Posts Tagged ‘Mídia golpista’

Se cuida, Dudu: Brasil investiga Pasadena, mas refinaria de Pernambuco é problema maior

14 de abril de 2014
Refinaria_Pernambuco01A

Refinaria Abreu e Lima, Pernambuco.

Jeb Blount, via Reuters Brasil

A compra de uma refinaria nos Estados Unidos pela Petrobras por US$1,2 bilhão virou tema de campanha eleitoral, com a oposição afirmando que a estatal pagou 20 vezes mais que o valor justo pela unidade no Texas e que Dilma Rousseff errou ao aprovar o negócio quando era presidente do Conselho da empresa em 2006.

A investigação, porém, está provavelmente mirando na refinaria errada: mesmo que a Petrobras tenha pago caro, a refinaria de Pasadena, com capacidade para processar 100 mil barris por dia, pode ter sido o melhor negócio em refino que a petroleira já fez em pelo menos três décadas.

[…]

A Petrobras não quis comentar sobre Pasadena, pois está conduzindo sua própria investigação, mas José Sergio Gabrielli, que era presidente da Petrobras na época da aquisição, disse nesta semana que a compra de Pasadena foi “um grande investimento”.

[…]

Para efeito de comparação, a saudita Aramco e a francesa Total construíram em Jubail (Arábia Saudita) uma refinaria para 400 mil barris diários por US$10 bilhões, ou US$25 mil por barril –menos de um terço do custo da Rnest (refinaria do Nordeste, a Abreu e Lima).

A chinesa Sinopec planeja concluir no ano que vem em Guangdong uma refinaria para 200 mil barris diários ao preço de US$9 bilhões (US$45 mil por barril), quase metade do custo da refinaria no Nordeste.

Em Port Arthur (Texas), a Aramco e a anglo-holandesa Royal Dutch Shell gastaram US$10 bilhões por uma refinaria para 350 mil barris/dia, o que também equivale a um terço do valor em Pernambuco.

Em nível mundial, refinarias novas para o processamento de petróleo pesado estão custando “no máximo” 38 a US$45 mil por barril, segundo um consultor de refino dos EUA que trabalhou em refinarias da América do Norte, Oriente Médio, América Latina e Ásia.

[…]

As refinarias na costa norte-americana do Golfo do México, onde fica Pasadena, geralmente lucram cerca de US$10,00 por barril refinado, segundo Margolin, da Cowan and Company, e Alen Good, analista de ações de empresas de petróleo e refino na Morningstar, em Chicago.

[…]

Com base no desembolso de US$1,2 bilhão, a Petrobras provavelmente conseguiria reaver o investimento de Pasadena em cinco anos, segundo Good.

Isso pode se dever mais à sorte do que a um investimento inteligente. Quando a compra foi aprovada, em 2006, a Petrobras estava procurando formas de refinar seu petróleo nos EUA, pois havia a expectativa de que esse país passaria a comprar mais petróleo bruto do Brasil.

Desde então, o boom do petróleo de xisto nos EUA aumentou a demanda pelo refino de petróleo, tornando mais valiosas as refinarias na costa do Golfo.

A cifra de US$1,2 bilhão também pode representar um valor superestimado em relação ao verdadeiro custo de Pasadena, já que o total incluía US$595 milhões em outros itens, como uma parte do estoque de petróleo da empresa Astra já presente na unidade, além de multas e taxas legais. Good e Margolin disseram que esses custos deveriam ser excluídos da avaliação da refinaria.

Quando isso é feito, chega-se ao valor de US$486 milhões pela refinaria propriamente dita, ou US$4.860,00 por barril – valor que pode ser recuperado em um ano de operação a plena capacidade. Ainda para efeito de comparação, 18 vezes menos que a Rnest.

“Faz pouco sentido se comover com Pasadena quando você considera o que a Petrobras está pagando mais pela capacidade de refino no Brasil”, disse Good. “Com esses preços, faz mais sentido para a Petrobras comprar refinarias nos EUA do que construí-las no Brasil.”

Gabrielli também questionou a cifra de US$1,2 bilhão, alegando que na verdade a refinaria texana custou menos de US$500 milhões.

Gasolina política

Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora, de São Paulo, disse que os investigadores deveriam se voltar muito mais para a Rnest do que para Pasadena.

“Todas as refinarias da Petrobras são, de alguma forma, fora da norma, e tenho poucas dúvidas de que, se uma CPI for realmente instalada, isso vai aparecer muito claramente”, disse ele. “Houve uma séria má gestão.”

A refinaria Rnest surgiu de um acordo entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, da Venezuela.

A ideia inicial era que a unidade recebesse 60 por cento do petróleo do Brasil e 40 por cento da Venezuela, numa demonstração de amizade internacional e como forma de impulsionar a indústria regional.

Mas para lidar com petróleo venezuelano, que é mais pesado e com poluentes tóxicos do que o produto brasileiro, a Petrobras precisava de duas linhas de refino separadas, e por isso foi preciso acrescentar instalações adicionais.

Funcionários do governo já alertaram aos críticos de Pasadena que uma investigação mais ampla poderá respingar sobre eles próprios. Pernambuco, afinal, é um Estado que já foi governado por Eduardo Campos, ex-aliado e hoje rival eleitoral de Dilma.

[…]

Clique aqui para ler a tradução completa.

Leia também:

Antonio Lassance: Quem tem medo de uma CPI ampla?

Valor Econômico mistura números e eleva prejuízo de Pasadena para US$2 bilhões

Petrobras assinala recordes em refinaria e de extração no pré-sal

Petrobras: 42 milhões nada, Astra pagou quase US$500 milhões por Pasadena

Memória curta da oposição disfarça falta de propostas

Negócio mais polêmico da Petrobras vem da era FHC

Ano a ano, os estragos que FHC fez na Petrobras

Para ler, divulgar e guardar: O legado de FHC e outras “obras”

O dedinho de FHC, o porto de Cuba e as hidrelétricas do Aécio

O contra-ataque do governo na CPI da Petrobras

Recordar é viver: Justiça mira gestão da Petrobras na era FHC

A Petrobras e as tucanisses

Miguel do Rosário: Documentos comprovam que Astra pagou mais por Pasadena

Alguns esclarecimentos importantes sobre Petrobras e Pasadena

A Petrobras incomoda

A Petrobras é o alvo do ódio, mas fingem que a defendem

Lobos e cordeiros nos ataques especulativos à Petrobras

Janio de Freitas: O mistério do futuro

O jogo pesado: Tirar a Petrobras de campo

Sérgio Gabrielli explica a senadores detalhes da compra da refinaria nos EUA

A história de Pasadena que a “grande mídia” não contou e o vídeo não editado pela Globo

Ata confirma versão de Dilma sobre Pasadena

Petrobras lança US$8,5 bilhões em bônus e demanda supera US$22 bilhões

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Petrobras valia US$15,4 bilhões em 2003. Hoje vale R$214,6 bilhões. O que a mídia noticia

Faz algum sentido tratar a Petrobras como uma empresa quebrada?

Banco ataca e depois “enche o carrinho” de Petrobras

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%

“Consultores” da Folha criam o inédito: Maior campo do mundo é “problema para a Petrobras

Lucro menor da Petrobras tem nome: investimento gigante

Petrobras 60 anos, com meta de dobrar produção

Lula critica “bisbilhotice” de Obama sobre Dilma e a Petrobras

Petrobras tem lucro de 40% mais que o “previsto”

“Bomba” da Época difamando a Petrobras é desmentida em 24 horas

Um recorde após outro: E a Petrobras está em crise?

FHC ao FMI: “CEF, BB e Petrobras estão à venda.”

Petrobras vai investir US$236,7 bilhões nos próximos cinco anos

Petrobras responde à turma da Petrobrax

PSDB debate Petrobras: É o partido da piada pronta

PSDB, da Petrobrax, ensina como gerir Petrobras

Petrobras cala a boca do PIG nativo e internacional

Stanley Burburinho: Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

Petrobras: Dilma terá de pagar dívida de R$4,7 bilhões deixada por FHC

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Transpetro alcança marca de 10 navios lançado ao mar

Dilma diz que leilão do Campo de Libra é “passaporte para o futuro”

Os lances de Libra e o lance de 2014

Economistas que privatizaram a Vale deveriam se envergonhar de criticar Libra

Pré-sal: O discurso que Aécio não fez e engoliu

Paulo Moreira Leite: Quem perdeu no pré-sal

A redistribuição social da renda petroleira

FHC leiloou Campo de Libra por R$250 mil

Os números finais do leilão do Campo de Libra

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%. Que burros. Dá zero pra eles!

