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Terrorismo midiático naufraga diante da realidade

27 de julho de 2013
Midia_Golpista02

A mídia golpista parece a Mãe Dinah:
não acerta uma.

Programas oficiais como Bolsa Família, Enem e Mais Médicos, o regime de pleno emprego e o controle da inflação já foram, um a um, dinamitados, antecipadamente, pela mídia tradicional. Ao que se pode ler nos últimos meses em revistas como Veja, Exame e Época, fracasso de todas as principais iniciativas do governo Dilma, sem exceção, era líquido e certo. Na vida real, porém, o quadro é outro: inflação de junho foi de 0,07%, Mais Médicos bateu metas, Enem superou recordes, Bolsa Família é copiado mundialmente e estádios que Veja previu para 2038 já foram entregues e estão em uso. Até aposta em que se cantaria o Hino Nacional de costas, na Copa das Confederações, deu errado, assim como a do apagão de energia. A mídia vai se emendar?

Via Brasil 247 e lido no blog da Justiceira de Esquerda

 

Um a um, todos os principais programas lançados pela presidente Dilma Rousseff foram dinamitados, desde logo e sem piedade, pela imprensa tradicional. A vida real, no entanto, mostrou, com o tempo, que todas, repita-se, todas as sinistras previsões multiplicadas pela mídia não pagaram as apostas. Em outras palavras, o escrito não valeu. Acompanhe:

Inflação disparada – O terrorismo midiático com forte viés ideológico previu, no início do ano, uma disparada sem freios da inflação, com uma capa da revista Veja, em janeiro, mostrando Dilma, em montagem grosseira, pisando no tomate. Na Rede Globo, Ana Maria Braga – quem não se lembra? – exibiu um colar em que os legumes vermelhos faziam as vezes de pérolas. Em junho, no entanto, a variação do Índice de Preços aos Consumidor (IPC) foi de ínfimos 0,07% e, para julho, todas as previsões convergem para uma deflação. Até o presidenciável José Serra, em teleconferência na semana passada, admitiu que o índice inflacionário fechará o ano dentro da meta prevista pelo BC. O assunto, assim, saiu da pauta.

Apagão energético – Antes da aposta na alta dos preços, não houve noticiário de jornal ou colunista que não tivesse cravado, na virada do ano, um iminente apagão de energia elétrica no País. Nesse campo, a ênfase mais especial partiu no jornal Folha de S. Paulo e sua articulista Eliane Cantanhêde. As defesas feitas pela presidente em pessoa e pelo ministro Edson Lobão, das Minas e Energia, foram ironizadas e desprezadas.

Luz mais cara – O propalado colapso no sistema de energia, porém, não se deu, e o Brasil continuou com suas luzes acesas, apesar do obscurantismo da mídia tradicional. Mais ainda, o igualmente combatido plano federal de barateamento das contas de luz para todos os consumidores do País, indiscriminadamente, por meio de subsídios oficiais, deu certo e, hoje, o que se paga pela energia é mais de 10% menos do que o custo no início do ano.

Fracasso do Enem – A aposta pelo caos energético foi sucedida, este ano, pela cravada geral na imprensa de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seria um retumbante fracasso. Desta feita, foi o jornal O Estado de S.Paulo quem mais aplicadamente bateu o bumbo da derrota governamental. O que se viu quando foram contadas oficialmente as inscrições do Enem de 2013, entretanto, foi um recorde espetacular, com mais de 7,8 milhões de adesões espontâneas da classe estudantil. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, outro que não encontrava repercussão para suas previsões de sucesso, acertara em cheio.

Bolsa Família inútil – Hoje um sucesso mundial, exportado para diferentes países, o Bolsa Família, dinamizado no atual governo, que o levou para mais de 10 milhões de lares no País, foi ironizado, escrachado e combatido de todas as formas. O fato, gostem os barões da mídia ou não, é que ele sobreviveu, proliferou e modernizou-se com o passar dos anos, tornando-se o ponto de alavancagem para que 40 milhões de brasileiros, nos últimos anos, superassem sua situação de pobreza extrema.

Mais Médicos derrotado – Na sexta-feira, dia 26, quando o Programa Mais Médicos, que visa situar profissionais de Medicina nos rincões do Brasil, com salários de até R$10 mil para os que aceitarem o desafio, encerrou suas inscrições, mais do mesmo. Atacado por todos os flancos, o Mais Médicos obteve 18.400 inscrições de interessados em participar, além da adesão de mais de 3.500 municípios, ou 63% do total das cidades brasileiras. Um sucesso que a mídia tradicional, outra vez, não apenas não soube adiantar ao público, como o colocou no rumo errado de que, assim como os já citados anteriormente aqui, não haveria chance de dar certo. O problema, sobre esse noticiário, é que a primeira etapa do programa superou, sim, até as previsões mais otimistas e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pode respirar aliviado.

