos.

“Estamos arcando toda a família com essa despesa”, diz Miruna. “Estou deixando o apartamento onde moro com meu marido e meus filhos e mudando-me para a casa de meus pais para reduzir os gastos e podermos fazer frente a esta situação. Em vez de denunciarem que estamos tendo de pagar para meu pai cumprir a domiciliar, ficam especulando com a casa. É o fim do mundo…”

Para entender os bastidores das redações, uma repórter do Estadão, particularmente, faz um cerco obstinado a Genoíno, e também a Dirceu. Foi ela que falou na casa, assim como tinha falado na “empresa de Dirceu no Panamá”. Ela se chama Andreza Matais e é casada com Tuca Pinheiro, assessor de Roberto Freire, presidente do PPS.

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A repórter (sic) Andreza é pau-mandado de Bob Freire.

Freire se dedica a combater o “lulopetismo”, o “lulodilmismo”, o “lulismo”, o “dilmismo” e todas as variações do gênero. Freire, recentemente, levou a sério, ou fingiu, a afirmação de um ex-delegado segundo a qual Lula fora informante da ditadura.

Nem FHC, que abomina Lula, alimentou isso. Como se sabe, num programa Manhattan Connection FHC desfez a tentativa de Diogo Mainardi de criar barulho em torno da “denúncia”. FHC negou a calúnia peremptoriamente, o que decretou a morte prematura de um livro que iria “sacudir o Brasil”.

A “informação” sai de Andreza já devidamente envenenada pela militância política do marido. É um conflito de interesses mascarado – mas claríssimo. E toda a mídia reproduz Andreza bovinamente, ou melhor, malandramente. Checar “informações” negativas para adversários ninguém, na imprensa, faz. Todos as publicam às cegas para leitores analfabetos políticos que vão consumi-las sem triagem nenhuma.

A mídia brasileira, de certa forma, pode ser resumida naquilo que ela não deu sobre o helicóptero dos Perrella e naquilo que ela dá, e dá, e dá, sobre os suspeitos de sempre.

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Marchinha carnavalesca do pó Royal: Qualquer semelhança, é mera coincidência.

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