Dilma: “Quem quer mudar a regra do petróleo, que mostre a cara.”

Pré-sal vai gerar 87 milhões de empregos

União terá 85% de lucro com o Campo de Libra: “Isso é bem diferente de privatização”, afirma Dilma

Pré-sal: Brasil ganha R$1 trilhão no leilão do Campo de Libra, alcançando recorde mundial

Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

FHC ao FMI: “CEF, Banco do Brasil e Petrobras estão à venda.”

Antonio Lassance: Quem tem medo de uma CPI ampla?

12 de abril de 2014

Cassio_Cunha_Lima01A

A tentativa oposicionista de restringir o assunto da CPI a Pasadena foi fruto de um acerto para fazer um cordão sanitário em torno de Eduardo Campos.

Antonio Lassance, via Carta Maior

Era uma vez uma CPI proposta para “identificar responsabilidades no setor da administração pública em decorrência de qualquer tipo de corrupção”. Alguém contra?

A oposição é contra. O PSDB e seus coadjuvantes: o PSB, o PSOL e a intrépida trupe de senadores que são oposição em partidos que são governo, como Cristovam Buarque e Pedro Taques, do PDT; Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, do PMDB. Eles querem uma CPI minimalista, para não dizer míope, para investigar apenas a compra de uma refinaria em Pasadena, na Califórnia, pela Petrobras.

Segundo a suspeita oposicionista, a Califórnia fica do outro lado da rua que atravessa a Praça dos Três Poderes. Dá para ir a pé, do Senado. Pasadena fica, pelo que imaginam, no 3º andar do Palácio do Planalto.

Essa não é a primeira CPI da Corrupção. Em 1988, o então senador Fernando Henrique Cardoso e a maioria dos parlamentares peemedebistas que, um ano depois, formariam o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), apoiaram o requerimento de criação de uma CPI que tinha como objetivo identificar responsabilidades “na administração pública” e em decorrência “de qualquer tipo de corrupção”.

Era, portanto, uma CPI ampla, geral e irrestrita. FHC manifestou-se favoravelmente a que o poder de fiscalização do Congresso fosse exercido “em toda a sua plenitude”.

A “CPI da Corrupção” investigou, de tudo, um pouco. De liberação de verbas para prefeituras à gestão de Jader Barbalho no Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário (Mirad). Depois, fez-se um desvio de rota e a CPI passou a olhar contratos com empreiteiras – sempre elas – com suspeita de superfaturamento, a construção de um aeroporto na cidade natal de Sarney, entre outras coisas.

Anos depois, em 2001, eis que aparece outra proposta de “CPI da Corrupção”. Dessa vez, o PSDB é governo, e FHC, o presidente. O PT encabeçava a iniciativa e mirava desde as denúncias de compra de votos da emenda da reeleição; o caixa 2 em campanhas eleitorais (o ministro de FHC, Andrea Matarazzo, é citado); o tráfico de influência na Presidência da República; a privatização de uma empresa pública de telefonia; as verbas do antigo Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER); os desvios no Banpará (de novo, aparece o nome de Jader Barbalho) etc. etc. etc.

FHC, dessa vez, posicionou-se terminantemente contra a CPI. Seu ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, acusou o PT de ser “neo-udenista”, o que, como se sabe, significa dizer que alguém usa e abusa do discurso do combate à corrupção com a intenção golpista de derrubar o governo. A “cruzada ética redentora” acabaria por solapar as próprias bases da democracia no país, acusava Aloysio Nunes.

Os tucanos acabaram conseguindo impedir a instalação daquela CPI. Diziam que a mesma era desnecessária, pois o governo já investigava as denúncias. Parece que é o mesmo “script” de hoje, mas não é. As diferenças são muitas. A começar que a base governista criou sua própria CPI.

Além disso, à época de FHC, a Procuradoria Geral da República era chefiada por um procurador que ganharia o irônico apelido de “Engavetador-Geral da Nação”. Sequer havia a Controladoria-Geral da União.

A Polícia Federal tinha, como seu Diretor-Geral, um filiado ao PSDB. Ele seria figura chave no desmonte da candidatura de Roseana Sarney, então do PFL, principal rival, no campo governista, da candidatura de José Serra à Presidência da República.

O jogo de comadres que uniu PSDB e PSB

Hoje, estamos diante da possibilidade de mais uma CPI da Corrupção. O governo Dilma chamou tucanos e eduardistas para dançar.

A estratégia visa, claramente, se contrapor à tentativa da oposição em torno de uma CPI exclusivamente da Petrobras e que teria como alvo direto não Pasadena, mas o Palácio do Planalto. Pasadena é pretexto.

Ao criar uma CPI para chamar de sua, os governistas diluíram o foco da oposição. O governo percebeu o “jogo de comadres” entre PSDB e PSB. A tentativa oposicionista de restringir o assunto da CPI a Pasadena foi fruto de um acerto para fazer um cordão sanitário em torno de Eduardo Campos. Em troca, o PSB, depois de titubear em apoiar a CPI, acabou tornando-se um de seus mais enfáticos defensores.

Pelo acordo dos oposicionistas, Eduardo Campos seria poupado do risco de ser envolvido nas acusações contra a Refinaria “Abreu e Lima”, em Pernambuco. É impossível falar na refinaria sem que o assunto respingue em Eduardo Campos. Não só porque ele era, até semana passada, governador daquele estado.

A “Abreu e Lima” sempre foi propagandeada por Campos como uma vitória pessoal sua. O plano era levar a refinaria para Pernambuco, trazer empresas estrangeiras para ali fazerem grandes investimentos, relacionar o empreendimento ao porto de Suape e montar um grande complexo petrolífero que reposicionaria a economia do estado.

Em meio a tanta grandiloquência do discurso da grande política, havia a pequena política dos grandes negócios. A oposição tucana a Campos, em Pernambuco, sempre o acusou de usar Suape e “Abreu e Lima” para se promover.

Pior, o PSDB de Pernambuco levantava suspeitas de que Campos estivesse associando a obra a seu financiamento de campanha. Criticavam Campos por ter feito inúmeras viagens à Holanda para discutir negócios que interessavam a empreiteiras e outros grupos empresariais de seu estado. Grupos que, coincidentemente, depois aportariam recursos para a sua campanha.

Depois do acordo PSDB/PSB em favor da CPI sobre Pasadena, curiosamente, o assunto da refinaria “Abreu e Lima” deixou de sair da boca dos tucanos e, como num passe de mágica, sumiu momentaneamente do noticiário. Todo o esforço seria concentrado só na compra da refinaria californiana.

O jogo bruto da política come solto, apimentado pelo calendário eleitoral e animado por capítulos de um novelão que vai longe. O próximo capítulo é a decisão do STF sobre quem tem razão: quem pede uma CPI ampla, ou quem quer restringi-la.

Repleta de expectativas, com uma fila de vilões, promessas de reviravoltas surpreendentes e clima de suspense, a guerra de CPIs deixa no ar uma questão: para que servem e para onde vão as CPIs?

As CPIs de hoje e seus fantasmas

Essa deve ser a terceira CPI da Corrupção – ampla, geral e irrestrita. Ela se instala sob a sombra de vários fantasmas: a CPI dos Correios (que resultou no escândalo do “mensalão”), a CPI do “Fim do Mundo”, a CPI do Banestado, a CPI do Cachoeira.

Lula, na entrevista aos blogueiros (8/4), chamou para a briga. Conclamou os petistas a defenderem Dilma. Mandou os deputados e senadores serem mais aguerridos. Lembrou que não se pode cometer os mesmos erros que levaram o PT a abaixar a cabeça no “mensalão”. “Se você abaixa a cabeça, eles colocam uma canga em cima”.

A CPI do “Fim do Mundo” começou como CPI “dos Bingos”, feita para investigar o bicheiro Carlos Cachoeira – ele depois daria mote a uma outra, a CPI “do Cachoeira”. Cachoeira agora disputa, com Jader Barbalho e Matarazzo, o posto de quem mais provocou CPIs no Congresso.