Desemprego galopante – Para usar a expressão repetida pelo papa Francisco, a mídia tradicional, agora, “bota fé” na escalada de desemprego, depois que os dados de junho mostraram, pela primeira vez desde 2009, uma interrupção no crescimento do mercado de trabalho. O ministro da Fazenda Guido Mantega, que, de resto, já foi retirado de seu cargo diversas vezes no noticiário recente, não apenas está lá, como garante que o derrotismo espalhado pelos jornais não irá triunfar. Ele assegurou que todos os indicadores do governo apontam para a manutenção da taxa de desemprego em torno do nível atual de 6% até o final do ano e, como das vezes anteriores, suas palavras são questionadas fortemente, como se, ao mesmo desta vez e num ponto estratégico para o governo, a mídia queria receber o prêmio de sua aposta.

Estádios para 2038 – Num absurdo erro matemático, só explicado pela distorção ideológica produtora de parcialidade, a revista Veja, carro-chefe da Editora Abril, chegou a assegurar em uma de suas capas de 2012 que os novos estádios de futebol planejados para a Copa do Mundo só ficariam prontos, isso mesmo, em 2038! Hoje, à parte a discussão sobre custos e fiscalização no emprego de recursos, o que se sabe, a olhos vistos, é que todos os estádios prometidos, sem exceção, ou já estão prontos, e em pleno funcionamento, ou em vias de serem entregues. Um dos antecessores do papa Francisco já admitiu que nem mais os papas são infalíveis, mas Veja, apesar de todos seus erros mal-intencionados, continua vendendo sua infalibilidade. Mas quem acredita ainda nisso?

Hino Nacional de costas – O jogo de “quanto pior, melhor” praticado pela imprensa, que no passado tinha a imparcialidade como um de seus dogmas, levou a mídia a vender ao público a certeza de que o público que lotou a Arena Fonte Nova, na Bahia, para ver a estreia do Brasil contra o Japão, na Copa das Confederações, em junho, iria cantar o Hino Nacional de costas para o campo. O que houve na real, no entanto, foram mais de 45 mil pessoas emocionando os jogadores em campo com suas vozes a plenos pulmões, mão no peito, respeitando o símbolo nacional em todos os seus versos. De frente e com a cabeça erguida. De quebra, a desacreditada, pela mesma mídia, Seleção Brasileira de Futebol venceu de forma invicta e espetacular o torneio, levando dezenas de jornalistas-torcedores a rasgar suas inúteis apostas na derrota.

Acredite se quiser – Jogando em previsões sinistras e, ao não vê-las se realizarem, perdendo verticalmente em credibilidade, a mídia tradicional, nos dois últimos anos, está muito mais confundindo os leitores do que informando-os sobre o que, de fato, está acontecendo. Fosse de outra forma, os casos registrados acima não poderiam ser narrados. Mas podem, porque verdadeiros.

Uma previsão séria, diante desse quadro passado, é a de que, sem a menor dúvida, a mídia que insistir na leitura da realidade pelo caleidoscópio da ideologia irá continuar, cada vez mais, confundindo e desinformando. Acredita quem quiser no que lá está escrito.

EUA lutam contra seu próprio terrorismo

23 de julho de 2013

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Klaus Brinkbaumer, via Der Spiegel

Os EUA estão doentes. Os atentados de 11 de Setembro deixaram o país ferido e transtornado. Isso é óbvio nestes quase 12 anos, mas apenas agora estamos descobrindo o quão grave é a doença. As ações da Agência de Segurança Nacional (NSA) expuseram mais do que apenas conversas ao telefone e as vidas digitais de milhões de pessoas. O escândalo de espionagem global mostrou que os EUA se tornaram maníacos, o país está se comportando patologicamente de modo invasivo. Suas ações são inteiramente desproporcionais ao perigo.

Desde 2005, uma média de 23 norte-americanos foram mortos a cada ano por atos de terrorismo, a maior parte fora dos EUA. Internamente, são 30 mil mortos por armas de fogo a cada ano. O presidente Barack Obama e o Congresso fazem pouco ou nada sobre isso. “Mais norte-americanos morrem em consequência da queda de aparelhos de tevê e outros utensílios do que por ações terroristas”, escreveu Nicholas Kristof no The New York Times e “um número de pessoas 15 vezes maior morre caindo de escadas”.

