Filho de Joaquim Barbosa quis bolsa para negros no Itamaraty, mas faltou à prova

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Felipe

Fernando Brito, via Tijolaço

O Itamaraty reagiu no domingo, dia 28, em nota, às acusações de racismo feitas por Joaquim Barbosa contra a instituição, em entrevista ao jornal O Globo.

Apesar de não comentar diretamente o suposto caso de discriminação a que o ministro se referiu, obliquamente, o órgão divulgou nota recordando que “mantém [há dez anos] programa de ação afirmativa a Bolsa Prêmio Vocação para a Diplomacia, instituída com a finalidade de proporcionar maior igualdade de oportunidades de acesso à carreira de diplomata” e que reserva 10% das vagas para afrodescendentes na primeira fase de seu concurso de admissão.

De fato, o edital do programa oferece bolsa de estudos para “incentivar e apoiar o ingresso de afrodescendentes (negros) na carreira de diplomata, mediante a concessão de bolsas-prêmio destinadas ao custeio de estudos preparatórios ao Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata”. São R$25 mil para custear cursinho e material didático, durante dez meses.

Não há notícia de cotas raciais no concurso feito para admissão como servidor no STF.

O doutor Joaquim poderia, ao menos, ter feito esta referência elogiosa ao gesto do Itamaraty, em lugar simplesmente de afirmar apenas que “o Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil”.

Até porque o doutor Joaquim conhece muito bem este programa, porque seu filho Felipe Tavares Barbosa Gomes participou das provas de seleção para ele, salvo a remota hipótese de tratar-se de um homônimo.

Felipe só não ganhou a bolsa por ter, apesar de ter se classificado para a seleção final, ficado com zero na entrevista técnica que é a ultima prova, provavelmente por não ter comparecido. Foi o único, aliás, a ficar nessa condição.

Era direito dele não querer se submeter a essa seleção e dispensar, com isso, a bolsa de estudos a que se candidatou. Mas seria um dever básico de justiça, ao menos, seu pai reconhecer que – havendo, como deve haver, ou não discriminação no corpo diplomático – a direção do Itamaraty tem trabalhado para que a instituição reflita a composição do povo brasileiro.

O doutor Barbosa, porém, não parece possuidor deste senso de equilíbrio. Ou por não acreditar no ditado popular de que o peixe morre pela boca.

PS.: O Tijolaço já tinha, há tempos, esta informação. Elas estão publicadas em editais. Não a veiculou porque não era relevante com caso que enfrenta o doutor Joaquim, porque não está interessado em devassar a vida familiar de ninguém. Nem em desclassificar o que é conseguido por mérito, como Felipe o fez. Mas a revela, agora, porque a hipocrisia é uma abominação em qualquer um, e mais ainda naqueles que, personificando a mais alta instituição judicial, devem ter o equilíbrio que a balança da Justiça simboliza.

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