Aqueles que acham que nascemos ontem, que hoje pedem CPIs restritas e bem definidas e pensam que não nos lembramos do que eles fizeram no verão passado, usaram aquela CPI “dos Bingos” para pular dos assuntos de Cachoeira para o “mensalão”; para os casos de assassinato dos prefeitos petistas Toninho do PT, de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André; para os contratos de coleta de lixo em Ribeirão Preto; para as empresas GTech; para a Caixa Econômica Federal; para o boato reproduzido pela revista Veja de que dólares “cubanos” teriam vindo em caixas de bebida para abastecer a campanha de 2002; e até para a “máfia do apito” do Campeonato Brasileiro de Futebol.

CPIs de políticos x CPIs de políticas

Dois tipos de CPIs hoje tomam conta do Congresso: as que investigam políticos e as que investigam políticas. As primeiras estão em franca decadência. As segundas sempre viveram sob o risco de serem condenadas à irrelevância.

As CPIs que investigam políticos, mesmo as que incidem sobre membros do Congresso, acabam tendo seus resultados dependentes mais dos procedimentos das comissões de ética e das decisões do plenário do que propriamente das investigações. Com a instituição do voto aberto, a pressão em favor das renúncias se tornou ainda maior, e o peso dessas CPIs, cada vez menor.

As CPIs que investigam governos normalmente chovem no molhado. Todas as denúncias e revelações com as quais trabalham já foram feitas pelos órgãos de fiscalização e controle, pela Polícia Federal ou por tribunais. Ninguém mais troca uma delação premiada por um depoimento em CPI.

Raros são os depoentes que vão às CPIs sem um prévio “habeas corpus” que lhes garanta o direito de permanecer calados e a satisfação de fazerem os parlamentares perderem seu tempo à toa, ouvindo a mesma resposta: “reservo-me o direito de permanecer calado…”.

O desgaste das CPIs feitas para animar eleições, que fazem muito barulho por nada, tende ajudar que as CPIs de políticas públicas prevaleçam. Mas, para isso, a relação entre os governos e os legislativos precisaria mudar.

Por enquanto, o descompromisso da maioria dos governos com CPIs propositivas são um tiro no pé. Fazem parecer que CPI pra valer tem que ter dedo na cara, berros e algemas.

A maioria das pessoas ainda associa o sucesso de uma CPI à derrubada de um ministro, à cassação de um parlamentar, à prisão de um malfeitor ou de quem quer que seja.

A última CPI que conseguiu prender alguém foi a da pedofilia. Mesmo assim, porque um depoimento estava sendo acompanhado ao vivo por uma autoridade judiciária que, assim que o depoente proferiu sua última frase, já tinha uma ordem de prisão aguardando sua saída do recinto.

As CPIs, ao contrário, deveriam ter como principal resultado a criação de novas leis e a avaliação de políticas e programas, com a recomendação de mudanças e de maior controle pelo próprio legislativo. O resto é pose para fotografia. Se esvai após os flashes.

Dos governos, se esperaria que eles pegassem carona, no melhor sentido, no trabalho das CPIs para apoiar iniciativas legislativas e modificar sua conduta.

A CPI do Sistema Carcerário, criada em 2007, fez o mais profundo diagnóstico da crise permanente que ainda abala essa área. Dos 12 projetos de lei apresentados, nenhum chegou a ser aprovado. A principal proposta, o Estatuto Penitenciário Nacional, demonstra bem a disposição dos parlamentares de se debruçarem sobre o tema: a comissão especial para analisar o projeto sequer chegou a ser criada.

Essa CPI voltou a ser lembrada com a crise no Maranhão, no início deste ano, dramatizada pelas cenas tétricas de degola na Penitenciária de Pedrinhas. O relator daquela CPI, por coincidência, era um deputado maranhense, o combativo Domingos Dutra.

Dutra chamou o episódio de Pedrinhas de uma “tragédia anunciada”. A expressão nos dá um bom contraste para confrontar quem acha que o principal problema das CPIs ainda é quando elas acabam em pizza. É muito pior quando elas acabam em tragédias, com sangue no lugar do molho de tomate.

Antonio Lassance é cientista político.

Leia também:

Valor Econômico mistura números e eleva prejuízo de Pasadena para US$2 bilhões

Petrobras assinala recordes em refinaria e de extração no pré-sal

Petrobras: 42 milhões nada, Astra pagou quase US$500 milhões por Pasadena

Memória curta da oposição disfarça falta de propostas

Negócio mais polêmico da Petrobras vem da era FHC

Ano a ano, os estragos que FHC fez na Petrobras

Para ler, divulgar e guardar: O legado de FHC e outras “obras”

O dedinho de FHC, o porto de Cuba e as hidrelétricas do Aécio

O contra-ataque do governo na CPI da Petrobras

Recordar é viver: Justiça mira gestão da Petrobras na era FHC

A Petrobras e as tucanisses

Miguel do Rosário: Documentos comprovam que Astra pagou mais por Pasadena

Alguns esclarecimentos importantes sobre Petrobras e Pasadena

A Petrobras incomoda

A Petrobras é o alvo do ódio, mas fingem que a defendem

Lobos e cordeiros nos ataques especulativos à Petrobras

Janio de Freitas: O mistério do futuro

O jogo pesado: Tirar a Petrobras de campo

Sérgio Gabrielli explica a senadores detalhes da compra da refinaria nos EUA

A história de Pasadena que a “grande mídia” não contou e o vídeo não editado pela Globo

Ata confirma versão de Dilma sobre Pasadena

Petrobras lança US$8,5 bilhões em bônus e demanda supera US$22 bilhões

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Petrobras valia US$15,4 bilhões em 2003. Hoje vale R$214,6 bilhões. O que a mídia noticia

Faz algum sentido tratar a Petrobras como uma empresa quebrada?

Banco ataca e depois “enche o carrinho” de Petrobras

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%

“Consultores” da Folha criam o inédito: Maior campo do mundo é “problema para a Petrobras

Lucro menor da Petrobras tem nome: investimento gigante

Petrobras 60 anos, com meta de dobrar produção

Lula critica “bisbilhotice” de Obama sobre Dilma e a Petrobras

Petrobras tem lucro de 40% mais que o “previsto”

“Bomba” da Época difamando a Petrobras é desmentida em 24 horas

Um recorde após outro: E a Petrobras está em crise?

FHC ao FMI: “CEF, BB e Petrobras estão à venda.”

Petrobras vai investir US$236,7 bilhões nos próximos cinco anos

Petrobras responde à turma da Petrobrax

PSDB debate Petrobras: É o partido da piada pronta

PSDB, da Petrobrax, ensina como gerir Petrobras

Petrobras cala a boca do PIG nativo e internacional

Stanley Burburinho: Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

Petrobras: Dilma terá de pagar dívida de R$4,7 bilhões deixada por FHC

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Transpetro alcança marca de 10 navios lançado ao mar

Dilma diz que leilão do Campo de Libra é “passaporte para o futuro”

Os lances de Libra e o lance de 2014

Economistas que privatizaram a Vale deveriam se envergonhar de criticar Libra

Pré-sal: O discurso que Aécio não fez e engoliu

Paulo Moreira Leite: Quem perdeu no pré-sal

A redistribuição social da renda petroleira

FHC leiloou Campo de Libra por R$250 mil

Os números finais do leilão do Campo de Libra

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%. Que burros. Dá zero pra eles!

Dilma: “Quem quer mudar a regra do petróleo, que mostre a cara.”

Pré-sal vai gerar 87 milhões de empregos

União terá 85% de lucro com o Campo de Libra: “Isso é bem diferente de privatização”, afirma Dilma

Pré-sal: Brasil ganha R$1 trilhão no leilão do Campo de Libra, alcançando recorde mundial

Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

FHC ao FMI: “CEF, Banco do Brasil e Petrobras estão à venda.”

Valor Econômico mistura números e eleva prejuízo de Pasadena para US$2 bilhões

11 de abril de 2014

Valor_Economico_Logo01AVia Jornal GGN

Em geral mais objetivo em suas matérias, o jornal Valor Econômico pouco a pouco parece abrir mão do rigor jornalístico, igualando-se aos demais jornais na falta de apuração correta dos dados.

Sob o olho “Análise”, a matéria “Ex-presidente tenta blindar a estatal” é eivada de erros técnicos, erros graves de informação e de interpretação:

Erro 1 – afirma que a Petrobrás “jogou pelo ralo” US$2 bilhões com a compra da refinaria Pasadena. Todas as denúncias até agora divulgadas não chegam perto desse número.

