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Seria o Estadão um jornal “nascido para perder”?

28 de outubro de 2012

Nascidos para perder

Segundo o jornalista Mylton Severiano da Silva, que publicou livro sobre os Mesquita, a família perde disputas políticas desde 1932, quando enfrentou Getulio Vargas. No sábado, dia 27, comandado por Francisco de Mesquita Neto, o jornal pregou que São Paulo resista contra Fernando Haddad. A derrota é vocacional?

Via Brasil 247

Nascidos para perder. Assim o jornalista Mylton Severiano da Silva, conhecido no meio como “Miltainho”, batizou um livro que lançou sobre a família Mesquita, do jornal O Estado de S.Paulo, no início deste ano. Um livro que, naturalmente, mereceu o silêncio dos demais meios de comunicação. No subtítulo, Miltainho foi ainda mais explícito: “História do Estadão, jornal da família que tentou tomar o poder pelo poder das palavras – e das armas.”

Autor do prefácio, o jornalista Palmério Dória resumiu que o livro, “mais que a história do Estadão, expõe sua vocação para a conspiração, e a derrota”. Ao longo de sua história, o Estadão enfrentou Getulio Vargas, apoiou o golpe militar de 1964, do qual foi vítima da censura, anos depois, e também não aderiu à campanha das Diretas Já. Lula e o PT sempre foram adversários – e contra eles o jornal se posicionou em todas as eleições.

Neste ano, com a eleição municipal aparentemente decidida em São Paulo, em favor de Fernando Haddad, o jornal decidiu se associar a mais uma derrota, pregando que a cidade resista ao avanço do PT (leia mais aqui). Um editorial que poderia ter sido escrito em 1932 ou em 1964.

Curiosamente, Myltainho iniciou sua pesquisa por encomenda da Editora Abril, onde trabalhava na década de 1970. Os Civita se sentiam perseguidos pela família Mesquita, que desconfiava da presença de capital estrangeiro na sua composição, aliás, como muitos desconfiam até hoje.

Myltainho escreveu o livro juntamente com o jornalista Hamilton Almeida Filho, já falecido, a quem dedica a obra in memoriam. “A Abril o incumbiu em 1979 de chefiar uma equipezinha, uns dois ou três repórteres, além de seu próprio trabalho de campo, para contar a história do Estadão”, conta Myltainho, acrescentando que o jornal pegava no pé da editora, acusando-a de ter participação estrangeira no capital, e a Abril decidiu retaliar.

Durante muitos anos, o livro foi engavetado até ser lançado neste ano pela Editora Insular, de Florianópolis, onde pode ser adquirido pela internet (http://www.insular.com.br/), pelo telefone (48) 3232-9591 ou pelo e-mail editora@insular.com.br.

A derrota deste ano, no entanto, não é apenas de O Estado de S.Paulo, mas de todos os grandes meios de comunicação tradicionais, como Veja, Globo e Folha, que estiveram unidos e engajados em favor de José Serra – o Estadão, ao menos, explicitou sua posição em seu editorial. Aparentemente, para perder – o que talvez seja uma vocação.

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