Os EUA gastaram US$8 trilhões no Exército e na segurança interna desde 2001. Não que o terrorismo não exista, mas espionar cidadãos e embaixadas, empresas e aliados, é uma violação do direito internacional. Tão monstruosa e ilegal quanto a prisão de Guantânamo, onde presos, sem provas, são alimentados à força.

Isso é tão ilegal quanto os drones, lançados com aprovação de Obama. Não tem ocorrido nenhum debate a respeito. Um governo que aprova um programa como o Prism não respeita nada e ninguém. Age com onipotência, considera-se acima da lei e isso é deprimente.

Terrorismo eleitoral volta com força para 2014

21 de maio de 2013

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O boato sobre fim do Bolsa Família não é o primeiro – e certamente não será o último – a arrepiar o Brasil. Nos tempos da inflação alta havia o “boato da quinta-feira”, como classificou Delfim Netto. A intenção era criar cenário para a especulação. Hoje, espalha-se na mídia tradicional que o desemprego ronda a economia, mas na verdade houve a criação de 200 mil novas vagas no mês de abril. Jornais e tevês propagandeiam disparada da inflação, mas taxa de 6,49% para os últimos 12 meses a coloca na meta. Em 1989, Lula foi carimbado como futuro sequestrador da poupança, porém o gesto foi praticado por Fernando Collor. Em 2010, Fernando Haddad viu-se alvo de um disparo virtual de um colaborador da campanha de José Serra, segundo o qual o Enem seria cancelado. A multiplicação da mentira sobre fim do Bolsa Família indica padrão do que será usado contra a reeleição de Dilma Rousseff: baixaria, confusão e risco às instituições. Boatos e rumores, afinal, são primos de atentados e violência.

Via Brasil 247

Brincar com o fogo dos boatos, mexer com os ânimos de multidões e colocar instituições em risco nunca deixaram de ser hábitos da política brasileira. A julgar pela desinformação jogada nas redes sociais, na sexta-feira, dia 17, de que o governo iria suspender, de imediato, os pagamentos do programa Bolsa Família, esse jogo deletério continua vivo, forte e em plena operação. A 17 meses das eleições presidenciais de outubro do próximo ano, o que se viu agora pode ter sido a repetição de um filme que tende, infelizmente, a não sair de cartaz até a hora do voto numa disputa que já se anuncia polarizada entre uma aglutinação de partidos de esquerda em torno da presidente Dilma Rousseff e seus adversários no canto oposto do ringue ideológico.

Na primeira eleição do Brasil pós-ditadura militar, em 1989, o então candidato Lula teve de se defender, em grande parte da campanha, desse adversário invisível. Correu de boca em boca, não se sabe a partir de qual ponto inicial, que Lula iria sequestrar a poupança dos brasileiros. Na verdade, o gesto foi praticado, no primeiro dia de governo, por seu adversário Fernando Collor, que venceu a disputa em segundo turno.

Dois anos atrás, quando escalava rapidamente as taxas de intenção de votos nas pesquisas eleitorais, o hoje prefeito de São Paulo Fernando Haddad foi alvo do mesmo veneno. A partir de um disparo nas redes sociais, espalhou-se na reta final de uma eleição disputada cabeça a cabeça que o exame do Enem estava cancelado. Soube-se, pouco mais tarde, que o boato saíra de um programador terceirizado da campanha do tucano José Serra, mas até que se provasse a origem, todo o ônus dos desmentidos recaiu sobre o governo e a campanha petista.

Boato da quinta-feira

Não é apenas na política que os boatos são usados como arma para a instalação de grandes celeumas. Nos tempos da inflação disparada, na década de 1980, os rumores sobre medidas econômicas radicais eram sempre espalhados num determinado dia da semana, quase todas as semanas. “É o boato da quinta-feira”, divertia-se o ex-ministro Delfim Netto, que passou a desdenhar da insistência com que as informações falsas eram transmitidas.

Mais recentemente, boatos passaram a circular às sextas-feiras, especialmente em Brasília, envolvendo os temas das capas das revistas semanais que circulam aos sábados. Durante o governo Lula, o diz-que-diz-que demolidor sobre escândalos no governo era constantemente assoprado na forma de descobertas espetaculares feitas por jornalistas, ora da revista Veja, ora da concorrente Época, dos grupos Abril e Globo. Mas o volume de rumores sempre foi muito maior do que o da informação verdadeira.