Erro 2 – na hora de contabilizar o que considera prejuízo total, a matéria soma US$485 milhões pagos pela refinaria, mais US$340 milhões pelos estoques de óleo cru, mais US$340 milhões por multas, juros e honorários dos advogados. Mesmo descontando-se erros primários de contabilização de prejuízos, o total é US$825 milhões, longe dos US$2 bilhões informados.

Erro 3 – Sem nenhuma explicação, dobrou o valor contabilizado como garantias bancárias, juros, honorários e despesas processuais – dos originais US$173 milhões para US$355 milhões. Não separou o que é prejuízo efetivo (multas, honorários de advogados) do que é despesa inerente à operação.

Erro 4 – Trata como prejuízo US$340 milhões pagos por estoques de petróleo, sem considerar que estoques são refinados e revendidos no mercado.

Erro 5 – Trata como escândalo cláusula do acordo de acionistas que previa prêmio de 20% para a Astra Oil (sobre o valor original negociado) caso ela saísse do negócio e deixasse a Petrobras no controle. Ignora ser hábito consagrado no mercado o chamado “prêmio de controle” – isto é, pagar mais por participação que permita o controle acionário.

Erro 6 – Para criticar o prêmio, a reportagem refere-se a entrevista de José Sérgio Gabrielli. Mas ignorou todas as explicações dadas por ele, sobre as condições do mercado no momento da compra (que tornavam a compra atraente), depois da compra, com a crise de 2007 (tornando a refinaria desinteressante) e, mais recentemente, com as mudanças no mercado de petróleo (tornando novamente a refinaria rentável).

Erro 7 – Na hora de contabilizar prejuízos, não levou em conta o valor atual da refinaria, que produz 100 mil barris diários de derivados de petróleo e opera com lucro.

Erro 8 – Menciona “evidências encontradas até agora nas dezenas de documento relacionadas à compra da refinaria que tornaram públicas negociatas”. A matéria não explica o que considera como “negociatas”. Os documentos até agora divulgados não trazem menção a nenhuma “negociata”. No máximo, cláusulas de negócio que poderiam ser classificadas ou como usuais ou como mal negociadas.

Leia também:

Petrobras assinala recordes em refinaria e de extração no pré-sal

Petrobras: 42 milhões nada, Astra pagou quase US$500 milhões por Pasadena

Memória curta da oposição disfarça falta de propostas

Negócio mais polêmico da Petrobras vem da era FHC

Ano a ano, os estragos que FHC fez na Petrobras

Para ler, divulgar e guardar: O legado de FHC e outras “obras”

O dedinho de FHC, o porto de Cuba e as hidrelétricas do Aécio

O contra-ataque do governo na CPI da Petrobras

Recordar é viver: Justiça mira gestão da Petrobras na era FHC

A Petrobras e as tucanisses

Miguel do Rosário: Documentos comprovam que Astra pagou mais por Pasadena

Alguns esclarecimentos importantes sobre Petrobras e Pasadena

A Petrobras incomoda

A Petrobras é o alvo do ódio, mas fingem que a defendem

Lobos e cordeiros nos ataques especulativos à Petrobras

Janio de Freitas: O mistério do futuro

O jogo pesado: Tirar a Petrobras de campo

Sérgio Gabrielli explica a senadores detalhes da compra da refinaria nos EUA

A história de Pasadena que a “grande mídia” não contou e o vídeo não editado pela Globo

Ata confirma versão de Dilma sobre Pasadena

Petrobras lança US$8,5 bilhões em bônus e demanda supera US$22 bilhões

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Petrobras valia US$15,4 bilhões em 2003. Hoje vale R$214,6 bilhões. O que a mídia noticia

Faz algum sentido tratar a Petrobras como uma empresa quebrada?

Banco ataca e depois “enche o carrinho” de Petrobras

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%

“Consultores” da Folha criam o inédito: Maior campo do mundo é “problema para a Petrobras

Lucro menor da Petrobras tem nome: investimento gigante

Petrobras 60 anos, com meta de dobrar produção

Lula critica “bisbilhotice” de Obama sobre Dilma e a Petrobras

Petrobras tem lucro de 40% mais que o “previsto”

“Bomba” da Época difamando a Petrobras é desmentida em 24 horas

Um recorde após outro: E a Petrobras está em crise?

FHC ao FMI: “CEF, BB e Petrobras estão à venda.”

Petrobras vai investir US$236,7 bilhões nos próximos cinco anos

Petrobras responde à turma da Petrobrax

PSDB debate Petrobras: É o partido da piada pronta

PSDB, da Petrobrax, ensina como gerir Petrobras

Petrobras cala a boca do PIG nativo e internacional

Stanley Burburinho: Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

Petrobras: Dilma terá de pagar dívida de R$4,7 bilhões deixada por FHC

Petrobras bate rivais em todos os indicadores

Petrobras bate novo recorde de produção no pré-sal

Transpetro alcança marca de 10 navios lançado ao mar

Dilma diz que leilão do Campo de Libra é “passaporte para o futuro”

Os lances de Libra e o lance de 2014

Economistas que privatizaram a Vale deveriam se envergonhar de criticar Libra

Pré-sal: O discurso que Aécio não fez e engoliu

Paulo Moreira Leite: Quem perdeu no pré-sal

A redistribuição social da renda petroleira

FHC leiloou Campo de Libra por R$250 mil

Os números finais do leilão do Campo de Libra

Mídia golpista e PSDB noticiam: Petrobras tem “32% de chances de falir”. É? Então a Vale tem 59%. Que burros. Dá zero pra eles!

Dilma: “Quem quer mudar a regra do petróleo, que mostre a cara.”

Pré-sal vai gerar 87 milhões de empregos

União terá 85% de lucro com o Campo de Libra: “Isso é bem diferente de privatização”, afirma Dilma

Pré-sal: Brasil ganha R$1 trilhão no leilão do Campo de Libra, alcançando recorde mundial

Entenda o motivo de a mídia golpista atacar a Petrobrax, quer dizer, Petrobras

FHC ao FMI: “CEF, Banco do Brasil e Petrobras estão à venda.”

Os 10 mitos sobre a ditadura no Brasil ou por que você não deve querer que ela volte

11 de abril de 2014

Rôney Rodrigues em seu blog

Em 1964, um golpe de estado derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura no Brasil. O regime autoritário militar durou até 1985. Censura, exílio, repressão policial, tortura, mortes e “desaparecimentos” eram expedientes comuns nesses “anos de chumbo”. Porém, apesar de toda documentação e testemunhos que provam os crimes cometidos durante o Estado de exceção, tem gente que acha que naquela época “o Brasil era melhor”. Mas pesquisas da época – algumas divulgados só agora, graças à Comissão Nacional da Verdade – revelam que o período não trouxe tantas vantagens para o país.

Em uma época em que não é incomum ver gente clamando pela volta do regime e a pôr uma nova intervenção militar no país, decidimos falar dos mitos sobre a ditadura em que muita gente acredita.

1. “A ditadura no Brasil foi branda”

Ditadura_Militar43

Foto de Auremar de Castro.

Pois bem, vamos lá. Há quem diga que a ditadura brasileira teria sido “mais branda” e “menos violenta” que outros regimes latino-americanos. Países como Argentina e Chile, por exemplo, teriam sofrido muito mais em “mãos militares”. De fato, a ditadura nesses países também foi sanguinária. Mas repare bem: também foi. Afinal, direitos fundamentais do ser humano eram constantemente violados por aqui: torturas e assassinatos de presos políticos – e até mesmo de crianças – eram comuns nos “porões do regime”. Esses crimes contra a humanidade, hoje, já são admitidos até mesmo pelos militares (veja aqui e aqui). Para quem, mesmo assim, acha que foi “suave” a repressão, um estudo do governo federal analisou relatórios e propõe triplicar a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos vítimas da ditadura militar. Ou seja: de 357 mortos e desaparecidos com relação direta ou indireta com a repressão da ditadura (segundo a lista da Secretaria de Direitos Humanos), o número pode saltar para 957 mortos.

2. “Tínhamos educação de qualidade”

Naquele época, o “livre-pensar” não era, digamos, uma prioridade para o regime. Havia um intenso controle sobre informações e ideologia – o que engessava o currículo – e as disciplinas de filosofia e sociologia foram substituídas por Educação, Moral e Cívica e por OSPB (Organização Social e Política Brasileira, uma matéria obrigatória em todas as escolas do país, destinada à transmissão da ideologia do regime autoritário). Segundo o estudo “Mapa do Analfabetismo no Brasil”, do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do Ministério da Educação, o Mobral (Movimento Brasileiro para Alfabetização) fracassou. O Mobral era uma resposta do regime militar ao método do educador Paulo Freire – considerado subversivo –, empregado, já naquela época, com sucesso no mundo todo. Mas os problemas não paravam por aí: com o baixo índice de investimento na escola pública, as unidades privadas prosperaram. E faturaram também. Esse “sucateamento” também chegou às universidades: foram afastadas dos centros urbanos – para evitar “baderna” – e sofreram a imposição do criticado sistema de crédito.

3. “A saúde não era o caos de hoje”

Se hoje todo mundo reclama da “qualidade do atendimento” e das “filas intermináveis” nos hospitais e postos de saúde, imagina naquela época. Para começar, o acesso à saúde era restrito: o Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) era responsável pelo atendimento público, mas era exclusivo aos trabalhadores formais. Ou seja, só era atendido quem tinha carteira de trabalho assinada. O resultado era esperado: cresceu a prestação de serviço pago, com hospitais e clínicas privadas. Essas instituições abrangeram, em 1976, a quase 98% das internações. Planos de saúde ainda não existiam e o saneamento básico chegava a poucas localidades, o que aumentava o número de doenças. Além disso, o modelo hospitalar adotado relegava a assistência primária a segundo plano, ou seja, para os militares era melhor remediar que prevenir. O tão criticado SUS (Sistema Único de Saúde) – que hoje atende cerca de 80% da população – só foi criado em 1988, três anos após o fim da ditadura.

4. “Não havia corrupção no Brasil”

Ditadura_Militar_Tanque02

Arquivo Dedoc Abril.

Uma características básica da democracia é a participação da sociedade civil organizada no controle dos gastos, denunciando a corrupção. E em um regime de exceção, bem, as coisas não funcionavam exatamente assim. Não havia conselhos fiscalizatórios e, depois da dissolução do Congresso Nacional, as contas públicas não eram sequer analisadas, quanto mais discutidas. Além disso, os militares investiam bilhões e bilhões em obras faraônicas – como Itaipu, Transamazônica e Ferrovia do Aço –, sem nenhum controle de gastos. Esse clima tenso de “gastos estratosféricos” até levou o ministro Armando Falcão, pilar da ditadura, a declarar que “o problema mais grave no Brasil não é a subversão. É a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”. Muito pouco se falava em corrupção. Mas não significa que ela não estava lá. Experimente jogar no Google termos como “Caso Halles”, “Caso BUC” e “Caso UEB/Rio-Sul” e você nunca mais vai usar esse argumento.

5. “Os militares evitaram a ditadura comunista”

É fato: o governo do presidente João Goulart era constitucional. Seguia todo à risca o protocolo. Ele chegou ao poder depois da renúncia de Jânio Quadros, de quem era vice. Em 1955, foi eleito vice-presidente com 500 mil votos a mais que Juscelino Kubitschek. Porém, quando Jango assumiu a Presidência, a imprensa bateu na tecla de que em seu governo havia um “caos administrativo” e que havia a necessidade de reestabelecer a “ordem e o progresso” através de uma intervenção militar. Foi criada, então, a ideia da iminência de um “golpe comunista” e de um alinhamento à URSS, o que virou motivo para a intervenção. Goulart não era o que se poderia chamar de marxista. Antes de ser presidente, ele fora ministro de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek e estava mais próximo do populismo. Em entrevista inédita recentemente divulgada, o presidente deposto afirmou que havia uma confusão entre “justiça social” – o que ele pretendia com as Reformas de Base – e comunismo, ideia que ele não compartilhava: “justiça social não é algo marxista ou comunista”, disse. Há também outro fator: pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe, em 31 de março, mostram que Jango tinha um amplo apoio popular, chegando a 70% de aprovação na cidade de São Paulo. Esta pesquisa, claro, não foi revelada à época, mas foi catalogada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

6. “O Brasil cresceu economicamente”

Um grande legado econômico do regime militar é indiscutível: o aumento da dívida externa, que permaneceu impagável por toda a primeira década de redemocratização. Em 1984, o Brasil devia a governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Sim, mais da metade do que arrecadava. Se transpuséssemos essa dívida para os dias de hoje, seria como se o Brasil devesse US$1,2 trilhão, ou seja, o quádruplo da atual dívida externa. Além disso, o suposto “milagre econômico brasileiro” – quando o Brasil cresceu acima de 10% ao ano – mostrou que o bolo crescia sim, mas poucos podiam comê-lo. A distribuição de renda se polarizou: os 10% dos mais ricos que tinham 38% da renda em 1960 e chegaram a 51% da renda em 1980. Já os mais pobres, que tinham 17% da renda nacional em 1960, decaíram para 12% duas décadas depois. Quer dizer, quem era rico ficou ainda mais rico e o pobre, mais pobre que antes. Outra coisa que piorava ainda mais a situação do população de baixa renda: em pleno milagre, o salário mínimo representava a metade do poder de compra que tinha em 1960.

7. “As igrejas apoiaram”

Sim, as igrejas tiveram um papel destacado no apoio ao golpe. Porém, em todo o Brasil, houve religiosos que criaram grupos de resistência, deixaram de aceitar imposições do governo, denunciaram torturas, foram torturados e mortos e até ajudaram a retirar pessoas perseguidas pela ditadura no país. Inclusive, ainda durante o regime militar, uma das maiores ações em defesa dos direitos humanos – o relatório “Brasil: Nunca Mais” – originou-se de uma ação ecumênica, desenvolvida por dom Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright. Realizado clandestinamente entre 1979 e 1985, gerou uma importante documentação sobre nossa história, revelando a extensão da repressão política no Brasil.

8. “Durante a ditadura, só morreram vagabundos e terroristas”

Esse é um argumento bem fácil de encontrar em caixas de comentário da internet. Dizem que quem não pegou em armas nunca foi preso, torturado ou morto pelas mãos de militares. Provavelmente, quem acredita nisso não coloca na conta o genocídio de povos indígenas na Amazônia durante a construção da Transamazônica. Segundo a estimativa apresentada na Comissão da Verdade, 8 mil índios morreram entre 1971 e 1985. Isso sem contar as outras vítimas da ditadura que não faziam parte da guerrilha. É o caso de Rubens Paiva. O ex-deputado, cassado depois do golpe, em 1964, foi torturado porque os militares suspeitavam que, através dele, conseguiriam chegar a Carlos Lamarca, um dos líderes da oposição armada. Não deu certo: Rubens Paiva morreu durante a tortura. A verdade sobre a morte do político só veio à tona em 2014. Antes disso, uma outra versão (bem mal contada) dizia que ele tinha “desaparecido”. Para entrar na mira dos militares durante a ditadura, lutar pela democracia – mesmo sem armas na mão – já era motivo o suficiente.

9. “Todos os militares apoiaram o regime”

Ser militar na época não era sinônimo de golpista, claro. Havia uma corrente de militares que apoiava Goulart e via nas reformas de base um importante caminho para o Brasil. Houve focos de resistência em São Paulo, no Rio de Janeiro e também no Rio Grande do Sul, apesar do contragolpe nunca ter acontecido. Durante o regime, muitos militares sofreram e estima-se que cerca 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram perseguidos, presos, torturados ou expulsos das corporações por se oporem à ditadura. No auge do endurecimento do regime, os serviços secretos buscavam informações sobre focos da resistência militar, assim como a influência do comunismo nos sindicatos, no Exército, na Força Pública e na Guarda Civil.

10. “Naquele tempo, havia civismo e não tinha tanta baderna como greves e passeatas”

Ditadura_Militar44_Estudantes

Estudantes que participavam de uma reunião da UNE são presos no interior de São Paulo. Foto de Cristiano Mascaro.

Quando os militares assumiram o poder, uma das primeiras medidas que tomaram foi assumir a possibilidade de suspensão dos diretos políticos de qualquer cidadão. Com isso, as representações sindicais foram duramente afetadas e passaram a ser controladas com pulso forte pelo Ministério do Trabalho, o que gerou o enfraquecimento dos sindicatos, especialmente na primeira metade do período de repressão. Afinal, para que as leis trabalhistas vigorem, é necessário que se judicializem e que os patrões as respeitem. Com essa supressão, os sindicatos passaram a ser compostos mais por agentes do governo que trabalhadores. E os direitos dos trabalhadores foram reduzidos à vontade dos patrões. Passeatas eram duramente repreendidas. Quando o estudante Edson Luísa de Lima Souto foi morto em uma ação policial no Rio de Janeiro, multidões foram às ruas no que ficou conhecido com o a Passeata dos Cem Mil. Nos meses seguintes, a repressão ao movimento estudantil só aumentou. As ações militares contra manifestações do tipo culminaram no AI-5. O que aconteceu daí para a frente você já sabe.