Antes dos boatos, o Brasil, igualmente no período da redemocratização, viveu a fase dos atentados. Para impedir a abertura política, personagens ligados ao regime militar passaram, nos anos de 1980, a incendiar bancas de jornais, em grandes cidades, que vendiam jornais legais de partidos políticos que ainda era clandestinos. Uma carta-bomba, no mesmo período, foi enviada à sede da OAB no Rio de Janeiro, matando a secretária Lídia Monteiro. Durante as eleições para governadores de Estado, em 1982, julho tornou-se um mês de apagões de energia, cujas justificativas técnicas nunca foram apresentadas. Percebe-se, assim, que violência e boatos são primos.

Economia fustigada

Antes do boato sobre o fim do Bolsa Família, o mercado financeiro, dois meses atrás, foi abalado pela circulação de rumores, em torno de um discurso da presidente Dilma no exterior, de que o governo passara a não ter mais interesse em controlar a inflação. O resultado foi uma intensa movimentação especulativa no mercado de juros. Na reunião seguinte do Copom, para discutir a elevação ou não da Selic, o que se viu foi uma subida de 0,5 ponto na taxa, para muitos com relação direta ao boato motivacional.

Há boatos correntes, estampados na mídia tradicional quase todos os dias, sobre a explosão da inflação. O que se vê de verdade, porém, é uma taxa dentro da meta, no mês passado de 6,49% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. Outro boato permanente, que tem servido de base de análise para muitos colunistas da mídia tradicional, especialmente na televisão, e mais particularmente na TV Globo, versa sobre a queda nos níveis de emprego da economia brasileira. O número divulgado por Dilma na segunda-feira, dia 20, no entanto, dá conta de quase 200 mil vagas novas de trabalho tendo sido criadas no mês de abril – e 4,1 milhões desde o início do seu governo. Os rumores, no entanto, são os de que a saúde da economia brasileira está por um fio.

O problema de boatos e rumores é o de que eles têm o poder, muitas vezes, de serem como profecias auto-realizáveis. A corrida aos guichês da Caixa Econômica Federal, no sábado, dia 18, poderia ter acarretado no desastre de saques bilionários, o que afetaria a condição financeira de qualquer instituição. Houve agências em que, com medo de tumultos, os gerentes aceitaram pagar benefícios antecipadamente para não terem as instalações depredadas.

O boato que a presidente Dilma classificou de “absurdamente desumano” e “criminoso” teve apenas uma consequência de verdade: reafirmou a força popular do próprio Bolsa Família, um programa assistencial que teve um embrião tímido no governo tucano de Fernando Henrique, mas que foi dinamizado na gestão de Lula e ampliado na administração Dilma. O povo que correu às agências da Caixa sabe que essa conquista, a depender do resultado das eleições presidenciais de 2014, efetivamente pode ser ameaçada. Até lá, o boato é apenas um boato, já desmentido, e um crime.

Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre o início das investigações, pela Polícia Federal, sobre a origem do boato contra o Bolsa Família.

PF abre inquérito para apurar origem de boatos envolvendo o Bolsa Família

Luciano Nascimento, repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal vai investigar a origem dos boatos sobre a suspensão dos benefícios do Programa Bolsa Família. O inquérito foi aberto hoje (20) por determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Após os boatos, a Caixa Econômica Federal registrou 920 mil saques de beneficiários do programa, somente no final de semana. Foram sacados R$152 milhões, informou a Caixa. De acordo com a instituição, o total de saques ocorridos até esta segunda-feira segunda será confirmado amanhã (21), depois de fechar os registros feitos nos terminais de autoatendimento.

A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje os boatos em torno do Bolsa Família e assegurou o compromisso do seu governo com o programa. “Queria deixar claro que o compromisso do meu governo com o Bolsa Família é forte, profundo e definitivo”, disse a presidenta durante cerimônia que marcou o início da operação do navio-petroleiro Zumbi dos Palmares, no Porto de Suape, em Pernambuco.

“É algo absurdamente desumano o autor desse boato. Além de ser desumano, ele é criminoso. Por isso colocamos a Polícia Federal para descobrir a origem do boato, que tinha por objetivo levar a intranquilidade a milhões de brasileiros que nos últimos dez anos estão saindo da pobreza extrema”, ressaltou a presidenta da República.

Por que fracassará o terrorismo econômico do PSDB e da mídia

17 de maio de 2013

Midia_Donos02Eduardo Guimarães em seu Blog da Cidadania

No mesmo dia do mês passado em que o País recebeu uma excelente notícia sobre a sua economia, o Jornal Nacional a transformou em notícia ruim de forma a não destoar do noticiário maníaco-depressivo com que a mídia de oposição ao governo federal vem tentando convencer o País de que estamos à beira da ruína econômica.