Leia também:
Coletânea de textos: O que você precisa saber para não ter saudade da ditadura civil-militar

Magoado, Joaquim Barbosa adere à regulação da mídia

11 de abril de 2014

Joaquim_Barbosa209

Fernando Brito, via Tijolaço

Apoio a gente não recusa, diz um velho mandamento político. Portanto, mesmo sendo evidentemente provocada pela frustração de que sempre foi paparicado pelos grandes jornais e tevês, e agora que já não serve mais a seus propósitos políticos é largado ao abandono, seja bem-vinda a adesão do ministro Joaquim Barbosa à ideia de que é necessária uma regulamentação da mídia no Brasil, noticiada pela Folha.

Aliás, o que se passou no processo que deu a Joaquim Barbosa a imagem de “vingador da corrupção” o que foi senão um episódio onde a mídia, com todos seus abusos, pretendeu conduzir o Judiciário com seu poder?

É impagável a ironia com que pode ser lida a declaração de Barbosa ao jornal:

“Precisamos de visões mais plurais e ver isso com mais naturalidade. Vocês não acham que a informação no Brasil não é repetitiva, obsessiva, cansativa às vezes? Todo mundo diz a mesma coisa”.

Nem parece que foi isso o que aconteceu em todo o julgamento do chamado “mensalão”, não é? Desmentido na Época, processo no Noblat, regulação da mídia…

Parece que o outono está mexendo com o espírito do Dr. Joaquim.

***

Leia mais sobre Joaquim Barbosa, o ex-menino pobre que mudou (pra pior) o Brasil:

Imperdível: Vídeo sobre o jornalismo da Globo e o golpe militar

Em 2013, julgamento da Ação Penal 470 mobilizou “robôs” demotucanos

Paulo Moreira Leite: Entre a justiça e a farsa

Antonio Lassance: STF fez imenso favor ao PSDB e deu péssimo exemplo ao Brasil

O Ibovespa e a volta à normalidade do STF

Eduardo Azeredo abre janela para réus da AP 470 irem à OEA

Imoralidade suprema: STF remete mensalão tucano para justiça de Minas Gerais

Juiz preferido por Joaquim Barbosa se afasta da execução da AP 470

Mauricio Dias: O Supremo fraudou a lei

Paulo Moreira Leite: A AP 470 e a lição dos embargos infringentes

Revista Época rompe o namoro com Barbosa na política

Mensalão tucano: Valério é condenado, mas peessedebistas escapam. Que “coincidência”

Antonio Lassance: Coisas de que Joaquim Barbosa se esqueceu de ficar triste

As operações matemáticas do ministro Joaquim Barbosa

Advogados reagem ao “foi para isso mesmo” de Joaquim Barbosa

Ricardo Melo: Ação Penal 470 e o começar de novo

Joaquim Barbosa, a marionete do golpe, morreu pela boca

Janio de Freitas coloca Joaquim Barbosa onde ele merece: Fora do Direito e da Justiça

Paulo Moreira Leite: A guerra contra Delúbio

STF tem um presidente sem compostura

Breno Altman: Cai o castelo de cartas do ministro Joaquim Barbosa

AP 470: A julgar pela cobertura do Jornal Nacional, a candidatura de Joaquim Barbosa foi pro beleléu

Joaquim Barbosa precisa sair para que o STF restaure a dignidade

Joaquim Barbosa e o exemplo do Tea Party

Já vai tarde: Joaquim Barbosa disse a Dilma que só deixará STF em junho

Mídia e Barbosa são derrotados no final do julgamento da AP470

Joaquim Barbosa planejou friamente a sentença e a pena para fechar José Dirceu na cadeia

Gilson Caroni Filho: As virtudes de Joaquim Barbosa no STF

A verdade vem à tona: Após grande derrota na AP470, Joaquim Barbosa ofende ministro do STF

Paulo Moreira Leite: O STF e a parábola sobre a quadrilha

Secretário-fantasma, indicado por Joaquim Barbosa, vive nos EUA à custa do CNJ

Em 10 dias, vaquinha para José Dirceu arrecada o dinheiro necessário para pagar multa

O jeito é Jânio: Operação Barbosa tem a Veja como porta-voz

Joaquim Barbosa: O menino pobre, que se tornou um velho rico, irá morar em Miami?

Paulo Moreira Leite: Barbosa ocultou documentos que inocentavam Pizzolato

Lula bate duro em Joaquim Barbosa: “Mostre a cara.”

Constrangimento: Palestra de Joaquim Barbosa em Londres faz reitor cochilar

Com sua prisão na Itália, Pizzolato conseguirá reabrir julgamento da AP 470 numa corte internacional

PSDB acusa Estátua da Liberdade de quebra de decoro

Punhos cerrados de André Vargas: PSDB atingiu a fase “vou contar tudo pra minha mãe”

Punho erguido: Ao lado de Joaquim Barbosa, André Vargas exalta Dirceu e Genoíno

Operação blindagem para Joaquim Barbosa: Até “blogueiro progressista” atacou blogueiros

Ao contrário de Barbosa, Lewandowski abre mão de diárias pagas pelo STF para fazer palestra nas férias

Em Miami, Joaquim Barbosa tira foto ao lado de bandido procurado pela polícia brasileira

O poder absoluto do STF

AP470: Documentos ignorados por Barbosa no “mensalão” podem esclarecer dúvidas e erros

Engavetado por Joaquim Barbosa, inquérito do PF sobre o Valerioduto é liberado

Joaquim Barbosa sobre suas férias pagas pelos contribuintes: “Tremenda bobagem.”

O diabo, quer dizer, o Joaquim Barbosa veste Prada

De Paris, em férias pagas por nós, Joaquim Barbosa esculacha outros ministros

Solidariedade: Família de Genoíno comemora “dia histórico” pelo pagamento de multa

Do helicóptero dos Perrella à casa de Genoíno: A mídia brasileira como ela é

OsAntiPira: Em 8 dias, Genoíno arrecada R$660 mil e praticamente cobre a multa do STF

Washington Araújo: Joaquim Barbosa e suas inconcebíveis férias na Europa

“Austeridade” e “ética”: Joaquim Barbosa inventa palestras e STF para suas férias na Europa

Gilberto de Souza: O esvaziamento do “mensalão” aranha imagem do STF

O ensaio de golpe branco no STF

Até quando Joaquim Barbosa debochará da justiça?

Vídeo: Lewandowiski contesta o uso da teoria do domínio de fato

O Diário Oficial do Dr. Joaquim é a mídia?

O rolezinho de Demóstenes em Florença

Miguel do Rosário: As arbitrariedades de Barbosa parecem não ter fim

Vaquinha: Vamos ajudar José Genoíno

IPTU de Barbosa em Miami sobe 37%. Mas aí tudo bem…

“Crítica a Barbosa não racial. É política.”

Sem tempo para prender Roberto Jefferson, Joaquim Barbosa cai no samba

Baba-ovo: TV Globo fará série sobre a mãe de Joaquim Barbosa

Juristas isolam Joaquim Barbosa. Agora só lhe resta a mídia

Joaquim Barbosa, o pior brasileiro do ano

Joaquim Barbosa nega direitos a Genoíno. É ilegal, mas e daí?

AP 470 não muda voto de 93% dos brasileiros, diz pesquisa

Na Itália, José Genoíno seria um herói da resistência

Estigma e direitos na execução das penas do “mensalão”

Mauro Santayana: Pena, cadeia e justiça no Brasil

As jabuticabas constitucionais do STF

José Genoíno e a dignidade dos que não se curvam

Resistir é preciso

Uma encrenca chamada Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa é o grande expoente do ódio

Paulo Moreira Leite: Vai aparecer a verdade sobre os R$73,8 milhões da Ação Penal 470?

Breno Altman: Por que José Dirceu sorriu pela segunda vez?

Paulo Moreira Leite: Um laudo pela metade

Miruna Genoíno: “Condenaram meu pai à pena de morte.”