Em 25 de abril último, o site da Presidência da República anunciava que o desemprego no Brasil em março fora “O menor da série histórica iniciada há 12 anos”, segundo IBGE. A notícia foi publicada às 16:02. Às 21:12, porém, o site do Jornal Nacional reproduzia manchete que fora vocalizada minutos antes pelo âncora William Bonner: “Taxa de desemprego no Brasil sobe para 5,7% em março”.

O cidadão que só se informou sobre o assunto por meio do principal telejornal da Globo certamente ficou achando que a situação do emprego piorou no País, sobretudo se só assistiu à “escalada” (o que seja, o anúncio das principais notícias do dia) que o casal de apresentadores do informativo global apresenta no início de cada edição.

Mesmo que o telespectador do JN tenha assistido à curta notícia sobre o desemprego que Bonner veiculou pouco depois e não apenas à manchete durante a “escalada”, se não entender de economia deve ter ficado com a impressão de que a notícia era ruim.

Leia, abaixo, a íntegra do texto que Bonner recitou.

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“A taxa de desemprego subiu para 5,7% em março. Mesmo assim, o resultado foi o melhor para o mês desde 2002, quando o IBGE passou a utilizar a metodologia de pesquisa atual. Número de pessoas empregadas no país ficou estável. Mas, em São Paulo, houve queda de 1,3%, devido, principalmente, a demissões na indústria”

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A notícia, como foi dada pelo JN, induz o público a erro. A notícia era – e continua sendo – excelente. Desde que o IBGE começou a apurar o desemprego no Brasil com nova metodologia – o que ocorreu em 2002 –, março de 2013 teve a taxa mais baixa em relação a todos os outros meses de março desses 12 anos.

Realmente o desemprego em março subiu em relação a fevereiro – foi de 5,7% no mês passado e de 5,6% no mês anterior. Contudo, relevar na “escalada” do telejornal uma alta de 0,1 ponto de um mês para outro é uma evidente manipulação da notícia.

Mas o pior é que, apesar de Bonner ter informado, muito rapidamente, que 5,7% foi a menor taxa de desemprego para um mês de março, ele fechou a notícia com um dado irrelevante sobre a redução do emprego em São Paulo.

Ora, por que o desemprego de São Paulo? E o dos Estados em que caiu acima da média nacional, por que não citar? Como se vê, é uma mera escolha que a redação do JN fez ao contrapor duas “más” notícias a uma boa.

Essa tática já fora usada no mês anterior. Na mesma época do mês de março, a Globo também veiculou que o desemprego “subiu” em fevereiro, quando, na verdade, aquele mês também teve a menor taxa para um fevereiro desde 2002, sempre segundo o IBGE.

O terrorismo com que Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, Veja e seus satélites tentam piorar a percepção da sociedade sobre a situação econômica do País valendo-se de artifícios desonestos como esse supracitado é tão escandaloso e tem um viés político-eleitoral tão claro que na edição da Folha de quinta-feira, 16 de maio, o dito “decano do colunismo político nacional”, Janio de Freitas, perdeu a paciência.

Apesar de alguns blogs já terem reproduzido essa coluna de Janio, antes de prosseguir na análise reproduzo-a também (abaixo) não só para quem não leu em outra parte, mas para ilustrar o absurdo de uma campanha literalmente terrorista e mentirosa com que esse setor da mídia tenta influir na política brasileira em favor dos partidos de oposição a ela aliados.

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Folha de S.Paulo, 16 de maio de 2013

Velhas ideias

O terrorismo do noticiário econômico martela; não sei dizer se o governo está aturdido com isso.

Janio de Freitas

Liguei o rádio no carro. Entrou de sola: “É crucial e não é bom!”. Um susto. O que seria assim dramático? A caminho do almoço, o susto devorou o apetite. Claro, era mais um dado da realidade terrível que o Brasil vive. As vendas no comércio de varejo, no primeiro trimestre ou lá quando seja, caíram a barbaridade de 0,1%.

O comércio vendeu, no período, menos R$0,10 em cada R$100. Pois é, crucial e nada bom.

Os preços, como o seu e o meu bolso sabem, vêm subindo à vontade há tempos, o que fez com que o comércio precisasse vender muito menos produtos para completar cada R$99,90 do que, na comparação com o passado, precisara para vender R$100,00. Mas, na hora, não tive tempo de salvar o apetite com esse raciocínio, porque à primeira desgraça emendava-se a notícia de outra. A queda desanimadora nas vendas para o Dia das Mães, comparadas com 2012: queda de 1%.

É preciso lembrar o quanto os consumidores encararam em aumentos de preços de um ano para cá? O comércio brasileiro está lucrando formidavelmente, com o maior poder aquisitivo das classes C, D e E, aplicado na compra dos tênis aos eletrodomésticos, dos móveis às motos, quando não aos carros.

O terrorismo do noticiário e dos comentários econômicos martela o dia todo. Não sei dizer se o governo está aturdido com isso, como parece das tão repetidas quanto inconvincentes tranquilizações do ministro Guido Mantega. Ou se comete o erro, por soberba ou por ingenuidade, de enfrentar a campanha que está, sim, fazendo opinião.

Daí que me permito duas sugestões, se você quer elementos para formar sua própria opinião. O primeiro é a leitura, disponível no site da Folha (folha.com/no1278158), de um artigo muito importante, publicado no caderno “Mercado” de terça-feira, dia 14. Seu autor é Bráulio Borges, mais um economista que escreve em português (um dia chegaremos à primeira dúzia).

Em “Pós-crise de 2008, debate mundial começa a reavaliar velhas ideias’”, Borges mostra que as cabeças mais relevantes da “ciência econômica” estão derrubando as teses de política econômica ainda predominantes e adotadas pelos economistas e outros contra as linhas básicas da política econômica no Brasil.

A outra sugestão é para que você comece bem as quartas-feiras. Se lhe ficam ainda reservas vindas de longe, releve-as e leia os artigos em que Delfim Netto tem dito muito do que precisa ser dito para fazermos ideia de onde e como estamos, de fato. Descontados, pois, terrorismos e eleitorismos. Ou, no caso, são a mesma coisa?

E como crucial vem de cruz, não se esqueça: enquanto o papa Francisco não chega, reze pelos nossos comerciantes, para que recuperem suas perdas.

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Janio acha que a campanha terrorista praticada pelo jornal para o qual escreve e pelo resto desse setor da imprensa de forma a ajudar a oposição nas eleições do ano que vem “Está, sim, fazendo opinião”, ou seja, está convencendo a sociedade de que o País vai muito mal, obrigado.

Além disso, o “decano do colunismo político nacional” também afirma que essa desinformação estaria tendo sucesso por “soberba ou por ingenuidade” do governo Dilma Rousseff.

Concordo com Janio quando se queixa do imobilismo do governo diante de uma campanha imoral de desinformação que está sendo martelada sem parar pelas empresas de comunicação já mencionadas. Contudo, tenho minhas dúvidas de que tal campanha esteja funcionando.

Além da quase inacreditável boa situação do emprego no Brasil em um mundo em que o desemprego campeia e convulsiona sobretudo os países mais desenvolvidos e ricos, a renda das famílias e sobretudo dos trabalhadores não para de crescer.

Um dado até mais importante do que o nível de emprego crescente é o crescimento do rendimento médio do trabalho apurado pelo IBGE nas seis regiões metropolitanas em que o instituto atua – Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE revela que o rendimento médio do trabalhador deu um salto do ano passado para cá. De fevereiro de 2012 para fevereiro de 2013, os salários efetivamente recebidos (o valor líquido que chegou às mãos e bolsos do trabalhador) continuaram crescendo.

Entre 2012 e 2013, os empregados dos setores público e privado tiveram, em média, seus rendimentos aumentados de R$1.703,80 para R$1.840,20, o que representa um crescimento salarial de 8% (!).

A tese do governo Dilma, com a qual concordo em parte, é a de que o que o brasileiro sente no bolso anularia o que a mídia lhe diz sobre sua situação.

Apesar de o Jornal Nacional e o resto da mídia oposicionista pintarem um país em ruínas, hoje há emprego para quem quiser trabalhar e os salários não param de subir, apesar de quedas sazonais serem apresentadas como “Tendência de interrupção do processo de valorização monetária da mão de obra no País”.

Entende-se a aflição de Janio de Freitas. É duro para um sacerdote do bom jornalismo como ele ver seu ofício ser cotidianamente estuprado por empresários de comunicação que há muito abandonaram a missão de informar, convertendo seus veículos em agências de propaganda político-ideológica.

Todavia, terrorismo macroeconômico e midiático não é novidade no Brasil. Foi praticado antes contra o governo Lula e em condições até mais favoráveis para os terroristas midiáticos

A atual crise econômica internacional estourou em 2008, quando os EUA deixaram o banco dos irmãos Lehman quebrar. O desemprego no Brasil, então, chegou a subir por dois ou três meses. A investida midiática foi pior, mas não funcionou porque faz tempo que os brasileiros deixaram de acreditar no Jornal Nacional e cia. ltda.