“Barbosa poderá responder por crime de responsabilidade” diz associação de juízes

Paulo Moreira Leite: Um laudo com muitas salvaguardas para Genoíno

Temos um Napoleão no STF. Imperador de si mesmo

Saiba quem são os médicos escolhidos por Joaquim Barbosa para examinar José Genoíno

Joaquim Barbosa trocou juiz com “canetaço” ilegal, diz AMB

O barbosismo, o PT e o pós-julgamento

OAB pede ao CNJ que investigue Joaquim Barbosa

Breno Altman: Por que José Dirceu sorriu pela segunda vez?

O julgamento da AP 470 e o “novo” Estado de repressão

O STF e a encenação do “mensalão”

“Mensalão”: Um assassinato sem um morto

A ocultação deliberada de fatos para condenar o PT

JB e Antônio Fernando sonegaram provas que poderiam mudar julgamento do “mensalão”

Ação Penal 470: Laudo foi escondido no Inquérito 2.474 relatado por Barbosa

Raimundo Pereira: “José Dirceu é inocente.”

João Paulo Cunha e a arte do ministro Joaquim Barbosa

Antônio Gramsci e o herói do “mensalão”

Ação Penal 470: Cai a última acusação contra Henrique Pizzolato

Vazam mais páginas do dossiê de Henrique Pizzolato

AP470: Lembo critica “linchamento” e diz que há base legal para impeachment de Barbosa

Caiu a máscara: Barbosa nomeia tucano para decidir futuro de Dirceu, Genoíno e Delúbio

Joaquim Barbosa, que nem disfarça mais, escolhe juiz tucano

“Mensalão”: Joaquim Barbosa e o sentido da tragédia

Missão de Pizzolato na Itália é destruir o processo do “mensalão”, diz advogado

Joaquim Barbosa violou os direitos dos réus, afirma o jurista Celso Bandeira de Mello

Ação Penal 470: Globo dá sinais de que, se farsa reunir, Barbosa é quem vai pagar a conta

Janio de Freitas cobra punição de Barbosa no CNJ

Joaquim Barbosa e o sensacionalismo

José Genoíno para presidente

Antonio Lassance: Os 10 privilégios dos petistas presos

Rede Globo tem contratos sigilosos com Marcos Valério

De Deodoro da Fonseca a Joaquim Barbosa: As farsas do 15 de novembro

“Mensalão”: O terceiro absurdo

Paulo Moreira Leite: O que Herzog pode ensinar sobre Genoíno

Em carta escrita na prisão, petistas dizem que não aceitam “humilhação”

Mauro Santayana: O júbilo e a hipocrisia

Pizzolato revela na Itália dossiê que embaraça julgamento de Barbosa

A Globo, a Folha e a Veja versus José Genoíno

Cumpra-se a lei: Juiz enquadra a toga colérica

STF tem chance de salvar sua própria dignidade

Juristas e intelectuais gritam contra AI-5 de Joaquim Barbosa

Erros do STF se voltarão politicamente contra a direita

Supremo Tapetão Federal

Destinos cruzados: A vida de Genoíno e a saúde da democracia

Advogados apontam “violações”, ilegalidades” e “desrespeito” nas prisões do “mensalão”

Paulo Moreira Leite: Pizzolato na Itália

Indo buscar justiça na Itália, Pizzolato atrapalha os planos políticos de Joaquim Barbosa

Henrique Pizzolato vai à Itália buscar justiça no caso da Ação Penal 470

O livro “A outra história do mensalão” é um sucesso de vendas

A revista Retrato do Brasil desmonta farsa do “mensalão”

“Mensalão”: A história de uma farsa

Cláudio Lembo, aliado de José Serra, chama o “mensalão” de julgamento medieval

Juristas destroem acusações dos juízes do julgamento do “mensalão”

Ives Gandra, um dos oráculos da direita, afirma que José Dirceu foi condenado sem provas

Agora vai: Ato pró-Barbosa reúne 29 pessoas e pede armas

Sem convite de Dilma para África do Sul, Joaquim Barbosa atende tietes em São Paulo

O chicanista Joaquim Barbosa dá voz ao 12º ministro do STF: A “grande mídia”

Onde Joaquim Barbosa fracassou

Joaquim Barbosa fica na defensiva após revelação de seu patrimônio

Lewandowski tem de processar o indecente Barbosa

Vídeo: A grosseria imbecilizante de Joaquim Barbosa

Julgamento da AP470: Erro crasso motivou acesso de fúria de Joaquim Barbosa

Podem escrever: Comportamento de Barbosa no STF não vai acabar bem

A nova etapa da AP 470 tem de corrigir as injustiças

O arrogante Barbosa volta a ofender Lewandowski e tumultua julgamento da AP470

OAB cobre investigação contra Joaquim Barbosa

Paulo Moreira Leite: Joaquim, Pedro 1º e o racismo

Joaquim Barbosa pode ser destituído por usar imóvel do STF como sede de sua empresa

Joaquim Barbosa, o fora da Lei, utiliza imóvel do STF com sede de sua empresa

A origem do nome da empresa de fachada de Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa e os benefícios fiscais de seu imóvel em Miami

O doutor Joaquim Barbosa, a Veja, o domínio do fato e o apartamento em Miami

Apartamento de Joaquim Barbosa em Miami custou US$10,00

Sócio em offshore nos EUA, Joaquim Barbosa viola estatuto do servidor no Brasil

Joaquim Barbosa, o menino pobre que mudou o Brasil, compra apartamento milionário em Miami

Joaquim Barbosa condenaria eventual réu Barbosa

O laconismo da Uerj e a aliança entre Joaquim Barbosa e Jair Bolsonaro

A relação entre Joaquim Barbosa e a Uerj

O super-herói Joaquim Barbosa recebeu R$700 mil da Uerj sem trabalhar e quer retroativos

Miguel do Rosário: O mensalão de Joaquim Barbosa

O herói da mídia Joaquim Barbosa voa para ver o jogo do Brasil com dinheiro público

A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

Joaquim Barbosa embolsou R$580 mil em auxílios atrasados

Joaquim Barbosa, quando quer, não domina a teoria do domínio do fato

De licença médica, Joaquim Barbosa bebe com amigos e emperra o STF

Nádegas de ouro: Reforma dos banheiros de Joaquim Barbosa custará R$90 mil

Reinaldo Azevedo: “A arrogância de Joaquim Barbosa é espantosa!”

O ético Joaquim Barbosa, o herói da mídia, usou passagens do STF quando estava de licença

Joaquim Barbosa ataca instituições democráticas do Brasil

STF paga viagem de jornalista de “O Globo”

Quando a máfia midiática promove julgamentos

Ação Penal 470: Celso de Mello pediu para votar, mas Barbosa fez chicana

Paulo Moreira Leite: Vergonha no STF

Fenajufe: Joaquim Barbosa tem a mania de perseguir seus adversários políticos

Mais do mesmo: Agora o alvo é o Lula

Bater em mulher é covardia: Quando Joaquim Barbosa não era herói da mídia

Imperdível: Vídeo sobre o jornalismo da Globo e o golpe militar

11 de abril de 2014

Pedro Ekman, via YouTube

Sempre que se ouvir a mídia dizendo que regulamentar a comunicação é atacar a liberdade de expressão, vale lembrar do comportamento destes veículos ao longo da história para se entender melhor com quais interesses eles estão realmente preocupados.

Conheça o projeto de lei que vai democratizar a comunicação no Brasil em www.paraexpressaraliberdade.org.br.

Leia também o texto abaixo.

Globo_Manifestantes06

Globo admite erro sobre ditadura. E o resto?

Pressionado, grupo reconhece erro no apoio ao golpe militar, mas continua atuando contra democracia na mídia.

Pedro Ekman, via CartaCapital em 2/9/2013

No sábado, dia 31 [de agosto de 2013], por meio de editorial, o jornal O Globo reconheceu ter errado ao apoiar o golpe e a ditadura militar, que, ao longo de duas décadas, enterraram a democracia em nosso país, com consequências que perduram até os dias de hoje. Admitir um erro é um grande avanço, mas é preciso refletir sobre como a Globo o fez e qual o alcance dessas “desculpas”.