Os EUA são os maiores contrabandistas de armamento para regimes antidemocráticos

15 de maio de 2013

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Joshua E. Keating, via Foreign Policy

Um dos episódios mais infames da sangrenta revolta ocorrida após a disputada eleição no Zimbábue de 2008 foi o do chamado “navio da vergonha” – um cargueiro chinês descoberto transportando armas de pequeno porte, granadas lançadas por foguetes e morteiros para o assediado regime de Robert Mugabe. Os países vizinhos não permitiram que o navio ancorasse em seus portos, mas o incidente apenas reforçou a percepção de que a China havia se tornado negociante de armas para os mais brutais bandidos da África, fossem tiranos como Mugabe ou o ditador genocida do Sudão.

Mas essa imagem não está inteiramente justa: sobre venda de armas para regimes suspeitos, os Estados Unidos ainda ocupam decididamente o primeiro lugar.

Numa recente pesquisa para o International Studies Quaterly, os cientistas políticos Paul Midford e Indra de Soysa analisaram as remessas de armamento chinês e dos Estados Unidos para a África de 1989 a 2006, utilizando dados coletados pelo Stockholm International Peace Research Institute. E concluíram que não havia nenhuma correlação estatística entre a China e os regimes que ela supria com armas, enquanto os carregamentos de armas dos Estados Unidos estavam levemente correlacionados – e de maneira negativa – com a democracia. Em linguagem clara, a China tinha menos probabilidade de vender armas para ditadores do que os norte-americanos.

“Não significa que a China está ali para fazer o bem. Os chineses estão defendendo seu interesse nacional”, afirmou Midford. “Mas não encontramos nenhuma evidência de que eles estão tentando difundir um ‘consenso de Pequim’ ou promover regimes que são especificamente autocráticos”.

O estudo se concentrou na África, mas preocupações no campo dos direitos humanos também foram levantadas com relação às armas enviadas pelos Estados Unidos para autocracias do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, que, coletivamente, contribuíram para o salto de mais de 300% nas vendas de armas norte-americanas em 2011, em meio às crescentes tensões com o Irã.

Midford sublinhou que o objetivo do estudo não foi sugerir que os Estados Unidos preferem vender armas para ditadores. “Os Estados Unidos decidiram apoiar autocratas por razões geopolíticas, assim como a China”, afirmou.

Tradução: Terezinha Martino

Tentativa de golpe na Venezuela: Gangue de Capriles provoca mortes e espalha terror

16 de abril de 2013

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O presidente eleito no domingo, dia 14, Nicolas Maduro culpou o candidato derrotado Henrique Capriles pela onda de violência que deixou, até a tarde de terça-feira, dia 16, sete mortes e 61 feridos no país, segundo a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz.

Nicolas Maduro foi eleito pelos venezuelanos com 50,7% dos votos, derrotando o candidato da oposição, Henrique Capriles, que obteve 49,1%.

“Nestes distúrbios violentos morreram sete venezuelanos, entre eles um policial de Táchira”, disse Luisa durante pronunciamento. A procuradora-geral também denunciou ataques a centros médicos, sedes da companhia de telefonia pública, edifícios públicos e negócios privados.

Luiza disse que, entre domingo e terça-feira, dia 16, havia 135 pessoas detidas que vão ser apresentadas perante a justiça e afirmou que “estes fatos poderiam constituir em delitos de instigação ao ódio e desobediência das leis”.

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Parlamento vai investigar Capriles por atos de violência na Venezuela

Partidários do candidato derrotado nas eleições presidenciais atacam centros médicos populares e sedes regionais do partido de Nicolas Maduro.

Via Opera Mundi

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, informou na madrugada na madrugada de terça-feira, dia 16, que vai pedir ao Parlamento uma investigação sobre a responsabilidade de Henrique Capriles nos distúrbios e atos de violência que ocorreram em todo o país desde o anúncio da vitória eleitoral de Nicolas Maduro, no domingo, dia 14.

“Nesta manhã [16/4] solicitaremos que a Assembleia Nacional dê início a uma averiguação penal contra Capriles pela violência gerada em todo o país”, escreveu Cabello em sua conta no Twitter.

Diversos grupos de opositores antichavistas realizaram protestos em vários estados venezuelanos, atacando instalações de centro médicos populares e incendiando sedes regionais do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela). Além disso, foram registrados pela polícia diversos disparos feitos por apoiadores de Henrique Capriles contra chavistas.

O estopim para a violência teria sido o pedido do candidato derrotado para que os opositores de Nicolas Maduro não aceitassem o resultado da eleição e pressionassem o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pela recontagem de votos.