Os historiadores podem analisar muito melhor do que nós os fatos elencados pelo jornal para, logo após, reafirmar seu “apego pelos valores democráticos”, justificar a opção feita na época por Roberto Marinho, insistentemente relembrado como alguém que “sempre esteve ao lado da legalidade”. Em cinco linhas o periódico admite o erro. Em 50, ele explica por que o praticou. Nem os colegas de imprensa – Folha, Estadão, Jornal do Brasil e Correio da Manhã – também defensores do golpe, escaparam dos argumentos de O Globo para dizer “eu errei, mas ‘todo mundo’ errou também”.

A realidade é que, por mais que O Globo tente nos fazer crer que sua tardia autocrítica “não é de hoje, vem de discussões internas de anos”, foi o grito das ruas que forçou sua confissão. Nos protestos de junho, a grande mídia – ao lado das demais instituições em crise de representatividade – também se tornou alvo. Parcela significativa da população brasileira deu visibilidade àquilo que o movimento de luta pela democratização das comunicações diz há muito tempo: chega de monopólio! Queremos mais diversidade e mais pluralidade! O povo tem direito e quer exercer sua liberdade de expressão!

Felizmente, essa crítica não arrefeceu de junho para cá. Na última sexta-feira [30/8/2013], em São Paulo, assim como em outros estados do país, o 2º Grande Ato contra o Monopólio da Mídia teve novamente a sede da Rede Globo como cenário. Uma enorme bandeira denunciava a relação entre a Globo e o senador Fernando Collor e pedia que o Supremo Tribunal Federal julgue procedente a ADPF 246, que questiona a outorga e a renovação de concessões de radiodifusão a quem possui mandato eletivo, seja como sócio ou associado das empresas concessionárias de rádio e tevê.

Sem acesso e representação nos meios de comunicação de massa, os manifestantes mais uma vez ocuparam a mídia pelas frestas. Com feixes de luz, invadiram pela segunda vez o estúdio do SPTV, jornal paulista da TV Globo, pintando de verde a apresentadora Monalisa Perroni, que falava ao vivo para milhões de telespectadores. Nas pareces da emissora, foram projetadas as palavras invisíveis na programação da tevê: “Globo Sonega”, “Globo Mente”, “Globo Collor” e “Ocupe a Mídia”.

O editorial do Globo também ignora que, diante das ações que marcaram – e continuam marcando –, a história da Rede Globo, é preciso ir além. Primeiro, falta reconhecer que a Rede Globo teve inúmeros benefícios em troca do apoio à ditadura militar, como o acordo inconstitucional com a empresa Time-Life, que permitiu que a Globo tenha se tornado um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo. Falta reconhecer que o grupo escondeu durantes anos a campanha pelas Diretas Já! Que também errou, em 1989, ao favorecer o então candidato à Presidência da República, Fernando Collor de Mello, com uma edição manipuladora do último debate eleitoral. Falta admitir que esse mesmo ex-Presidente deposto pela pressão popular hoje controla a retransmissora da Globo em Alagoas.

Mais do que nunca, falta admitir que, atualmente, o grande ataque à democracia brasileira reside no fato de possuirmos um dos sistemas de comunicação social mais concentrados do mundo. Tal situação é sustentada pela emissora e defendida em sua movimentação constante nos corredores de Brasília. Ao continuar se negando a levar ao debate público a necessidade de um novo marco regulatório para o setor no país, a Globo impede que a democracia chegue também aos meios de comunicação de massa.

O clamor das ruas, no entanto, revela que esta pauta não pode mais ser adiada. Ao contrário do que prega a grande mídia, os manifestantes sabem muito bem o que estão fazendo e o que querem. Seja com raios lasers em estúdios; projeções nas paredes ou bandeiras e cartazes nas ruas, a mensagem é clara: é preciso democratizar a mídia. Se, antes, poucos apostariam ser possível ver as ruas repletas de pessoas dispostas a questionar o poder inabalável da máquina de sedução do monopólio midiático, hoje estamos vendo demonstrações cada vez mais fortes de que esse é um debate imprescindível para o Brasil.

Mas, assim como apoiadores da ditadura não vêm a público por livre e espontânea vontade admitir seus erros, não será da boca de quem detém o monopólio da fala que sairá a defesa de leis que permitam maior diversidade e pluralidade na comunicação. Por uma lei da mídia democrática, o povo saiu às ruas e nelas se manterá, até que a democracia possa vencer novamente.

Pedro Ekman é integrante da Coordenação Executiva do Intervozes.

***

Leia também:

Globo se desculpa pelo passado. Mas e o presente?

Golpe de 1964: A Globo devolverá o dinheiro que ganhou com ele?

O controle remoto pela qual a Globo comanda o Brasil

MP/SP é contra doação ao Instituto Lula, mas a favor de doação à Globo?

TV Globo: Desfiles e Fantástico têm as piores audiências da história, dentre outros programas

O Brasil é o paraíso dos milionários

Como a Globo manipula a Justiça brasileira por meio do Instituto Innovare

Jornal Nacional: William Bonner é corrigido ao vivo

Como o dinheiro público vem patrocinando a Globo há décadas

Globo orienta jornalistas a evitar “pautas positivas” sobre a Copa

Rede Globo tem contratos sigilosos com Marcos Valério

Andrea Hass, esposa de Pizzolato, pede o Darf para repórter da Globo

PF confirma abertura de inquérito contra sonegação da Globo

Uma aula de Venezuela e uma dura na Globo, em plena Globo

Metodologia da Rede Globo e sua “imparcialidade”

Globo: Eles foram contra o 13º salário

Globo abre o jogo: É contra o pobre

Os bilionários da Globo

Credores norte-americanos pedem falência de empresa da Rede Globo nos EUA

Rede Globo sonega milhões de reais em impostos

A Globo e a ditadura militar, segundo Walter Clark

Estarrecedor: Por sonegação, Receita Federal notificou a Globo 776 vezes em dois anos

Rede Globo tem os bens bloqueados pela Justiça

Ex-funcionária da Receita que sumiu com processos contra TV Globo é condenada à prisão

Leandro Fortes: O povo não é bobo

João, Irineu e José, os filhos de Roberto Marinho: Os bilionários donos do BV

Rede Globo: Quem planta terrorismo, colhe caos

Por que a Globo faz o que faz

Como a Globo manipula gente simples para defender sua visão predadora de impostos

Forbes: A famiglia Marinho tem fortuna de R$52 bilhões

Leandro Fortes: A TV Globo e a ópera bufa no Panamá

Apoio da Globo ao golpe de 1964 foi comercial, não ideológico

Ministério Público no DF abre apuração sobre o caso de sonegação envolvendo a Rede Globo

Rede Globo: Só falta o cadáver

Funcionária da Receita foi condenada por sumir com processo contra a Globo

Rede Globo é alvo de uma CPI na Câmara

Sonegação fiscal da Globo fica em segundo plano, agora o caso é de polícia

Processos contra a Globo podem reaparecer no Congresso

Dublê da Globo é o herói da Veja

Professor demonstra manipulação de “O Globo” sobre a Venezuela

Dia Nacional de Lutas: Trabalhadores ocupam as ruas com atos em todo o País

“Grande mídia” tenta abafar protestos contra a Globo

Baba-ovo: TV Globo fará série sobre a mãe de Joaquim Barbosa

Ligações suspeitas entre Globo e Banco Rural, mas ninguém investiga

A ingratidão da Globo

Na lista da máfia do ISS, Globo nega e diz que paga todos os impostos

Por que a Globo é contra os venezuelanos

MPF denuncia coronel Ustra por ocultação de cadáver na ditadura militar

Ditadura militar: O algoz e o crematório

“Coronel Ustra comandava a tortura”, diz ex-sargento

Marco Aurélio Mello: Ministro que defende o golpe de 1964 pode ter lisura para julgar a AP470?

Mauro Santayana: O golpe da informação

O golpe de 1964 em filmes, livros e artigos

O golpe de 1964: Ranieri Mazzilli, o político Modess

O PIG apoiou a ditadura militar: As manchetes do golpe de 1964

Documentos da ditadura estarão disponíveis na internet

31 de março é um dia para lamentar

Dirigentes do PSOL acham que a Globo desempenha papel de vanguarda

Cadu Amaral: A Globo, o complexo de vira-lata e a Copa do Mundo no Brasil

STF paga viagem de jornalista de “O Globo”

Ação Penal 470: Globo dá sinais de que, se farsa reunir, Barbosa é quem vai pagar a conta

A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

Como a Globo deu o golpe da barriga em FHC e enviou Miriam para Portugal