A Agência Venezuelana de Notícias (AVN) afirmou que dois jovens morreram na cidade de Baruta, no Estado de Miranda, onde grupos armados atacaram os simpatizantes do chavismo.

O presidente eleito da Venezuela, Nicolas Maduro, já havia denunciado na segunda-feira, dia 15, que setores da oposição estão provocando atos de violência com o intuito de desestabilizar o novo governo. Como resposta, Maduro convocou a população para combater em paz, com “mobilizações em todo o país”.

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Após derrota, partidários de Capriles incendeiam escolas e postos de saúde

Apoiadores de candidato derrotado na Venezuela também atacaram jornalistas, centros sociais e sedes do partido do presidente eleito, Nicolas Maduro.

Luciana Taddeo, via Opera Mundi

A cidade de Caracas amanheceu em clima de tranquilidade na terça-feira, dia 16, após uma noite de protestos de opositores em diferentes cidades venezuelanas. Os manifestantes rejeitavam a proclamação de Nicolas Maduro, eleito com 50,7% dos votos, como presidente do país. Durante a noite, atos de violência, como incêndios provocados em edifícios e assédio a funcionários do governo e do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), foram registrados.

O primeiro panelaço teve início no momento em que Maduro era proclamado presidente, durante a tarde, por manifestantes que se reuniram no bairro nobre de Altamira, em Caracas. Acusando o CNE e o governo de “fraude”, apoiadores do opositor Henrique Capriles pediam a recontagem manual de 100% dos boletos de comprovação dos votos registrados em urnas eletrônicas, em respaldo ao pedido do candidato derrotado nas eleições, com 49,1% dos sufrágios. Para a divulgação dos resultados, 54% dos boletos foram contados, segundo estabelece a norma eleitoral.

Às 20 horas no horário local (21h30 de Brasília), opositores se concentraram em diferentes partes do país, atendendo a um pedido de Capriles, que afirmou que “se o CNE pretende fazer como a [cantora] Shakira”, disse, em referência à canção que fala em “cego, surdo, mudo”, “então nos obriga a defender a vontade de nosso povo”. “Peço ao povo venezuelano que faça soar suas panelas, que as façam soar fortemente”, convocou.

Conforme viu a reportagem de Opera Mundi, manifestantes incendiaram grandes quantidades de lixo, formando barricadas nas ruas ao redor da Praça Altamira, um dos principais pontos de concentração do protesto. Na região nobre da capital, opositores também batiam panelas de suas janelas ou buzinavam freneticamente ao passar de carro perto da manifestação.

Pouco tardou para que as manifestações terminassem em atos violentos. A casa da reitora do CNE, Tibisay Lucena, foi cercada por manifestantes, assim como os canais da emissora pública VTV e da multiestatal Telesur. Nos Estados de Aragua, Carabobo, Zulia e Anzoátegui, ataques a postos de saúde localizados em conjuntos residenciais construídos pelo governo para setores de menor poder aquisitivo também foram atacados. Casas do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) foram incendiadas, fato difundido pelo próprio Maduro em uma coletiva de imprensa, no Palácio de Miraflores. Sedes do CNE, mercados de alimentos subsidiados pelo governo e centros de um projeto social de educação pré-escolar também foram assediados pelos manifestantes.

O ex-ministro de Comunicação chavista Andrés Izarra denunciou agressões contra sua família: “Hordas fascistas opositoras tentaram queimar a casa de meu pai”, escreveu em sua conta de Twitter. “Agrediram meu pai e sua família em seu lar. Ele e sua família estão escondidos protegendo suas vistas”, denunciou, responsabilizando Capriles e seu partido, Primeiro Justiça, sobre futuros atos de violência contra seus parentes.

Segundo a agência oficial de notícias do país, pelo menos três jornalistas que cobriam os protestos foram agredidos por manifestantes. De acordo com o Sistema Bolivariano de Comunicação e Informação (Sibci), a onda de violência deixou quatro mortos e destroços no país. Mesmo frente ao crescimento da violência, o canal privado opositor Globovisión se esquivou da cobertura dos incidentes. O candidato opositor, que havia pedido que o protesto fosse pacífico, não se pronunciou durante os atos de violência para tentar conter seus seguidores.

O dirigente Leopoldo López, integrante da aliança opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), que lançou Capriles como candidato à Presidência, atualizou sua conta na rede social durante os incidentes. Em vez de pedir calma aos manifestantes, o político qualificou Maduro como “ilegítimo usurpador”, “covarde”, e denunciou “perseguição do governo” contra si. “Não tenho nada que temer! Estamos defendendo a vontade popular e os direitos de todos os venezuelanos”, escreveu.

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